domingo, 27 de dezembro de 2009

Presépios da Lusofonia

Diana e Rui Antunes
Em tempo de Natal, fomos procurar saber como se vive a grande festa da família nos vários países lusófonos. Em estúdio estiveram dois Leigos Missionários da Consolata que se casaram em Julho de 2008 e partiram em missão, para Moçambique, em Dezembro do mesmo ano, a Diana e o Rui Antunes. Não deixe de ouvir a experiência deste jovem casal.




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segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Sem-Abrigo: como dar a mão?

Faltam poucos dias para o Natal. A agitação anda nas ruas, os meios de comunicação social lançam campanhas de solidariedade e toda a gente sente que tem de ajudar e partilhar com quem mais necessita. O problema é que estas pessoas não necessitam apenas uma vez por ano. Há muita gente a precisar de uma mão amiga e de uma palavra de conforto.
Ana Moreira
O Luso Fonias de 19 de Dezembro esteve à conversa sobre os sem-abrigo, sobre como podemos dar a mão a estas pessoas e ajudar na sua reintegração social. Não perca a entrevista à Dra. Ana Moreira, Vice-presidente do Conselho Fiscal do CASA - Centro de Apoio ao Sem-abrigo.



Na opinião do P. Tony Neves:

«O fenómeno dos sem abrigo é um dado assumido por todas as grandes cidades. De uma forma mais ou menos organizada, todos tentam combatê-lo, encontrando soluções para quem vive na rua, por opção, por consequência da perda de todos os bens ou por desenquadramento social. Rios de tinta já correram nas universidades, câmaras municipais, organizações humanitárias, congregações religiosas sobre as razões profundas que deixam na rua tanta gente e, sobretudo, acerca das iniciativas a tomar para que este drama tenha uma solução que parece muito difícil de encontrar.

Entre os sem abrigo das grandes cidades europeias, encontramos muitas pessoas que foram mais ou menos expulsas das suas famílias, não têm trabalho e estão claramente à margem da sociedade. A droga, o álcool, a dificuldade de assumir um trabalho com regularidade, alguns distúrbios psicológicos... tudo serve de razão para considerar a rua como residência permanente.

Durante o tempo mais quente, o sofrimento deles não incomoda tanto a quem passa e os vê deitados debaixo dos prédios, às portas das garagens ou em cima dos respiradouros do metro. Mas, na dureza dos invernos europeus, dói vê-los enrolados em cobertores e mais cobertores, ladeados da sua garrafa de álcool, a tentar sobreviver a mais uma noite. É que, para os sem abrigo, cada dia que nasce é um livro branco que eles não sabem bem como escrever.

Mas há que dizê-lo, boa parte das pessoas não olha para este drama com desprezo e apatia. Há muitas instituições que foram nascendo para tirar da rua os que querem e vão reunindo condições para tal. Mas, respeitam sempre as opções de vida de cada um e há quem esteja na rua por opção e não se integre em nenhuma instituição nem seja capaz de aceitar regras de espécie alguma. Para todos há propostas de resolução para os problemas que é urgente resolver. Para quem quer manter-se na rua, há equipas de voluntários que percorrem as cidades de lés-a-lés e dão refeição, roupa e fazem alguns tratamentos.

Há que ir ao fundo do problema. Os sem abrigo existem porque as sociedades não são tão humanas nem tão fraternas como deveriam ser. Colocam, com as suas regras de jogo, muita gente de fora. Por isso, uma solução global exige mudanças de mentalidade e de cultura. Às portas do Natal, multiplicam-se os eventos onde os mais pobres são protagonistas. É bom, mas é pouco. O ideal é continuar a lutar para que as desigualdades sociais não sejam gritantes e para que a exclusão seja apenas palavra de dicionário. Há um longo caminho a percorrer...»




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segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Os sem-direitos

«Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade» é o que nos diz o artigo 1º da Declaração Universal dos Direitos do Homem, que celebrou 61 anos a 10Frei Michael Daniels de Dezembro. Uma data que o Luso Fonias de 12 de Dezembro mais uma vez relembrou, alertando para a importância de dirigir a sociedade para um caminho de liberdade, justiça e paz no mundo.

Não perca a entrevista ao Frei Michael Daniels, consultor da Organização das Nações Unidas e membro da Comissão Justiça e Paz da Guiné-Bissau, que nos deu um testemunho da realidade guineense e falou do trabalho que tem realizado junto dos presos de Bissau.



Na opinião do P. Tony Neves:

«Foi em Paris, há 61 anos, que nasceu a Declaração Universal dos Direitos do Homem, aprovados pela ONU, em Assembleia Geral. Daí para cá, a missão de os dar a conhecer e fazer cumprir foi fazendo o seu caminho, mas o mundo ainda está longe de os ver respeitados e vividos. Por isso, ano após ano, no dia 10 de Dezembro é Dia Internacional dos Direitos Humanos.

