sábado, 25 de setembro de 2010

Turismo: Potencialidades e Desafios


O turismo é um sector essencial para o desenvolvimento dos países, porque gera rendimento económico e permite o intercâmbio cultural entre visitantes e visitados. Todos os países lusófonos têm para oferecer belas paisagens naturais e praias com potencial turístico, mas será que todos estão bem preparados para receber turistas? Para debater os desafios do turismo nos países lusófonos, no Luso Fonias vamos estar à conversa com a Professora Brígida Brito, do Centro de Estudos Africanos do ISCTE.

Na opinião do P. Tony Neves:
«Conhecer deve ser sempre um grande objectivo para qualquer pessoa. Devemos criar condições para aumentar o nosso conhecimento sobre o mundo e as pessoas que nele habitam. Vem isto a propósito da comemoração, a 25 de Setembro, do Dia Mundial do Turismo. Quem tem dinheiro aproveita as suas férias para partir rumo a terras que não conhecem a fim de encontrar povos, monumentos e paisagens que encham os olhos e, sobretudo, o coração.
Ainda há dias me sentei para ouvir uma amiga contar como foram as suas férias na Tunísia. Um grupo de jovens decidiu programar por conta própria as suas férias e ir, Tunísia dentro, ao encontro de povoações e pessoas que as agências de viagem nunca ajudariam a encontrar. A conversa recaiu sobre a pobreza de muitas pessoas mas, ao mesmo tempo, sobre a alegria genuína, o sentido de festa e de acolhimento que o grupo viveu e sentiu por onde passou. Conto este episódio como poderia contar muitos outros, a provar que o encontro de povos e culturas poderá ser sempre um enriquecimento mútuo.
Mas falar de Turismo obriga a referir o fosso abissal entre ricos e pobres, entre os que podem ter férias e conhecer novos mundos e os que nunca saberão o que a palavra ‘turismo’ quer dizer. De qualquer forma, é muito importante estimular o que de mais lindo o conceito ‘turismo’ traz dentro de si: a possibilidade de entrar noutros mundos e noutros corações e isso não exige dinheiro: requer apenas disponibilidade interior para escutar e partilhar.
Os tempos de crise que vivemos obrigam a cortes orçamentais no que não é essencial e, neste aspecto, o turismo sofre. A criatividade é, por isso, chamada ao palco, e é impressionante ver as ginásticas orçamentais que algumas pessoas fazem para, mesmo gastando pouco, poderem fazer esta experiência de entrada noutras terras, noutros mundos, no coração de outras gentes. Há que fazer tudo por tudo para que o mundo seja a casa de todos e em todos os lugares do mundo as pessoas se sintam em casa».

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sábado, 18 de setembro de 2010

Alzheimer: como lidar com a doença


Esta é uma doença que afecta milhões de pessoas em todo o mundo. Estudos recentes alertam para o facto de que na nossa sociedade cada vez mais envelhecida, este número aumentará ainda mais nos próximos anos. O doente com Alzheimer vai progressivamente perdendo as suas faculdades, tornando-se cada vez mais dependente de outros.
A interacção com os doentes, os possíveis tratamentos, as causas e efeitos da doença são alguns dos temas do Luso Fonias que conta com a participação do Dr. António Oliveira Costa da Associação Alzheimer Portugal.

Na opinião do P. Tony Neves:
«A medicina está muito avançada na detecção das doenças e no combate contra muitas das enfermidades que atacam as pessoas hoje. Isto é óptimo, sinal de que a inteligência que Deus nos deu está a ser posta ao serviço do bem. Mas, como todas as medalhas, esta tem um reverso. Muitas pessoas vivem muitos mais anos do que viveriam antigamente, graças aos avanços da medicina e, por isso, também muitas delas mostram mais e por mais tempo os limites da nossa condição humana. Um dos sinais mais dolorosos dos tempos que correm é a doença de Alzheimer que faz com que algumas pessoas mais idosas percam qualidades de memória e inteligência, ficando, pouco a pouco, muito dependentes a todos os níveis. A situação torna-se dolorosa pois percebemos que pessoas muito queridas, simpáticas e activas ficam baralhadas, desajustadas do mundo e a precisar de cuidados 24 horas por dia. Sendo pessoas importantes para nós, a fragilidade que demonstram causa um enorme sofrimento.
Diante de doentes com Alzheimer, as famílias tomam diferentes decisões: tentam encontrar uma instituição que os receba e acompanhe até á morte, processo lento e de progressiva perda de qualidade de relação e de autonomia; outros fazem um esforço enorme para criar condições de manter essa pessoa querida no círculo da família, até à morte. Todas as decisões que levem familiares a passar o fim dos seus dias fora do contexto onde viveram são dolorosas. E ainda bem, pois é sinal de que os nossos familiares valem muito e a nossa relação afectiva é intensa. Mas, na hora das grandes decisões, às vezes, pesa mais o factor económico do que o afectivo; outras vezes, a decisão olha mais à libertação de um peso do que ao assumir a debilidade humana como algo de natural à nossa vida, situação pela qual quase todos iremos passar.
Neste Dia Mundial dos doentes com Alzheimer façamos um esforço para olhar para eles como pessoas que viveram connosco e para nós e que, no fim da vida, têm uma doença que exige paciência, carinho e acompanhamento da nossa parte. As pessoas valem pelo que são e não pela saúde que têm. Que o amor não nos falte quando mais urgente é a sua presença. Com amor, seremos todos mais humanos».

