domingo, 8 de novembro de 2009

Ano Internacional da Reconciliação

O ano de 2009 foi proclamado como o "Ano Internacional para a Reconciliação", para que se caminhe para a resolução de conflitos nas sociedades marcadas pelo ódio e violência, e para que a paz seja duradoura.

O programa de 7 de Novembro esteve à conversa sobre o conceito de reconP. José Gaspar e Fátima Claudinociliação e como podemos caminhar para uma melhor convivência multicultural. Em estúdio esteve o P. José Gaspar, que foi missionário em Angola, e a Dra. Fátima Claudino, representante da Comissão Nacional da UNESCO.



Na opinião do P. Tony Neves:

«Ia 2008 ainda no meio quando fui surpreendido com a oferta de um calendário dos Missionários da Consolata para 2009 cujo tema era: Ano Internacional da Reconciliação. Foi nessa altura que me apercebi que a ONU tinha tomado esta decisão, útil e oportuna em qualquer ano, atendendo à importância da reconciliação para a construção de um mundo justo e pacífico.

Curiosamente, o II Sínodo Africano, que fechou as portas a 25 de Outubro em Roma, também pegou neste grande tema, aliando-o, como não podia deixar de ser, à justiça e paz. Por isso, achei que, para este espaço, o melhor mesmo era pegar em algumas frases da densa Mensagem Final deste evento que deve marcar o continente africano e questionar o resto do mundo. Destaco, então, algumas das afirmações mais fortes:

Vivemos num mundo cheio de contradições e profundas crises (...). A situação trágica dos refugiados, uma pobreza escandalosa, as doenças e a fome continuam a matar diariamente milhares de pessoas (nº 4).

No que se refere à reconciliação, à justiça e à paz, a Igreja em África continua a contar com a solidariedade dos responsáveis da Igreja nos países ricos e poderosos, cuja política, acções ou omissões, ajudam ou podem causar e mesmo agravar a difícil situação da África. A este respeito, recordamos que entre a Europa e a África há uma peculiar relação histórica (nº11).

Às grandes potências deste mundo apelamos: tratai a África com respeito e dignidade (...) Muitos dos conflitos, guerras e pobreza em África derivam em grande parte destas estruturas injustas (nº32).

A consequência negativa de tudo isto está aí, bem patente a todo o mundo: pobreza, miséria e doenças; refugiados dentro e fora do país e no estrangeiro, a busca de pastagens frescas, a fuga de cérebros, as migrações clandestinas, tráfico de seres humanos, guerras, derramamento de sangue, não raro sob comissão, a barbaridade das crianças-soldado e indizíveis violências contra as mulheres. Como é que alguém se pode orgulhar de “governar” em semelhante situação? Onde pára o nosso sentimento tradicional africano de vergonha? Este Sínodo proclama-o claramente, alto e bom som: é tempo de mudar de atitudes para o bem da geração presente e futuras (nº37).»




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