Diante da Declaração de 1948 (pouco depois de acabadas as atrocidades da II Grande Guerra Mundial), as opiniões dividem-se: há quem a considere um instrumento perfeito para que o mundo inteiro veja a dignidade das pessoas reconhecida e respeitada; mas há também quem a considere uma arma do ocidente a impor padrões de moral e de cultura aos outros cantos do mundo. De qualquer forma, já ninguém lhe tira um mérito: o de obrigar, em termos teóricos, os governantes do mundo a respeitar um conjunto de valores que se tornaram património moral da humanidade.

Por isso, acho que o grande problema está agora do lado executivo. Ou seja, há muita teoria bonita, bem argumentada, mas as práticas quotidianas, por esse mundo além, continuam a deixar muito a desejar. Há muita gente a quem são negados os direitos mais elementares, desde o acesso à alimentação, á escola, aos cuidados básicos de saúde, ao trabalho, a uma habitação condigna, á liberdade de expressão, de circulação, o direito a uma nacionalidade, ao bom nome, a ser julgado com imparcialidade... enfim, tanta gente passa ao lado do respeito que a sua dignidade humana exige e não tem.

Todas as formas de exclusão e exploração têm de ser solenemente condenadas e claramente penalizadas. Colocar-se do lado dos oprimidos da história é uma missão de alto risco, mas, igualmente, de profunda humanidade.

Aproveitemos a data para, em nome dos direitos humanos, darmos um toque mais de justiça e paz ao mundo. É uma aposta em que todos vamos ganhar.»




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domingo, 6 de dezembro de 2009

As várias faces do voluntariado

A 5 de Dezembro celebra-se o Dia Internacional do Voluntário. Uma data que serviu de mote ao programa desta semana, que foi procurar conhecer as várias faces do voluntariado.

Para nos falar do que significa ser voluntário esteve em estúdio a Presidente do ConsElza Chambelelho Nacional para a Promoção do Voluntariado, a Dra. Elza Chambel, e o Presidente da Fidesco Portugal, o Dr. José Victor Adragão.



Na opinião do P. Tony Neves:

«O voluntariado apresenta hoje muitos rostos. Vemos os voluntários nos hospitais, nas prisões, nos centros sociais, nos lares de idosos, nas instituições que acolhem e apoiam crianças e jovens em risco... e vemos voluntários que deixam tudo e partem... os voluntários missionários. Desculpem que só fale destes, pois com eles lido há muito tempo e por eles tenho um especial carinho e admiração que me vem do facto de perceber e acompanhar melhor a escolha que fazem, a preparação a que se submetem e o trabalho que realizam, às vezes em contextos bem difíceis nas muitas linhas da frente da Missão, aonde são enviados.

O gosto pela missão e pela partida para países longínquos continua a estar no horizonte de muitos dos jovens (e menos jovens) em Portugal. Apesar das dificuldades em arranjar financiamentos, existem no nosso país 41 entidades que promovem este tipo de iniciativas, desde congregações a ONGD que se José Victor Adragãodedicam exclusivamente à dinamização de projectos no âmbito do voluntariado missionário e da ajuda ao desenvolvimento.

Embora se verifiquem algumas variações, é notório o investimento que, anualmente, tem sido feito com vista a concretizar inúmeros projectos, com tudo o que isso mobiliza em termos de recursos humanos, materiais e financeiros. São muitas as horas de formação para uma preparação que se quer cada vez mais exigente; são muitas as mangas que se arregaçam para angariar os fundos necessários; mas são, sobretudo, muitos os sonhos de quem sente no seu coração este apelo para a missão.

Por ocasião do Dia Mundial Missionário, as Obras Missionárias Pontifícias publicaram as estatísticas referentes aos Missionários/as portugueses que trabalham fora do país: 723. Uma nota curiosa destas Estatísticas é que, pela primeira vez, as Obras Missionárias Pontifícias uniram-se á Fundação Evangelização e Culturas e, nos números, constam também os Leigos Voluntários Missionários. Há 60 que estão em Missão por um ou dois anos.

Esta Estatística aponta para alguns sinais que a Igreja portuguesa dá na sua dimensão missionária. Primeiro, garante que está viva, no que diz respeito à Missão por toda a vida: só fora de portas temos sete centenas de Missionários. Depois, abre-se uma nova página com a partida de leigos por períodos que variam entre um mês e alguns anos.

Há uma nova onda missionária que não rebenta com a antiga, mas ajuda a aumentar o dinamismo no mar da Missão hoje.»






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