sábado, 18 de setembro de 2010

Alzheimer: como lidar com a doença


Esta é uma doença que afecta milhões de pessoas em todo o mundo. Estudos recentes alertam para o facto de que na nossa sociedade cada vez mais envelhecida, este número aumentará ainda mais nos próximos anos. O doente com Alzheimer vai progressivamente perdendo as suas faculdades, tornando-se cada vez mais dependente de outros.
A interacção com os doentes, os possíveis tratamentos, as causas e efeitos da doença são alguns dos temas do Luso Fonias que conta com a participação do Dr. António Oliveira Costa da Associação Alzheimer Portugal.

Na opinião do P. Tony Neves:
«A medicina está muito avançada na detecção das doenças e no combate contra muitas das enfermidades que atacam as pessoas hoje. Isto é óptimo, sinal de que a inteligência que Deus nos deu está a ser posta ao serviço do bem. Mas, como todas as medalhas, esta tem um reverso. Muitas pessoas vivem muitos mais anos do que viveriam antigamente, graças aos avanços da medicina e, por isso, também muitas delas mostram mais e por mais tempo os limites da nossa condição humana. Um dos sinais mais dolorosos dos tempos que correm é a doença de Alzheimer que faz com que algumas pessoas mais idosas percam qualidades de memória e inteligência, ficando, pouco a pouco, muito dependentes a todos os níveis. A situação torna-se dolorosa pois percebemos que pessoas muito queridas, simpáticas e activas ficam baralhadas, desajustadas do mundo e a precisar de cuidados 24 horas por dia. Sendo pessoas importantes para nós, a fragilidade que demonstram causa um enorme sofrimento.
Diante de doentes com Alzheimer, as famílias tomam diferentes decisões: tentam encontrar uma instituição que os receba e acompanhe até á morte, processo lento e de progressiva perda de qualidade de relação e de autonomia; outros fazem um esforço enorme para criar condições de manter essa pessoa querida no círculo da família, até à morte. Todas as decisões que levem familiares a passar o fim dos seus dias fora do contexto onde viveram são dolorosas. E ainda bem, pois é sinal de que os nossos familiares valem muito e a nossa relação afectiva é intensa. Mas, na hora das grandes decisões, às vezes, pesa mais o factor económico do que o afectivo; outras vezes, a decisão olha mais à libertação de um peso do que ao assumir a debilidade humana como algo de natural à nossa vida, situação pela qual quase todos iremos passar.
Neste Dia Mundial dos doentes com Alzheimer façamos um esforço para olhar para eles como pessoas que viveram connosco e para nós e que, no fim da vida, têm uma doença que exige paciência, carinho e acompanhamento da nossa parte. As pessoas valem pelo que são e não pela saúde que têm. Que o amor não nos falte quando mais urgente é a sua presença. Com amor, seremos todos mais humanos».

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