sábado, 29 de dezembro de 2007

O blogue está de parabéns!

Foi a 29 de Dezembro de 2006 que o Luso Fonias deu os primeiros passos na blogosfera. Ainda é um menino mas, ao longo do último ano, o Luso Fonias Online procurou divulgar os vários acontecimentos relacionados com o espaço lusófono e com a rádio/comunicação social.







Esperamos que 2008 seja um ano muito produtivo, com muitas entradas e interactividade neste espaço :)







Um espaço de encontro de vozes e culturas!



sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Entre Jesus e o Pai Natal

A emissão de Natal do Luso Fonias, transmitida no dia 23 de Dezembro, teve como tema “Entre Jesus e o Pai Natal”. Uma emissão que procurou saber como se vive o Natal nos dias de hoje. Será que ainda se comemora o verdadeiro sentido do Natal? Ou tudo não passa de mais uma exigência do mercado? Ouça a entrevista ao Pe. Mário Rui Leal Pedras, Pároco da Igreja de S. Nicolau, em Lisboa, que nos falou do livro O Verdadeiro Pai Natal e da figura de S. Nicolau.

Um programa sobre o verdadeiro sentido do Natal, numa época onde muitas vezes a abundância e o consumismo prevalecem.



Segue o comentário do Pe. Tony Neves:

«Jesus é o símbolo original do Natal. É o seu nascimento, em Belém, há mais de 2 mil anos, que o mundo celebra a 25 de Dezembro. Mas a Coca-Cola impôs ao mundo, pela via da publicidade e do marketing, o Pai Natal como símbolo laico desta quadra festiva. Sobre esta aparente vitória do Pai Natal sobre Cristo, há opiniões para todos os gostos. Há quem defenda que é uma substituição sem sentido, uma vez que Natal quer dizer nascimento e o que se celebra, de facto, é o nascimento de Jesus. Por isso, para esta corrente, tentar esconder o Menino por preconceitos anti-religiosos é um atentado à história e ao bom senso. Outros, porém, mostram-se indiferentes e até utilizam os dois, colocando lado a lado o Presépio e o Pai Natal, um como símbolo religioso do amor de Deus à humanidade e o outro como figura simpática que traz os presentes às crianças; outros, porém, só querem ver o Pai Natal nas ruas, nas escolas e nas empresas e nos postais de boas festas porque colocar Cristo é fazer uma opção religiosa e isso fere quem não for cristão... Enfim, são perspectivas muito radicais e escondem, lá bem no fundo, um sentimento anti-cristão que não faz qualquer sentido.

Por isso, acho que devemos todos ser tolerantes e cada um escolher os símbolos que querem para ornamentarem o seu Natal. Mas, como cristãos, devemos defender o Presépio e a Sagrada Família pois são símbolos desta opção de Deus de enviar o seu Filho para viver como um de nós e conseguir passar melhor para a humanidade o seu projecto de felicidade e salvação.

Por isso, mais não posso que desejar a todos os ouvintes do Luso Fonias um santo e feliz Natal na companhia das famílias. Que o menino que nasce seja sinal de festa e de esperança.»




Ouça este programa e os mais antigos na Telefonia

(menu do lado direito)

Madeirenses apoiam hospital franciscano da Guiné-Bissau

Os católicos da Madeira receberam, neste Natal, um apelo especial, destinado a auxiliar o Hospital do Mal de Hansen.

Situado na Missão Católica de Cumura, é dirigido pela Custódia de São Francisco de Assis, pertencente à Ordem Franciscana, sendo coadjuvado pela Congregação das Irmãs Franciscanas do Coração Imaculado de Maria. Foi fundado há algumas décadas pelo Bispo Franciscano D. Settímio Ferrazetta, sendo hoje considerado o hospital de referência da Guiné-Bissau, apesar de se deparar quotidianamente com enormes dificuldades materiais e financeiras.

A este hospital acorrem todos os doentes que, por serem extremamente pobres, não têm posses para ser tratados no hospital central da Guiné-Bissau, e todos os tratamentos nele dispensados são gratuitos.

Ali é prestada assistência na área da saúde materno-infantil, aos doentes (crianças e adultos) com doenças tão graves como Lepra, Sida, Tuberculose ou Malária. São ainda facultadas Consultas Externas na área de Clínica Geral, Medicina Interna e Pediatria. Esta Missão Católica, para além da prestação de cuidados de saúde também dispõe de uma valência no campo da educação, vocacionada sobretudo para os órfãos ou filhos dos doentes.

As necessidades mais prementes deste hospital são o financiamento para aquisição de medicamentos para o tratamento dos doentes, para a sua alimentação, e para aquisição de material de laboratório e novos equipamentos complementares de diagnóstico (tais como electrocardiógrafos, monitores cardíacos, desfibriladores, um aparelho de ecografias e um de raios x), manutenção do equipamento hospitalar, e por último e não menos importante, para adquirir gasóleo para manter em funcionamento o gerador do hospital (ali não existe electricidade) e para os veículos automóveis afectos ao mesmo.

Quem quiser apoiar o trabalho desenvolvido neste hospital guineense poderá depositar o seu donativo numa conta bancária da Caixa Geral de Depósitos aberta em Portugal para este efeito, cujo NIB é o seguinte: 003508220005736650052.



Médico e sacerdote missionário

Natural de Torres Novas, concelho da Sertã, Frei Victor Henriques sentiu o chamamento de Deus quando frequentava o 2.º Ano do Curso de Medicina na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa.

Este apelo não implicou o abandono da sua formação superior, antes pelo contrário. Pouco a pouco apercebeu-se de que o seu destino era ser médico e padre missionário. Entrou para a Ordem Franciscana em 1982, tendo tomado o hábito no ano seguinte, no Convento do Varatojo, em Torres Vedras.

Concluiu a sua licenciatura em 1986. Por um período de dois anos trabalhou nos Hospitais Civis de Lisboa, e neste período fez uma pós-graduação em Medicina Tropical, tendo em mente a sua primeira experiência missionária, em 1989, na Guiné-Bissau. No ano seguinte regressou a Portugal para terminar o Curso de Teologia e ser ordenado sacerdote, em Julho de 1996. Depois regressou, uma vez mais, ao hospital de Cumura, onde permaneceu por quatro anos, findos os quais voltou ao seu país.
Trabalhou no Centro Hospitalar de Torres Vedras ao mesmo tempo que se especializava em Medicina Interna, de modo a suprimir uma grave carência nesta área no hospital guineense, para onde regressou recentemente, sendo actualmente o seu único médico residente.

Em complemento à sua vital actividade clínica, não tendo mãos a medir para atender tantos doentes, dedica ainda uma parte da sua vida de missionário a pregar a Palavra de Deus. Como Franciscano, está junto dos mais pobres e desfavorecidos da sociedade, como médico, esforça-se por curar as maleitas corporais dos seus pacientes e, como sacerdote, trata ainda das suas almas. Presentemente com 48 anos, o Frei Victor Henriques é um verdadeiro exemplo de abnegação para os nossos dias.



Duarte Mendonça

Jornal da Madeira

Ser mulher migrante

2007 está a chegar ao fim e com ele termina o Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos.

Estamos em pleno século XXI, mas as mulheres ainda são vítimas de discriminação. Porquê? Por serem mulheres. E quando ao género se junta o facto de a mulher ser migrante, o panorama piora um pouco. Piora porque, além de serem mulheres, são discriminadas por serem mulheres estrangeiras a viver e a trabalhar em países, onde nem sequer conhecem a língua, os usos e costumes, os direitos e obrigações…

Mulher migrante foi o tema do Luso Fonias de 16 de Dezembro, que surgiu a propósito do Dia Internacional dos Migrantes celebrado a 18 deste mês.

Para nos falar deste assunto esteve connosco a Dra. Rosário Farmhouse, Directora do Serviço Jesuíta aos Refugiados, autora do livro Começar de Novo – Passo a Passo com Refugiados e Deslocados, condecorada Oficial da Ordem de Mérito do Infante D. Henrique pelo Senhor Presidente da República, em Março de 2003. Um vasto currículo de dedicação e apoio aos refugiados e migrantes. Não deixe de ouvir esta entrevista!