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sábado, 11 de setembro de 2010

Terrorismo e instabilidade nas relações internacionais


Nove anos após o atentado de 11 de Setembro em Nova Iorque, o Luso Fonias procura compreender melhor o impacto deste acontecimento no xadrez das relações internacionais. As alianças entre Estados no combate ao terrorismo e as medidas de segurança impostas para fazer face a um inimigo que pode aparecer quando menos se espera vão ser tema de conversa naquela que é a edição número 200 do Luso Fonias.
Para nos falar sobre o terrorismo no quadro das relações internacionais, o Luso Fonias conta com o Prof. Carlos Gaspar, director do Instituto Português de Relações Internacionais.

Na opinião do P. Tony Neves:
«11 de Setembro fica para a história da humanidade como um dia de tragédia e de reflexão sobre a forma como as pessoas se relacionam e se respeitam…ou não. A destruição das Torres Gémeas de Nova Iorque representa uma destruição muito maior: a da confiança nas pessoas e nas instituições, a da segurança que o mundo percebeu que não existe mais.
O mundo depois deste dia mudou muito. Sentimos isso quando viajamos de avião e nos investigam até à sola dos sapatos. Percebemos que os níveis de confiança estão em baixo. Compreendemos que estamos sempre sob suspeita de sermos um terrorista qualquer que chega armadilhado e manda tudo pelo ar.
Atribuiu-se o atentado de Nova Iorque ao fundamentalismo islâmico e o mundo abriu guerra aberta a todos os fundamentalismos religiosos. Se calhar, a identificação do problema não foi bem feita. Há que ver as razões profundas dos terrorismos. A forma como o mundo se organiza, como os mais ricos arrasam a dignidade dos mais pobres poderá explicar melhor o aparecimento de grupos que, não tendo nada a perder, atacam os que têm tudo a ganhar.
Combater o terrorismo implica um investimento grande no combate à pobreza e na defesa dos direitos humanos. Não faz sentido que o mundo continue a dividir-se entre os que têm mais barriga que jantar e os que têm mais jantar do que barriga, ou seja, entre ricos esbanjadores e pobres sem acesso aos bens essenciais.O diálogo com grupos terroristas é quase impossível. Pena foi que se tivessem reunido condições para que eles aparecessem. Agora já é tarde demais para fazer o que quer que seja. Mas o futuro estás todo em aberto: há que criar mecanismos de justiça social à escala do planeta que não dêem lugar a fanatismos e fundamentalismos. Assim o mundo poderá ser um espaço de fraternidade. Todos vamos ganhar com isso».

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sábado, 4 de setembro de 2010

A Internet: o novo espaço de socialização


Nos dias de hoje, a internet assume um papel cada vez mais importante na comunicação entre as pessoas. Não é apenas uma ferramenta de pesquisa de informação mas é cada vez mais um espaço de encontro entre as pessoas, sobretudo através da crescimento exponencial das redes sociais. Hoje é possível encontrarmos na net, como vulgarmente é conhecida, informações de amigos ou até mesmo familiares com quem já não estamos há muito tempo. Criam-se também redes de partilha e de troca de experiência em torno dos meus assuntos ou interesses. Podemos assim afirmar que no mundo contemporâneo este é cada vez mais um espaço de socialização.
Para nos falar melhor sobre as redes sociais, o Luso Fonias conta com o testemunho de Tiago Forjaz, um dos fundadores da Star Tracker, a rede social que procura reunir os talentos portugueses.

Na opinião do P. Tony Neves:
«Até há poucos anos, o mundo dividia-se em ricos e pobres, tendo como critério de catalogação os dinheiros, as terras e outros haveres que as pessoas, instituições e países tinham como sua propriedade. Hoje, na era da informática, há novos poderes e novas riquezas em jogo. Há quem já divida o mundo em info-ricos e info-pobres, ou seja, entre os que têm acesso às novas tecnologias da comunicação e os que dela estão privados. São novas riquezas e novas pobrezas que estão agora em jogo.
Nos países mais ricos e nas áreas ricas dos países mais pobres, meio mundo já acede hoje à internet, abrindo portas e janelas ao mundo. Por ela, temos acesso a uma infinidade de sites, por onde tudo (do melhor e do pior) nos pode chegar. Temos também a possibilidade de criar endereços electrónicos que nos permitem mandar informações e receber informações de todo o mundo, em poucos segundos. Quando nos recordamos dos tempos que eram precisos para enviar ou receber uma carta, de Portugal para Angola ou vice-versa, há uns tempos atrás, percebemos a importância da descoberta que constituem os endereços electrónicos.
Mais recentemente, chegaram as redes sociais. O facebook e o twitter são hoje meios privilegiados para dar a conhecer informações, partilhar fotos, mobilizar para acontecimentos, convidar para envolvimento em grandes causas. Quando correctamente utilizadas, estas redes sociais põem fazer grandes milagres, resolver grandes problemas, encontrar pessoas perdidas há anos. Mas também pode ajudar a criar redes de bandidos, enganar crianças e adolescentes fazendo-os vítimas de pedofilia, ludibriar jovens e menos jovens, aliciando-os para falsos empregos que os conduzem à escravatura laboral ou sexual, propor negócios que levam a enormes burlas...enfim, o melhor e o pior passam pela internet, pelo que é importante uma séria formação para uma utilização correcta e proveitosa destas tecnologias da comunicação.
Por opção consciente, falei sempre da internet como oportunidade e como perigo. É mesmo assim. Os meios de comunicação social são isso mesmo: meios, máquinas. São um potencial enorme, mas os resultados dependem da forma como são utilizados. Eles sem são bons nem são maus. Boas e más são as pessoas que os vão utilizar. Coloquêmo-los ao serviço das pessoas e o mundo vai ser melhor»

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