terça-feira, 4 de agosto de 2009

Projectos de Esperança


Durante este tempo de férias, são muitos aqueles que partem em diversos projectos de missão. Fazem-no na certeza de que o pouco que podem dar do seu tempo, pode ser essencial para transformar a vida daqueles que continuam a enfrentar graves dificuldades no seu dia-a-dia. Desta forma, a esperança de um futuro diferente torna-se presente em rostos concretos, em atitudes de mudança, em projectos de cooperação.

Para nos falar sobre “Projectos de Esperança”, mote da campanha “Agir para Desenvolver” lançada pela Fundação Evangelização e Culturas, o LusoFonias de hoje conta com a participação da Ana Patrícia Fonseca, responsável pela Plataforma do Voluntariado Missionário da Fundação e com Mário Nogueira, Director da Associação Mãos Unidas – Pe. Damião, responsável por um dos projectos que esta campanha apoia.



Na opinião do P. Tony Neves:


«O desenvolvimento verdadeiro – diz Bento XVI no seu último documento social – tem de ser integral. Ou seja, tem de atingir todas as pessoas do mundo e todas as dimensões da pessoa, sem esquecer a espiritual e moral.

A Igreja católica, através das suas instituições, tem combatido a fome, a pobreza, a falta de acesso aos cuidados de saúde, a impossibilidade de ir á escola. E cumpre esta missão apostando num desenvolvimento integral. A Fundação Evangelização e Culturas, actuando nesta linha, avançou com a campanha ‘Agir para desnvolver. Projectos de esperança’ contando com o apoio financeira de empresas, instituições e pessoas particulares a fim de levar por diante a concretização de 10 projectos de desenvolvimento.

Assim, Moçambique, Angola, Portugal, Timor –Leste seriam os países de concretização desses projectos de desenvolvimento e solidariedade. As áreas de intervenção também são plurais. O ensino é a aposta de metade destes projectos, quer na formação de formadores educativos, na construção e equipamento de bibliotecas e espaços lúdicos, na construção de internatos que permitam acolher crianças e jovens que, desta forma terão acesso á escola. A saúde também tem lugar de relevo com a criação de espaços onde se forma para a higiene, segurança alimentar, questões ambientais, puericultura, campanhas contra o HIV /Sida. Há ainda lugar para a construção de uma padaria e uma moagem, para uma aposta nas novas tecnologias da comunicação, tudo isto ao serviço de uma economia local sustentável e social.

O desenvolvimento é o novo nome da paz e a garantia de futuro para muitas pessoas que parecem estar fora de uma caminho de felicidade e de bem-estar.

Com projectos deste género, a esperança volta a ganhar lugar cativo no jogo da vida feliz.»




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Escravos do século XXI


Em pleno século XXI, são muitas as pessoas que não sabem o que é a liberdade e continuam a viver sob o drama da escravatura. Já com 60 anos de existência, a Declaração Universal dos Direitos do Homem continua a ser um projecto por realizar, também ele preso por interesses que violam a dignidade do ser humano.

Para nos falar sobre a escravatura nos dias de hoje, o LusoFonias conta com a participação do Director Executivo da Amnistia Internacional em Portugal, Dr. Pedro Krupenski.



Na opinião do P. Tony Neves:


«A escravatura, por esse mundo além, continua a fazer vítimas. Dizemos nós que ele já foi abolido há muito tempo, mas refinou-se e ganhou novas formas, algumas delas muito bem disfarçadas.

Aproveitando a onda da oportunidade, vou referir algumas citações do último documento social do Papa Bento XVI, ‘Caridade na Verdade’, onde ele apresenta algumas situações que constituem uma escravatura e exigir imediata libertação.

‘O desenvolvimento humano tem por objectivo fazer sair os povos da fome, da miséria, das doenças endémicas e do analfabetismo’ (CV, 21). Mais adiante, Bento XVI denuncia: ‘cresce a riqueza mundial em termos absolutos, mas aumentam as desigualdades. Nos países ricos, novas categorias sociais empobrecem e nascem novas pobrezas. Em áreas mais pobres, alguns grupos gozam de uma espécie de superdesenvolvimento dissipador e consumista que contrasta, de modo inadmissível, com perduráveis situações de miséria desumanizadora. Continua o escândalo das desproporções revoltantes’ (CV, nº22).
O Papa ainda ataca a exagerada mobilidade e desregulamentação do trabalho que faz com que muitas pessoas vivam a angústia da insegurança do seu emprego e, como consequência, o risco permanente de não poder reunir as condições mínimas para sustentar a sua família, criando enorme instabilidade.

Diz o Papa mais à frente: ‘Em muitos países pobres, continua – com o risco de aumentar – uma insegurança extrema de vida, que deriva da carência da alimentação. A fome ceifa ainda inúmeras vítimas’ (CV, 27).

Sobre a violência, que gera morte, pobreza, insegurança e instabilidade, o Papa afirma: ‘As violências refreiam o desenvolvimento autêntico e impedem a evolução dos povos para um bem-estar sócio-económico e espiritual maior’. Há ainda uma condenação clara do terrorismo e do fanatismo religioso.

Voltando ao problema da pobreza, o Papa alerta para o facto dela minar a coesão social e pôr em risco da democracia, onde ela já existe.

Enfim, em pleno século XXI, a escravatura mantém-se com outros nomes: pobreza, injustiça, fome, terrorismo, doenças endémicas, analfabetismo, subdesenvolvimento, trabalho precário…. Estas e outras formas de escravatura exigem luta por uma libertação. Há que trabalhar pelas pessoas e pelo direito que têm a ver a sua dignidade respeitada.»




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