Segue o comentário do Pe. Tony Neves:

«Tempos houve em que a ousadia de partir para longe das suas terras era um quase exclusivo dos homens. Vimos isto no tempo das caravelas quinhentistas; verificamos o mesmo aquando da grande ‘invasão’ da América do Sul nos inícios do séc. XX; não foi muito diferente, numa primeira fase, a emigração portuguesa para a Europa central. Mas, a partir dos meados do séc. XX, as migrações mudaram de rosto e muitas mulheres entraram nesta onda das deslocações humanas. Hoje, mais que nunca, vemos em Portugal uma quantidade enorme de mulheres imigrantes, vindas dos quatro cantos do mundo, desde a China e as Filipinas, ao Brasil e ao Leste da Europa, sem esquecer as que chegam de muitos países de África.

As migrações no feminino colocam outro tipo de problemas, exigem outro tipo de acompanhamento e apoio. Não há lugar para ingenuidades e, por isso, todos percebem que uma migração feminina mal enquadrada facilmente pode degenerar em explorações fáceis, seja pela atribuição de trabalhos mal remunerados, seja pela exploração de carácter sexual onde algumas redes mafiosas operam e reduzem à completa escravidão centenas de mulheres que, muitas delas, até saíram das suas terras ao engano, assediadas por propostas de bons trabalhos e excelentes salários.

Há que apoiar muito as mulheres migrantes de forma a que todos os seus direitos sejam respeitados e vejam questões como o reagrupamento familiar resolvidas. Muitas mulheres chegam ao país de acolhimentos sós, mas precisam de, mais dia menos dia, mandar vir os seus maridos e filhos, logo que tenham as condições reunidas para tal. E, em muitos casos, as leis não favorecem a união da família.

Para muitos países, a saída de mulheres para o mundo da emigração tem sido uma graça, pelos excelentes resultados económicos e até pela abertura de perspectivas que esta nova situação permite e potencia. Em alguns casos que conheço, de mulheres imigrantes de Leste em Portugal, são elas que criam condições para lá na Ucrânia ou na Moldávia, construírem uma boa casa e, sobretudo, permitir aos filhos o acesso à escola e a condições de vida mais dignas que abrem a porta a um futuro melhor.»




Ouça este programa e os mais antigos na Telefonia

(menu do lado direito)

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Um Santo Natal


A
equipa do
Luso Fonias
deseja a todos
os colaboradores e
amigos


Um Santo e Feliz Natal!

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Este Natal ofereça um sorriso




Neste Natal de 2007, os Leigos Missionários da Consolata (LMC) portugueses lançam uma nova campanha chamada “Este Natal ofereça um sorriso”, em que cada benfeitor pode ajudar um aluno a sorrir e a estudar no ano lectivo de 2008 com apenas 45 euros anuais.


Esta ideia surgiu com Elizabeth e Ricardo Santos, Leigos Missionários da Consolata que trabalharam seis anos em Moçambique e em 2003 iniciaram um projecto de adopções de estudantes com algumas paróquias, o “Desafio para Moçambique”.


Desde essa data, este projecto tem apoiado dezenas de estudantes moçambicanos carenciados a continuar os seus estudos, com a ajuda de benfeitores espalhados por Portugal e com a ajuda dos leigos e dos missionários da Consolata que trabalham naquele país.


A missão dos LMC é apoiar estudantes órfãos ou filhos de famílias pobres, a terminar os seus estudos no 12º ano, através de uma adopção.


O objectivo do projecto “Desafio para Moçambique” é continuar a apoiar os cerca de 230 alunos e impedir que muitos deles deixem de estudar por falta de meios financeiros e de condições nas escolas dos missionários da Consolata.







NÃO DEIXE DE OFERECER UM SORRISO :)





Para mais informações, pode escrever para info@desafiomocambique.com e preencher o formulário no site www.desafiomocambique.com/.

Os media como elo de união entre povos lusófonos

O Luso Fonias de 9 de Dezembro dedicou a sua emissão ao papel dos meios de comunicação social como elo de união entre povos lusófonos. O nosso programa é um bom exemplo disso. É um programa que tem a colaboração de rádios dos países de expressão portuguesa, na rubrica Vozes da Lusofonia, e é transmitido em cerca de 20 rádios espalhadas pelos quatro cantos do mundo.

Ouça a entrevista ao Cónego António Rego que, no final de 2006, foi nomeado pelo Santo Padre, Bento XVI, Consultor do Conselho Pontifício das Comunicações Sociais do Vaticano. Uma entrevista com realização da Rádio Vaticano.



Segue o comentário do Pe. Tony Neves:

«O espaço lusófono é largo, populoso, rico em termos de diversidade cultural e património literário, histórico e arquitectónico. Como gerir esta riqueza de maneira a potenciar as boas relações que existem entre quantos falam português e têm uma longa história em comum?

Os media são um extraordinário elo de ligação entre toda a lusofonia, de Portugal a Macau e Timor-Leste, sem esquecer os milhões de lusófonos espalhados pelo mundo que não falam a nossa língua.

Os meios de comunicação social têm a missão de construir pontes, informando, formando e divertindo, amplificando notícias, ideias, cultura e debate.
A criação da VOX, associação mundial de rádios de inspiração cristã da lusofonia é, talvez, o gesto mais profético e mais simbólico desta vontade de criar elos de união entre todos. Também este programa, Luso Fonias, fala alto desta convicção de que falar português une e a conversar e debater grandes temas de actualidade podemos todos aprofundar laços e avançar. Seria importante que os países lusófonos com mais capacidade financeira dessem um apoio significativo aos media que produzem programas e apostam neste encontro de povos e culturas.

Se houver vontade política, não há longe nem distância e a lusofonia pode tornar-se um espaço de maior mútuo conhecimento e de mais fraternidade. E, mais uma vez, os meios de comunicação social desempenham um papel decisivo. Há que fazer o que está ao nosso alcance para que o espaço lusófono se torne numa pequena aldeia onde as pessoas se conheçam, se encontrem e se apoiem mutuamente.»




Ouça este programa e os mais antigos na Telefonia

(menu do lado direito)

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Parabéns Rádio Nova

A Rádio Nova – emissora cristã de Cabo Verde – está de parabéns pelos seus 15 anos de vida.




Uma parceira do Luso Fonias que está neste projecto de encontro de vozes e culturas desde o início. Uma parceira que tudo faz para participar no programa e que, apesar de distante, tenta sempre estar em contacto e colaborar com a equipa de Portugal.




Parabéns ao Director, Pe. António Fidalgo, e a toda a equipa. Que a vossa entrega e dedicação se reflicta em muitos sucessos radiofónicos!









História da Rádio Nova




«Desde sempre os capuchinhos sonharam contribuir para o melhoramento da comunicação entre as ilhas. A primeira iniciativa de relevo que apareceu no início dos anos 60 foi a do Padre Pio Gotin com o boletim Repique do Sino, lido em Cabo Verde e na emigração, tanto pelo povo simples como por intelectuais.




Seguiu-se o Jornal Terra Nova, fundado em Abril de 1975, com incursões não somente na área religiosa como também na socio-política.




Entretanto, nos finais dos anos 70, os capuchinhos apresentam ao então Ministro da Justiça um pedido de criação de uma rádio, pedido esse que teve uma resposta negativa, tendo o ministro invocado o facto de as leis não permitirem a existência de rádios privadas, mesmo que fossem da Igreja.




Mas os capuchinhos não desistiram da ideia. Em 1977, tendo verificado que havia no ar sinais de mudança a nível de regime, começaram a trabalhar no projecto. Em 1990 o regime do partido único anuncia abertura política e em 1991 têm lugar as primeiras eleições livres e democráticas no país. Nenhum impedimento de ordem política ou jurídica impediam o projecto de avançar. Em 17 de Dezembro de 2002, a Rádio Nova mandou para o ar e para todas as ilhas os seus primeiros programas. 17 de Dezembro é, pois, uma data importante não só para os capuchinhos, como também para toda a Igreja e todo o nosso país, visto que pois foi nesse dia que surgiu a primeira rádio privada do período pós-independência.» Rádio Nova Online















Visite esta rádio em www.radionovaonline.com


sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Igrejas esperam compromissos em favor do desenvolvimento

Conferências episcopais da Europa e África pedem fim das «novas formas de escravatura»



As Conferências Episcopais da Europa e África enviaram aos participantes na cimeira de Lisboa um documento no qual pedem compromissos efectivos em favor do desenvolvimento e contra as "novas formas de escravatura do nosso tempo".

