domingo, 8 de março de 2009

Pela cooperação no mundo lusófono

Na entrevista do Luso Fonias de 7 de Março estivemos à conversa sobre cooperação no mundo lusófono.

A cooperação para o desenvolvimento é uma prioridade da política externa portuguesa, onde se Catarina Lopesdestacam os valores da solidariedade e do respeito pelos direitos humanos.

Não perca a conversa com Catarina Lopes e a Ana Patrícia Fonseca, da Fundação Evangelização e Culturas, uma organização não governamental para o desenvolvimento que a 13 de Março celebra 19 anos de cooperação no espaço lusófono.



Na opinião do P. Tony Neves:

«A Cooperação entre povos, através dos seus Governos, é um dever e um direito. Aqui, como em tudo, segue-se a máxima segundo a qual ‘ninguém é tão pobre que não tenha nada para dar nem tão rico que não tenha nada para receber’. A cooperação assente sobre o princípio da partilha onde todos dão e todos recebem. Enfim, a lógica de uma sã cooperação só pode ser o enriquecimento mútuo, com a certeza de que quem ajuda os outros a viver com mais dignidade já se deve sentir recompensado.

Esta deveria ser a lógica do relacionamento fraterno entre povos, mas não é, infelizmente. Estamos num mundo onde as relações internacionais não se constroem sobre a gratuidade e o Ana Patrícia Fonsecaserviço a prestar aos outros, mas sobre o interesse, e só o nosso, mesmo que, para alcançarmos os nossos objectivos tenhamos que esmagar os outros.

Esta lógica em vigor é uma lógica perversa, uma espécie de bomba relógio com retardador, com consequências desastrosas para o futuro da humanidade. Um mundo que se aguenta com uns a tentar gozar a vida à custa do sofrimento e da miséria dos outros, não pode ir muito longe. As lógicas de um capitalismo selvagem só podem conduzir, mais tarde ou mais cedo, a crises como a que hoje se desenha na linha do horizonte e que só terá resolução positiva se as forças do mundo derem as mãos. E não percebo muito bem como tal poderá acontecer.

Aí devem entrar em jogo outro tipo de instituições: as Igrejas, as Organizações não Governamentais e outras entidades filantrópicas, sem fins lucrativos e com um grande sentido de humanidade. Aí, sim, há condições para que um espírito de solidariedade ajude a derrubar muros e construir pontes, fazendo com que se esbatam as distâncias entre ricos e pobres, criando mais justiça social.

Alguém me dizia há dias, ao falar de fundamentalismos religiosos que, com as mesmas pedras se podem construir muros ou pontes. Os meios são os mesmos, mas o resultado final é exactamente o contrário. Assim acontece com os mecanismos de cooperação que se accionam. E há que escolher. A sobrevivência da própria humanidade pode depender da forma como nos relacionamos. Há que trabalhar por mais justiça.»






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