A mensagem dirige-se aos cinco presidentes europeus e 35 africanos e 15 primeiros-ministros europeus e 12 africanos que participam em Lisboa na II Cimeira União Europeia/África, ao longo deste fim-de-semana.

A Igreja manifesta-se contra a "contínua exploração dos recursos de África", com as consequências que tal acarreta para as populações africanas, e lamentam a "fuga de cérebros" rumo à Europa.

Os Bispos católicos destes continentes indicam como prioridade o combate ao trabalho infantil, ao tráfico de mulheres e crianças, à discriminação dos migrantes e o "escândalo" da exploração de mulheres e menores para abusos sexuais.

O texto foi assinado em Elmina, no Gana, localidade utilizada para o tráfico de descravos, pelo presidente do Simpósio das Conferências Episcopais de África e Madagáscar e pelo vice-presidente do Conselho das Conferências Episcopais da Europa.

Os episcopados pedem a inversão da "actual tendência de exploração", através da ratificação, implementação e reforço de convenções entre os governos de África e da Europa.

Aos responsáveis políticos, a Igreja recomenda "a prática de uma boa governação, a honestidade, a responsabilidade e a transparência, a promoção da democracia, a educação para todos, o respeito pela lei e a luta contra a corrupção".

Ontem, delegações de oitenta países e representantes das Comissões da União Africana (UA) e da União Europeia (UE) reuniram-seno Egipto, onde aprovaram um comunicado final e ouviram a Declaração de Lisboa, que será apresentada na Cimeira UE/África.

A Declaração de Lisboa, documento que será apresentado na Cimeira UE/África, em Lisboa, e que foi lida durante a reunião, define uma nova parceria, baseada na interdependência e igualdade de soberania e respeito que envolve a África como um todo.


Devoção a Nossa Senhora

O Luso Fonias de 2 de Dezembro teve uma emissão intitulada “Devoção a Nossa Senhora”, um programa que surgiu a propósito do Dia da Imaculada Conceição, a 8 de Dezembro, e que contou com uma entrevista realizada pela Rádio Aparecida (Brasil). Não deixe de ouvir a conversa com o Pe. Vicente André, assessor de comunicação do Santuário Nacional de Nossa Senhora de Aparecida, São Paulo.



Segue o comentário do Pe. Tony Neves:

«O mundo inteiro celebra, a 8 de Dezembro, a Solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora. A devoção dos católicos à mãe de Jesus é muito forte, como se percebe bem pelo número de Igrejas e Santuários que lhe são particularmente dedicados.

Tive a oportunidade de visitar alguns dos santuários marianos onde são milhares e milhares os peregrinos e devotos que ali vão para rezar. Recordo as multidões que encontrei no México, aquando da festa de Nossa Senhora de Guadalupe, no Santuário a ela dedicado, em memória da aparição da Virgem ao jovem indígena Juan Diego. Estive já em Lourdes, na França, onde Nossa Senhora apareceu, sobretudo, para valorizar a dimensão da cura por parte de Deus; fui ao Santuário Nacional brasileiro da Senhora da Aparecida, marcado pela gratuidade da relação com Deus pois, como dizia o Reitor, ali ninguém vai pedir nada, só agradecer. Em Angola, com a paz implementada, muitos dos caminhos da fé deste povo católico vão dar ao santuário de Nossa Senhora da Muxima, nas margens do grande e belo Rio Kuanza. E, claro está, não posso esquecer o ‘altar do mundo’ que é Fátima, onde uma Senhora mais brilhante que o sol, apareceu a três crianças no longínquo ano de 1917. Eram tempos cruéis de guerra para a Europa e a mensagem da Senhora era de paz, com a condição de haver conversão e oração. A este nível, 90 anos depois, a Mensagem de Fátima mantém uma actualidade extraordinária. Não é por acaso que continuam a chegar ao santuário milhões de pessoas por ano, transformando Fátima na capital da Fé e da Esperança.

A devoção católica a Nossa Senhora tem algumas expressões populares que os tempos consagraram: recordo particularmente a recitação do Rosário.

Maria vai continuar a ser a grande referência de radicalidade cristã para todos. Como Mãe, trará à humanidade que crê a ternura, a dedicação e a alegria que a maternidade traz consigo. Daí não estranhar tanta devoção por parte dos seus filhos.»






Ouça este programa e os mais antigos na Telefonia

(menu do lado direito)

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Já encomendou? É só até dia 10 de Dezembro!!!

Se não encomendou, do que está à espera?!?! Está à espera de neste Natal oferecer os presentes do costume? Uma caixa de bombons que só provoca acne e contribui para mais uns números na balança. Um perfume que muitas vezes o presenteado detesta o aroma, mas que faz aquele sorriso simpático para nos agradar. Uma caneta cara e bonita, mas que na verdade nunca usamos e optamos sempre pelas tradicionais BIC. Vá lá… marque este Natal pela diferença, ofereça um Presente Solidário!






Cabo Verde – 3 Livros Escolares – 6 €


Uma das regras do desenvolvimento diz que devemos dar a cana e ensinar a pescar em vez de dar o peixe. Em Cabo Verde, a educação é, nesta altura, uma das principais apostas rumo ao desenvolvimento.


Estes livros vão integrar-se em Bibliotecas e ajudar alunos de escolas de Cabo Verde a aprender mais e melhor para poderem no futuro trabalhar pelo progresso do seu país.












Guiné-Bissau – 24 Tijolos – 18 €


A aposta nas infra-estruturas educativas continua a ser uma prioridade na Guiné-Bissau. Este ano são precisos tijolos para a ampliação dos Centros de Desenvolvimento Educativo em Calequisse.


Este Centro tem uma biblioteca aberta aos estudantes e um centro de recursos para os profissionais da educação, onde se realizam diversas actividades de âmbito educativo e sócio-cultural.





São Tomé e Príncipe – Bata Escolar
– 8 €


Em São Tomé a Diocese tem a funcionar centros de acolhimento de meninas, abandonadas pelos pais, porque morreram ou simplesmente não têm condições económicas para as sustentar.


As batas que serão oferecidas permitem-lhes vestir-se dignamente e usar algo que as torna iguais às outras crianças com quem convivem na escola e no dia-a-dia.






Angola – Caixa de Costura – 22 €


Em Angola muitas mulheres não têm as oportunidades que merecem para ter uma vida diferente.


As caixas de costura que serão entregues vão permitir que elas iniciem os seus próprios negócios e assim consigam combater a discriminação de género que sofrem na sociedade.






Brasil – Depósito de Água – 24 €


A água é um bem cada vez mais escasso. Na floresta da Amazónia a situação é preocupante: sem possibilidades de armazenamento de água, as populações vêem-se obrigadas a retirar a água do rio, que não é potável, e ficam sujeitas a muitas doenças.


Estes depósitos vão permitir às famílias captar a água das chuvas e armazenar a pouca água canalizada que chega, diminuindo o risco de doenças.






Moçambique – Jogo de Panelas – 9 €


Muitas vezes pensamos que ter comida é suficiente para sobreviver. No entanto, muitas famílias em Moçambique não têm possibilidades económicas de ter o necessário para cozinhar.


Estas panelas vão permitir que famílias inteiras se alimentem com mais qualidade, e com isso ter uma vida mais saudável.






Timor-Leste – Kit de Higiene
– 16 €



Uma das mais novas nações do mundo é também uma das mais carenciadas. Uma das necessidades que tem sido apontada como importante, diz respeito a acções de sensibilização na área da Educação para a Saúde.


Através deste kit de higiene vão ser entregues bens necessários à prevenção e combate de doenças, proporcionando melhores condições de vida aos timorenses












Encomende aqui!






Para saber mais,

visite o site da campanha
Presentes Solidários 2007.

Dia Internacional do Voluntariado


5 de Dezembro de 2007

Programa





LISBOA



Local: Espaço Ágora



Horário: 18h às 22h



Formato:



18h às 20h – Espaço de convívio. Jogos dinâmicos para fomentar a partilha e conhecimento mútuo entre voluntários de diversas organizações.



20h às 21h – Comida / Bar



21h às 22h – Espaço de convívio. Espaço Cultural aberto: espaço a ser construído pelos próprios voluntários.






Simultaneamente:



- Exposição de fotografia


- Informação sobre ONGD membro do grupo




Valor da entrada: 3€


Contacto: info@plataformaongd.pt






COIMBRA


Promovido por: Saúde em Português


19h – Jantar convívio


21h às 24h - Café Santa Cruz


Lançamento do livro Ser Solidário


Colóquio - café de testemunhos e grupo de música cabo-verdiana


24h – Discoteca Via Latina


Exposição de fotografia


Noite de convívio de voluntários





Contacto: saudeportugues@gmail.com
Para participar nesta(s) iniciativa(s), é preciso fazer inscrição através da organização com quem fez voluntariado, ou directamente junto da organização promotora (sendo neste caso necessário entregar um comprovativo de acção voluntária realizada no âmbito de uma das associadas da Plataforma).




Para saber mais: info@plataformaongd.pt






PORTO


O GAS' África organiza uma Exposição de Fotografias no próximo dia 5 de Dezembro - Dia Internacional do Voluntário - na Universidade Católica Portuguesa, Campus FOZ, pelas 18:30h, junto ao Auditório Ilídio Pinho.







PARTICIPE!

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Campanha de Natal




Todos os anos, pela altura do Natal, pensamos naqueles que passam mais necessidades, nos mais pobres. À semelhança do ano passado, neste Natal de 2007 a Fundação Evangelização e Culturas (FEC) dá-lhe a oportunidade de oferecer um presente que ajuda a mudar as vidas de inúmeras famílias desfavorecidas.


Estes presentes são destinados às comunidades mais carenciadas dos países lusófonos, e visam melhorar a sua qualidade de vida, em áreas tão diferentes como a educação, a saúde e a alimentação.


O desafio é este: e se em vez de um presente banal, oferecesse aos seus amigos e familiares algo que contribui para melhorar a vida destas pessoas?


O processo é simples: escolha um presente no nosso catálogo, encomende à FEC em nome de um amigo seu e receba em troca um certificado, em formato de postal, para personalizar e entregar a esse amigo. Assim, o seu amigo oferece, por exemplo, uma caixa de costura a uma mulher em Angola que poderá dar um rumo à sua vida, iniciando um negócio próprio e combatendo a discriminação de género que sofre na sociedade em que está inserida.


Os 7 presentes que propomos são escolhidos em conjunto com os nossos parceiros no terreno, que são quem melhor conhece as populações e o que lhes faz mais falta. São estes parceiros que terão como tarefa a sua distribuição, garantindo que estes produtos cheguem efectivamente a quem mais precisa.


No ano passado, a campanha Presentes Solidários recolheu 1.400 presentes, que foram distribuídos pelos sete países, beneficiando 1.400 famílias.


Estamos convictos que este é um pequeno gesto que vai fazer a diferença para todas as famílias que o receberem.






Jorge Líbano Monteiro


Administrador da FEC







Ofereça um presente original!




Clique
aqui para fazer a sua encomenda.

Testemunhos de Missão

A 5 de Dezembro comemora-se o Dia Mundial do Voluntário, um dia que serviu de mote para o Luso Fonias, de 25 de Novembro, homenagear todos os que se dedicam à ajuda ao próximo.

Para partilhar as experiências desta virtude que é ser voluntário, tivemos na nossa companhia Elizabeth e Ricardo Santos, marido e mulher, Leigos Missionários da Consolata que no ano 2000 partiram como voluntários para Moçambique e por lá permaneceram durante seis anos, na terra que viu os seus filhos nascer. Ouça esta entrevista!



Segue o comentário do Pe. Tony Neves:

«Mais de 30 missionários e missionárias estiveram reunidos em Viana do Castelo, no norte de Portugal, de 20 a 23 de Novembro, na Assembleia Anual dos Animadores Missionários ‘Ad Gentes’, ou seja, membros de Congregações que têm apostado no trabalho de evangelização e promoção humana fora de Portugal.

Ao escutar a apresentação de cada um e cada uma, percebemos que estamos diante de alguém que tem uma história original para contar, desde as razões da sua vocação missionária até à diversidade de situações missionárias por onde foram passando e dando a vida. São testemunhos que falam alto da alegria da dedicação de toda uma vida à causa dos mais pobres e excluídos. E calam fundo.

Mas, ao falar de testemunhos de missão, não posso esquecer a nova era da Igreja portuguesa marcada pelo envio de leigos para as antigas linhas da frente da Missão. É uma revolução silenciosa, pois há menos de 20 anos só os membros de congregações missionárias partiam rumo à África, América, Ásia ou Oceânia. Hoje há em Portugal cerca de 50 entidades que formam, enviam e acompanham leigos na Missão lá fora. Trata-se de uma nova vaga de missionários com características muito próprias que as Igrejas locais, aqui na Europa, ainda não conseguiram capitalizar, em termos de evangelização, na hora do seu regresso.

O Papa Paulo VI escreveu, há muitos anos, que as pessoas olham mais facilmente e com mais admiração para as testemunhas que para os sábios. E se olham também para os sábios é porque, ao mesmo tempo, também são testemunhas. Ou seja, as teorias não convencem. São precisas as convicções convertidas em testemunho, em coerência de vida quotidiana.

Às portas de um ano que será marcado por um Congresso Missionário em Portugal, há que investir na apresentação de testemunhos da Missão. Só estes cativam e darão à Igreja um rosto Mais comprometido e evangélico.»






Ouça este programa e os mais antigos na Telefonia

(menu do lado direito)

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Trabalho infantil: o brinquedo perdido

Sabia que há 200 milhões de crianças sujeitas a exploração infantil? Números assustadores que nos alertam para a necessidade de tomarmos medidas para combater o trabalho infantil.

A 20 de Novembro de 1959 foi adoptada, pela Assembleia Geral das Nações Unidas, a Declaração dos Direitos da Criança. Uma Declaração que afirma a importância de todas as crianças terem necessidade de protecção e de atenções especiais. No entanto, quase meio século depois, parece que ainda há muitas crianças que vêem o seu brinquedo perdido nas longas horas de trabalho a que são sujeitas. O trabalho infantil ainda é uma realidade do século XXI. E, por muito que julguemos que é uma realidade dos países mais pobres, o que é certo é que muitas vezes esta realidade está bem próxima de nós.

O Luso Fonias de 18 de Novembro tem como tema “Trabalho infantil: o brinquedo perdido”. Para nos falar deste assunto, esteve na nossa companhia o Dr. Paulo Bárcia, Director do Escritório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) em Lisboa.



Segue o comentário do Pe. Tony Neves:

«Se o melhor do mundo são as crianças há que investir nelas o máximo. É urgente que todos nós demos as mãos com o objectivo de reunir as condições necessárias à garantia de cuidados elementares de saúde para todas as crianças, bem como a sua escolaridade mínima.

Ao olharmos o mundo dos pobres, reparamos com facilidade que, numa lógica de sobrevivência, muitas crianças passam o dia a fazer pequenos trabalhos que as ocupam e impedem de ir à escola. Desta forma, a lógica da sobrevivência mata o futuro.

O trabalho infantil é um flagelo, uma violação frontal dos direitos das crianças. Há que denunciá-lo e, mais do que isso, há que criar condições para que as crianças possam ser crianças e crescer como tal. Em muitos casos, são vítimas de ganâncias desmedidas de empregadores sem escrúpulos que exploram os menores só para engordarem à custa dos mais pequenos e indefesos.

Mais dramática e desumana é a exploração infantil para fins sexuais. Um abuso inqualificável que faz correr rios de dinheiro e engorda máfias, algumas delas com tentáculos multinacionais.

Há que trabalhar, à escala do mundo, por mais justiça. Há que criar movimentos de cidadania que bloqueiem tudo o que cheire a fruto de trabalho infantil, denunciando, fazendo boicotes a produtos e serviços onde se explorem crianças e adolescentes. Há que ajudar a combater a pobreza, a construir escolas e postos de saúde, a desenvolver mentalidades e tecnologias que permitam aos governos dos povos atacar frontalmente este drama.

Só quando os direitos das crianças forem respeitados, Fernando Pessoa ganhará razão. Aí sim, o melhor do mundo são as crianças.»





Ouça este programa e os mais antigos na Telefonia

(menu do lado direito)

Contos em Viagem – Cabo Verde






Após a estreia em Cabo Verde, no Festival Mindelact, e a sua apresentação em itinerância por diversas cidades portuguesas, Contos em Viagem – Cabo Verde é agora apresentado em Lisboa, no Teatro Meridional, de 8 de Novembro a 15 de Dezembro.





É um espectáculo baseado em textos que, apesar de terem um contexto e geografia particulares, dizem da universalidade das emoções e este espectáculo, especificamente, fala de Cabo Verde, em Língua Portuguesa e também no seu crioulo.





No cais imenso que é a ilha, contam-se “pedaços” de estórias e poemas, como quem canta e reza. Uma actriz e um músico fazem da literatura o pretexto da viagem e, como itinerário, as palavras de autores cabo-verdianos.





Os textos irão atravessar o tempo, cruzar as ilhas, visitar poetas e escritores, dar voz e ritmo a personagens, a sensibilidades, a imaginários das estórias da história, num lugar a falar de si mesmo.





Este é o segundo espectáculo realizado no âmbito do projecto Contos em Viagem, que visa criar vários espectáculos com base no universo literário de cada um dos países da Lusofonia. Para saber mais, clique aqui.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Kanema – Festival Internacional dos Cinemas Africanos


De 21 a 30 de Novembro decorrerá, nos Cinemas Quarteto em Lisboa, o Kanema – Festival Internacional dos Cinemas Africanos, que já vai na sua 3ª edição e que este ano homenageia Ousmane Sembène, realizador e produtor senegalês, frequentemente denominado o pai do cinema africano.


A realização deste festival tem o objectivo de estimular o conhecimento das múltiplas realidades do continente africano, bem como difundir os olhares, temáticas e expectativas dos seus criadores contemporâneos.


No entanto, para a realização deste evento, há a necessidade de recursos humanos para o acolhimento e recepção das pessoas, encaminhamento para a sala e apresentação dos filmes a exibir. Caso tenha algum tempo disponível e queira oferecer-se como voluntário, entre em contacto com a organização através do e-mail: info@tamarindo.pt ou dos tlm: 964 338 380 / 964 336 936.

Exemplo





«O homem acredita mais com os olhos do que com os ouvidos. Por isso longo é o caminho através de regras e normas, curto e eficaz através do exemplo.» Séneca


quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Cooperar em português

A cooperação para o desenvolvimento destina-se a apoiar regiões, países e comunidades em vias de desenvolvimento, num contexto de desequilíbrio da repartição dos recursos e oportunidades a nível mundial. A cooperação procura ainda contribuir para a melhoria sustentável das condições económicas, sociais, ecológicas e políticas e promover os direitos humanos, a democracia, o combate à pobreza, assim como a prevenção de crises e conflitos a nível mundial.

Em Portugal, há várias organizações que actuam numa lógica de cooperação para o desenvolvimento. O Luso Fonias de 11 de Novembro esteve à conversa com duas destas organizações, responsáveis pelo projecto EduSaúde em Timor-Leste. Não perca a entrevista a Daniela Costa, da Província Portuguesa da Ordem Hospitaleira de S. João de Deus, e a Pedro Costa Jorge, da Fundação Evangelização e Culturas.




Segue o comentário do Pe. Tony Neves:

«Construir pontes entre povos e culturas é apostar na partilha de riquezas. Diz o provérbio que ninguém é tão pobre que não tenha nada para dar e ninguém é tão rico que não tenha nada para receber. A cooperação deve assentar não na base de interesses, mas na vontade de partilhar as riquezas que se têm para que todos saiam mais enriquecidos desta partilha.

A cooperação entre os povos que vivem no espaço lusófono é uma realidade que merece ser avaliada. Há uma vontade, por parte de todos os países envolvidos, de valorizar a formação dos estudos da língua e cultura que estão na base da lusofonia. Sendo o português a língua oficial, há que estudá-lo bem, não por uma questão ideológica de carácter neocolonial, mas por uma questão cultural e de comunicação. Todos os países do espaço lusófono deveriam fazer um grande esforço de valorizar cada vez mais esta língua que nos é comum, sem esquecer, é claro, as outras línguas nacionais e étnicas que constituem a alma dos diferentes povos que compõem os nossos países.

Mas a cooperação não se faz só ao nível da língua e da cultura. Faz-se, igualmente, ao nível de desenvolvimento e tecnologia, com o apoio na construção de escolas, centros de saúde bem como na montagem de estruturas ligadas às comunicações, à informática, à agro-pecuária, ao vastíssimo mundo empresarial. Sempre com o objectivo de ajudar os mais pobres a crescer e a tornarem-se mais independentes e auto-suficientes.

Portugal não tem sido o melhor exemplo no que diz respeito aos dinheiros disponíveis para a cooperação. Os tempos de crise tão falados e debatidos não ajudam a apostar em força na cooperação. Mas, em contrapartida, aumentam cada ano os voluntários que partem em Missão de solidariedade sem fronteiras. Verdade seja dita que, regra geral, partem sem qualquer apoio do governo português. Mas esta cooperação feita por uma causa nobre, sem estar atrelada a interesses económicos e financeiros, dá um toque solidário que continua a fazer falta à humanidade. Afinal de contas, a gratuidade é um valor humano indiscutível e é tão pouco praticado. Honra seja feita a esta leva de voluntários que partem em todas as direcções do globo e ali, de forma gratuita, ajudam a construir pontes entre os povos e fazem a experiência de uma partilha de vida e de cultura que torna o mundo mais rico. É bom continuar a apostar nesta frente da missão solidária.»






Ouça este programa e os mais antigos na Telefonia

(menu do lado direito)

domingo, 11 de novembro de 2007

Reportagem Fotográfica do IV Encontro das Rádios Lusófonas

Porquê um Encontro de Rádios Lusófonas?





Ir. Fátima Cavate, Directora Administrativa da Rádio Ecclesia (Angola)






Ir. Idalina Patia, Directora da Nova Rádio Paz e Vice-Presidente da ARCAMO (Moçambique)






António Pinelli, Presidente da Unda/Signis (Brasil)






Pe. António Fidalgo, Director da Rádio Nova (Cabo Verde) e Vice-Presidente da Direcção da VOX






Pe. Victorino Lucas, Director da Rádio Pax (Moçambique)






D. Abílio Ribas, Bispo Emérito de São Tomé e Príncipe




«Foram dias de partilha, discussão, mas sobretudo dias de amizade, fraternidade e de ajuda mútua. A célebre frase que tanto se ouve em África, "estamos juntos", esteve presente neste Encontro. Estamos juntos neste caminhada, com dificuldades por ultrapassar, com sucesso por alcançar, mas estamos juntos.



Foram dias de reencontros, mas também de encontros. Dias de emoção. Pessoas que trabalham juntas há três anos, numa lógica de trabalho à distância proporcionada pelo programa radiofónico Luso Fonias que reúne diversas rádios de todo o espaço lusófono, puderam finalmente conhecer os rostos de quem semanalmente colabora neste programa.



Foram dias de conquistas. O Luso Fonias angariou mais duas rádios parceiras de Moçambique, a Nova Rádio Paz e a Rádio Pax, que não só vão começar a retransmitir o programa como vão colaborar na rubrica Vozes da Lusofonia.



Foram dias de incentivo e ânimo para continuar nesta luta constante por um mundo melhor, um mundo com menos desigualdades, um mundo com um Norte mais próximo do Sul, um mundo onde a comunicação seja a ponte entre vozes e culturas.»


Adelaide Elias,

Produtora do Luso Fonias




Para ler na íntegra a conclusão do IV Encontro das Rádios Lusófonas Católicas, clique aqui.


O lugar do comunicador cristão nos tempos de hoje

Por Pe. Tony Neves



A primeira reacção da hierarquia da Igreja aos novos media, à medida que eles apareceram e ganharam lugar na sociedade, foi negativa. Adivinhavam-se efeitos muito perversos e contrários ao Evangelho. Passado o choque do primeiro impacto, o Concílio Vaticano II espanta toda a gente com o documento ‘Inter Mirifica’, publicado em 1963, onde se diz que os meios de comunicação social são maravilhosos e possuidores de uma grande capacidade de amplificar os valores humanos e cristãos. Tudo mudou a partir daí. (…)

O ano da morte de João Paulo II (2005) é marcado por dois documentos sobre os media: ‘o Rápido Desenvolvimento’ e a mensagem do Papa para o Dia Mundial das Comunicações Sociais. Aqui, J. Paulo II, pede que se estabeleçam pontes entre povos e pessoas e que se criem laços de solidariedade sem fronteiras entre os que já navegam pelas modernas tecnologias da informação e os que são info-excluídos.

Lutar contra a info-exclusão deverá uma das missões da Igreja nos tempos que se seguem. Em nome da justiça e do Evangelho. (…)



Media hoje – questões de fundo

1. Comunicação: realidade transversal (afecta tudo e todos)

2. A civilização do efémero – homem ligth

3. O alto risco da concentração mediática

4. O fabrico de figuras públicas. Quem não passa pelos media não existe

5. Sacrifícios no altar das audiências. As influências do tele-lixo

6. A toda-poderosa publicidade

7. A fachada dos media impressos e internet (capas e homepages): as novas vitrinas

8. Contra-programação e defesa do consumidor mediático

9. Media-pessimista ou media-optimista? Critérios, balizas e valores de fundo

10. Formar para a cidadania responsável / gerar motivações

11. Ao serviço do encontro de civilizações e de culturas

12. O risco de amplificar os gritos dos pobres e o poder de gerar ondas de solidariedade

13. Os media ao serviço dos direitos humanos. Que missão em tempo de guerra?

14. Circular na 'auto-estrada' -a Internet

15. Apostar na 'epikeia' - consciência como 'anti-vírus' com up-date (…)



Estamos num tempo marcado por dinamismos mundiais e é importante que os valores cristãos sejam propostos para contrariar os efeitos perversos da globalização.

Num mundo secularizado, a Igreja tem de ter a coragem de anunciar o Evangelho numa perspectiva de primeira evangelização. Há a convicção de que o Evangelho faz falta à humanidade.

Num mundo de tirania cultural, há que defender os povos que vêem as suas culturas ameaçadas pelos grandes interesses económicos e políticos.

Num mundo marcado pela opressão económica das grandes multinacionais e grupos, é urgente investir na solidariedade com os mais pobres e excluídos.

Num mundo onde o que conta é a produção, há que investir na pessoa e nos seus valores de fundo.

Numa sociedade mediática em que só existe quem passa pelos meios de comunicação social, há que investir na promoção de uma verdadeira comunicação que estabeleça pontes entre povos e pessoas.

Num mundo tão marcado pela violência e pela guerra, há que dar tudo por tudo para que a paz vença e se aposte nos sempre difíceis caminhos da reconciliação.




Para ler na íntegra o artigo da participação do Pe. Tony Neves no IV Encontro das Rádios Lusófonas Católicas, clique aqui.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Liberdade e Cidadania

A Declaração Universal dos Direitos do Homem, adoptada a 10 de Dezembro de 1948, afirma no seu artigo 1º que: “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade”.

O Luso Fonias, do passado dia 4 de Novembro, esteve à conversa sobre liberdade e cidadania, procurando saber como podemos exercer os nossos direitos e participar activamente na sociedade, porque ser cidadão é participar na construção de um futuro que é comum a todos.

Em estúdio esteve o Professor Doutor João Carlos Espada, Director do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa e Director da Revista Nova Cidadania.



Segue o comentário do Pe. Tony Neves:

«Ninguém se pode demitir de dar o seu contributo para que o mundo seja mais humano e fraterno. A cidadania é um valor decisivo para que as sociedades sejam um espaço onde todos têm lugar e onde todos dão o seu melhor a favor da paz e da justiça.

O exercício de uma sã cidadania supõe o respeito pela dignidade humana e pela liberdade dos cidadãos. Ora, isto é que nem sempre acontece e a história está manchada por períodos onde os direitos humanos não foram respeitados e, por isso, as pessoas não tiveram condições para construir, de mãos dadas, o seu presente e o seu futuro.

A 27 de Outubro, em Viana do castelo, realizou-se o IX Fórum Ecuménico Jovem. Depois de uma manhã de reflexão em grupo (eram uns 250 jovens de Portugal inteiro), a tarde foi de saída à rua à procura de sinais que mostrassem luzes e sombras na cidade. O grupo que acompanhei foi até ao grande monumento à liberdade, situado junto ao rio Lima. Ali está um grande arco de ferro com alguns elos de uma corrente colocados lá em cima, enquanto que outros elos estão no chão, dando a clara noção de que a corrente está partida. A liberdade como valor foi o centro de uma discussão muito bonita feita por estes jovens que querem um futuro melhor, com valores... mas todos concluíram que não há liberdade sem empenho, sem compromissos de cidadania.

O mundo atravessa um momento difícil porque violências, guerras, desigualdades gritantes, injustiças, pobreza... parecem ter conquistado parte do nosso mundo sem que os efeitos positivos da globalização se façam sentir para milhões e milhões de pessoas. O sentido de uma cidadania responsável também terá efeitos à escala planetária na medida em que os governos criem mecanismos de combate à pobreza que equilibrem a história da humanidade. Os tão falados objectivos do milénio para o desenvolvimento, assinados por todos os líderes políticos do mundo no ano dois mil, continuam a ser letra morta. Há que dar-lhes vida, em nome dos cidadãos e da justiça a que todos têm direito.»



Ouça este programa e os mais antigos na Telefonia

(menu do lado direito)


Recordar Idalina Gomes

Um ano depois da morte da missionária portuguesa, os Leigos para o Desenvolvimento assinalam a data com celebrações eucarísticas







Faz hoje um ano que Idalina Gomes, uma leiga missionária portuguesa, e o Pe. Waldyr dos Santos, brasileiro, foram assassinados em Moçambique.




A missionária portuguesa encontrava-se ao serviço da Organização Leigos para o Desenvolvimento, que não querem deixar passar esta data. Assim, vão ser celebradas eucaristias nos vários núcleos regionais:

Lisboa, na Igreja do Colégio S. João de Brito, pelas 20h.

Em Coimbra, na Capela do CUMN - Centro Universitário Manuel da Nóbrega (Rua José Falcão 4 - Rua da Secretaria Geral, junto à Biblioteca Joanina), pelas 19h
No Porto, na Capela do CREU-IL - Centro de Reflexão e Encontro Universitário Inácio de Loyola (Rua Oliveira Monteiro, 562) , pelas 19h15.

Em Braga, na Capela do CAB - Centro Académico de Braga (Pç. da Faculdade, 16), pelas 19h15.

Os Leigos para o Desenvolvimento convidam a estar presentes e que se queiram associar através da oração.

No próximo Sábado, dia 10, será celebrada a Eucaristia, em Aguiar da Beira - de onde Idalina Gomes era natural - pelas 15h. A família da missionária estará presente e convida todos os que queiram unir-se a eles.




A Organização Leigos para o Desenvolvimento, toda sua edição do mês de Novembro, a Idalina Gomes. Hilário David, Presidente da direcção escreve na publicação que “um ano depois, queremos recordar uma vida que se deu totalmente aos outros. E ao recordá-la, tornamos presente o sentir e agir de tantos que já partiram ou que querem continuar a partir abraçando este projecto de ser LD”.

Idalina Gomes, uma leiga missionária portuguesa, encontrava há um ano, a trabalhar na Missão da Fonte Boa, situada numa zona remota da província de Angónia, a mais de 200 quilómetros de Tete, capital da província com o mesmo nome, junto da fronteira com o Malawi, quando foi assassinada a 6 de Novembro de 2006. Estava ao serviço da Organização “Leigos para o Desenvolvimento”.

A jovem missionária era natural de Aguiar da Beira. Morreu na sequência de um ataque levado a cabo por um grupo armado, na residência jesuíta onde se encontrava. Na ocasião foi ainda assassinado o Pe. Waldyr dos Santos, brasileiro de 69 anos, tendo ficado feridos outros dois religiosos.




Em julgamento

Os suspeitos do crime começaram a ser julgados em Agosto último.
Em tribunal, onde está a ser julgado o “Crime da Fonte Boa”, os seis arguidos ouvidos nas audiências negaram as acusações do Ministério Público (MP). Dois cidadãos do Malawi, também suspeitos de envolvimento no duplo homicídio, são julgados à revelia por se encontrarem a monte.

Os seis arguidos, terão cometido, em co-autoria, os crimes de homicídio qualificado, tentativa de homicídio, ofensas corporais, furto qualificado e simples e de associação criminosa, segundo a acusação, citada pelo jornal moçambicano ‘Notícias’.
O MP considera como circunstâncias agravantes “o facto de o grupo ter agido de forma premeditada, por mais de duas pessoas, com recurso a arrombamento, em lugar sagrado e a coberto da escuridão da noite”, e realça ainda que estavam em “superioridade em relação às vítimas, considerando a idade, sexo e posse de arma”.





sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Dez anos da VOX – Determinação com futuro







Seríamos tentados a ficar em contemplação do que foi a caminhada de arranque, estruturação e implantação da VOX – Associação Mundial das Rádios de Inspiração Cristã de Expressão Portuguesa. Mas, parece mais importante darmo-nos conta dos desafios que o futuro nos apresenta. Por isso, da reunião dos representantes das rádios associadas à VOX, em Carcavelos, entre 17 e 21 de Outubro, ressalta como muito positivo que se tenha decidido enfrentar a possibilidade de continuar o diálogo para que as rádios possam vir a trabalhar em comum, com a utilização do satélite. Inquestionavelmente, esta é uma decisão de enorme arrojo, para que nos lancemos num novo horizonte de solidariedade e partilha, nos caminhos da nova evangelização e da missão da Igreja nos dias de hoje. Na opinião do presidente da Unda/Signis -Brasil, conseguimos mais em resultados positivos, metas alcançadas, e projecção do futuro, do que a congénere brasileira, que tem cerca de 20 anos, conseguiu no mesmo espaço de tempo. É, pois, um enorme desafio, para nos lançarmos na continuidade da nossa caminhada, obedecendo à voz do Mestre que nos manda lançar as redes para o outro lado, e mar adentro.


A realização deste encontro foi, já por si, um dom precioso, com falta de apoio das entidades oficiais portuguesas, que deveriam estar sensíveis para o enorme alcance deste evento, conseguindo avanços de repercussões muito positivas, pelo esforço das rádios e associações dos diversos países lusófonos, atingindo consensos, partilhando projectos e enfrentado os obstáculos a vencer, com determinação. A interpelação do presidente da Direcção da VOX, de que “ninguém é tão pobre que não possa partilhar alguma coisa”, mexeu com os participantes, para que se pudesse realizar um verdadeiro encontro de entreajuda, e resultasse na ultrapassagem de “qualquer tentação miserabilista” que o representante da rádio mais pobre pudesse ter. “Só os pobres partilham, pois os ricos encontram montanhas de justificações para nada dar”, afirmou ainda.


A VOX, associação mundial das rádios de inspiração cristã de expressão portuguesa, tem consciência do contributo que as suas emissoras dão para a aldeia global; por isso, “saudamos os nossos povos e comunidades, a quem queremos servir, a partir dos valores humanistas e cristãos”, como se afirma nas conclusões finais. É assim que “percebemos a importância da integração de etnias, além dos emigrantes, mostrando que a linguagem da rádio tem de ser pluralista”, como refere outra conclusão. Incentivando à participação da Igreja Católica nos media, também requerem diálogo “com os respectivos serviços diocesanos”, para “encontrar apoio aos trabalhos de evangelização radiofónica”. Mas, para que não se fique em lindas intenções, foi designada uma equipa, de modo a elaborar “um projecto para possíveis patrocinadores do aluguer de seguimento espacial do satélite para funcionamento da rede”.


O envolvimento da Direcção da VOX, da FEC (Fundação Evangelização e Culturas), da Rádio Renascença, da Unda/Signis-Brasil, do Serviço Missionário Mundial da Signis, entre outros, é decisivo, para dar continuidade às decisões tomadas neste IV Encontro das Rádios Lusófonas Católicas. Todas as rádios e associações irão também fazer alguns trabalhos de casa, para que a sintonia seja o mais harmoniosa possível, pois esta reunião não deixou de apresentar também algumas mazelas e colocar o dedo nas feridas. De salientar ainda que estas rádios dialogam dum modo habitual, através da Internet, como grupo de rádios - VOX. O site http://www.vox-radios.pt/ permite igualmente a interactividade entre todos os membros.





Pe. Armando Duarte


Presidente da Direcção da Vox


quarta-feira, 31 de outubro de 2007

As minorias étnicas na comunicação social

Nos últimos anos, o fenómeno da imigração adquiriu uma grande visibilidade na sociedade portuguesa. Portugal, que sempre foi um país de emigrantes, tornou-se em poucos anos, num país com uma notável percentagem de população activa constituída por imigrantes. O fenómeno repercutiu-se nos media. E, já que a 27 de Outubro se celebra o Dia Mundial dos Jornalistas pela Paz, o Luso Fonias de 28 de Outubro aproveitou a comemoração para uma conversa sobre como as minorias étnicas são retratadas na comunicação social e entram na agenda mediática.

Em estúdio esteve a Professora Doutora Isabel Ferin da Cunha, licenciada em História pela Faculdade de Letras de Lisboa, Mestra e Doutora em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo, Brasil, e Pós-Doutorada em França. Coordena, desde 2002, uma equipa de investigação que desenvolve com o Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural (ACIDI) o Projecto Media, Imigração e Minorias Étnicas.



Segue o comentário do Pe. Tony Neves:

«Quando, há uns anos atrás, os meios de comunicação social diziam que houve um assalto em Lisboa à mão armada, sabíamos que ele tinha sido feito por alguém de raça branca. Porque era muito comum dizer-se que ‘um cigano assaltou uma loja’ ou ‘um indivíduo de raça negra matou alguém numa confusão qualquer’. Esta forma racista e xenófoba de dar as notícias está ultrapassada, pelo menos em termos teóricos. Mas permanecem outras formas de descriminação que têm a ver com preconceitos que só o tempo pode varrer da nossa história e da nossa memória.

Assim, não é comum vermos jornalistas de outras cores que não as predominantemente europeias a apresentar telejornais ou a coordenar os grandes programas de animação e diversão televisivas. Conheço alguns nas rádios, lá onde apenas a voz se ouve.

Lembro-me, há anos, numa reportagem que fiz nas montanhas indígenas do México, incluindo a famosa região dos Chiapas, alguém me dizer que os povos originários dali (os indígenas) estavam revoltados com o governo central da cidade do México porque, na televisão estatal todos os rostos eram hispânicos ou, como eles gostavam de dizer, eram ‘gringos’, uma referência negativa aos americanos de origem europeia.

Já vai sendo tempo de as pessoas serem escolhidas pelo valor que têm, pela competência demonstrada, pelas habilitações adquiridas. Enquanto as pessoas forem avaliadas pela cor que têm, pela origem, e escolhidas por critérios de preconceito, o mundo não avança. Eu, como Martin Luther King, continuo a sonhar com o dia em que todos seremos olhados como pessoas, iguais em dignidade, direitos e deveres, construtores de um mundo humano e fraterno. E a comunicação social continua, a este título, a desempenhar um papel fundamental. De que nunca se pode demitir.»




Ouça este programa e os mais antigos na Telefonia

(menu do lado direito)


terça-feira, 23 de outubro de 2007

Cidades de Contrastes

Por toda a lusofonia há cidades de contrastes. Grandes cidades, como Luanda e São Paulo, são exemplo de que existem muitas assimetrias sociais. De um lado a pobreza, do outro a riqueza. O conforto e a segurança, o medo e a fragilidade. Contrastes que caminham de mãos dadas.

A entrevista do Luso Fonias de 21 de Outubro conta com a realização do Pe. Inácio Medeiros, director da Rádio Aparecida, no Brasil, e do jornalista André Costa que esteve à conversa com a socióloga Teresinha Bernardo, professora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.



Comentário do Pe. Tony Neves:

«Vivemos num mundo marcado por contrastes gritantes e desumanos: os ricos estão cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres – disse-o João Paulo II e demonstram-no os relatórios das agências das Nações Unidas. E se o fosso entre o norte e o sul também é cada vez maior, reparamos que, nas grandes cidades dos países mais pobres (ou com populações mais empobrecidas) é grande o contraste que se vê a olho nu.

Estive há alguns anos nas periferias do Rio de Janeiro com um grupo de Jovens Sem Fronteiras, numa Missão. A Cidade Maravilhosa – como lhe chamam – tem uma área onde vivem os mais ricos e onde nada falta. Depois, pelos morros acima e abaixo vivem milhões de pessoas numa pobreza extrema, geradora de todas as formas de violência e exclusão. As favelas tornam-se um símbolo acabado da injustiça estrutural que caracteriza sociedades como a brasileira.

Este ano estive, outra vez, em S. Paulo. Sendo uma cidade plana, as favelas só se vêem deixando o centro e caminhando para as periferias. Mas, aí, o horizonte das casas miseráveis não tem fim, a pobreza espalha-se por quilómetros e quilómetros onde não há governo que valha às populações, completamente à mercê das máfias de quem manda nas drogas e tráficos afins.

Falei do Rio e S. Paulo por serem realidades que conheço e onde pude partilhar a sorte dos mais pobres durante algum tempo. Mas, pelo que vamos vendo, ouvindo e lendo, há centenas e centenas de outras cidades, por esse mundo além onde a palavra ‘contraste’ rima com ‘injustiça’.

Muito se discute hoje, em Igreja, acerca da sua Doutrina Social. O respeito que as pessoas nos merecem e a igualdade de dignidade entre todos os humanos tornam completamente ilegítimas as situações de contraste de que já falámos e caracterizam muitas das cidades por esse mundo além. Há que investir nos direitos humanos para que tudo se humanize. Até a arquitectura urbana.»




Ouça este programa e os mais antigos na Telefonia

(menu do lado direito)

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Rádios querem expandir lusofonia

Carcavelos acolheu IV Encontro Mundial das Rádios de Inspiração Cristã de Expressão Portuguesa







Carcavelos acolheu, de 17 a 21 de Outubro, o IV Encontro Mundial das Rádios de Inspiração Cristã de Expressão Portuguesa. Nas conclusões desta iniciativa, os participantes deixaram votos de que seja possível a implantação de uma rede via satélite, a partir de Lisboa, para a África, tendo como suporte gerador a FEC – Fundação Evangelização e Culturas e Rádio Renascença.

O documento, enviado à Agência ECCLESIA, fala da "importância da integração de etnias, além dos emigrantes, mostrando que a linguagem da rádio tem de ser pluralista" e defende o "crescimento da Igreja Católica nos media".

"As emissoras devem trabalhar em sintonia com os respectivos serviços diocesanos, de modo a encontrar iniciativas de apoio aos trabalhos de evangelização radiofónica", referem os participantes.

A iniciativa, promovida pela VOX - Associação Mundial das Rádios de Inspiração Cristã de Expressão Portuguesa , reuniu representantes da Rádio Nova Paz – Quelimane, Moçambique; Rádio Ecclesia – Luanda, Angola; Rádio Jubilar – S. Tomé e Príncipe, Rádio Nova – Cabo Verde; Rádio Pax – Beira, Moçambique; Rádio Renascença, Portugal; ARIC, Lisboa, Portugal; UNDA/SIGNIS – Brasil e representante da ARCAMO – Maputo, Moçambique.



Em breve, reportagem fotográfica e vídeos.



Não perca todos os pormenores deste IV Encontro das Rádios Lusófonas Católicas.

Rádios Católicas são a voz do povo

Experiências do encontro da Associação Mundial das Rádios de Inspiração Cristã de Expressão Portuguesa





Depois do período da guerra "tínhamos que consciencializar a população para a paz e a reconciliação" – disse à Agência ECCLESIA a Irmã Idalina, da Congregação das Irmãs de Nossa Senhora da Visitação, diocese de Quelimane (Moçambique), e a trabalhar há nove anos na «Rádio Nova Paz» daquele país. Esta Emissora Católica de Moçambique é uma das participantes no Encontro da VOX – Associação Mundial das Rádios de Inspiração Cristã de Expressão Portuguesa - que decorreu em Carcavelos de 17 a 21 de Outubro. Este órgão de comunicação foi de extrema importância para "eliminar os ódios entre as pessoas" e as "imagens da guerra". E acrescenta: "fazemos programas virados para a reconciliação com o intuito de dar voz aos que não têm voz".


Noutro país lusófono, Angola, a «Rádio ECCLESIA» também forma e informa os angolanos. "Somos a voz do povo e a rádio mais escutada" - sublinhou Fátima Cavate, da direcção da «Rádio ECCLESIA». Como é independente "fazemos o papel de conselheira e um espaço onde as pessoas podem discutir aquilo que pensam" - afirmou Fátima Cavate. Um ombro amigo que ajuda "os mais sofredores".


Apesar de não conseguirem atingir grandes distâncias, este elemento da direcção da «Rádio ECCLESIA» conta que em Luanda (local onde são emitidos os programas) vive um quarto da população angolana. "O nosso pólo de interesse situa-se na capital" mas "gostávamos de abranger todo o território".


Cabo Verde está representado neste encontro pelo director da «Rádio Nova», o Pe. Capuchinho, António Fidalgo. Neste órgão desde a sua fundação (Dezembro de 1992), o Pe. António Fidalgo afirma que no início receberam apoios de "amigos italianos e da Rádio Renascença". Apesar de fazer uma avaliação positiva destes anos, o director sente alguns problemas na transmissão dos programas. Cabo Verde tem 10 ilhas (9 habitadas) mas a "orografia é muito complicada". "Tentamos vencer zonas de sombra em FM" - lamenta. Para além desta dificuldade, a «Rádio Nova» debate-se com "problemas financeiros". O governo "não apoia mas também não dificulta".



Evangelizar e educar as populações

O raio de acção da «Rádio Nova Paz» não é muito abrangente (cerca de 70 quilómetros) mas a Irmã Idalina salienta que "temos feito um bom trabalho". Os ouvintes "gostam de escutar a nossa programação abrangente e aberta". Mesmo sendo uma rádio católica, "fazemos muitos programas virados para a educação". O problema da SIDA em Moçambique tem ocupado muitas horas de emissão. Com o apoio do Governo e do núcleo provincial de luta contra a SIDA "consciencializamos muitas pessoas" - disse a Irmã Idalina. A visita a hospitais e centros de saúde é outra forma de auxiliarmos a população para este flagelo que "mata muitos moçambicanos".

Fátima Cavate referiu também que a «Rádio ECCLESIA» transmite muitos programas virados para a educação, sobretudo aqueles ligados às mulheres e crianças. "É uma rádio generalista com programas de formação e informação". "É uma rádio que faz falta a políticos e a religiosos". Como não recebem apoios estatais, Fátima Cavate disse "somos livres porque trabalhamos para o povo através do anúncio e da denúncia". E completa: "podemos dizer aquilo que o governo não diz e informamos as pessoas de coisas que o governo não informa".


O lugar da religião

A «Rádio Nova Paz» transmite o terço e eucaristia diariamente. "Uma forma de catequizar as pessoas" - admitiu a Irmã Idalina. Por sua vez, Fátima Cavate realça que a «Rádio ECCLESIA» também dá muito espaço à programação religiosa mas "de índole ecuménica". Com uma colaboração muito estreita com a Rádio Renascença e com a Rádio Vaticano, a emissora católica de Cabo Verde recebe o apoio dos bispos daquele país (um deles faz um programa) e sente-se "um instrumento de evangelização". E conclui o Pe. António Fidalgo: "Temos uma catequese infantil pela rádio".








Em breve, reportagem fotográfica e vídeos.



Não perca todos os pormenores deste IV Encontro das Rádios Lusófonas Católicas.