sábado, 6 de novembro de 2010

2 anos do Presidente Obama


A 4 de Novembro de 2008, Barack Obama tornou-se o primeiro presidente americano de origem africana. Com o slogan “Yes, we can” – “Sim, podemos”, Obama foi fonte de esperança para muitos americanos e não só. Em contraste com a política de Bush, seu antecessor, promoteu a retirada do Iraque e do Afeganistão, o encerramento da prisão de Guantánamo e o reforço da protecção social pelo Estado americano. No entanto, algumas destas promessas estão ainda por cumprir e Obama viu a sua popularidade posta em causa esta semana, quando o Partido Republicano, seu opositor, obteve a maioria na Câmara dos Representantes.
Para fazer o balanço da primeira metade do mandato de Barack Obama, o Luso Fonias conta com a participação de Armando Marques Guedes, professor da Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa.

Na opinião do P. Tony Neves:

«Foi há dois anos. Barack Obama foi eleito Presidente dos Estados Unidos e o mundo viu a história a mudar. Pela primeira vez, a América seria governada por um cidadão de origem africana. Esperava-se que esta grande potência mudasse a sua postura em relação ao resto do mundo. Habituamo-nos a ver um país arrogante e autoritário, gerindo interesses, esmagando potenciais adversários. As entradas á força no Afeganistão e no Iraque deixaram má imagem na governação americana e criaram inimigos de estimação um pouco por todo o mundo, sobretudo nos espaços de influência árabe.
Já passaram dois anos e pouco se vê de mudança de atitude. Muitas promessas, poucos compromissos. O mundo afogado nesta crise profunda que esmaga os mais pobres, precisava de ver os grandes países a dar uma mão, a tomar medidas sérias de combate á exploração dos mais pequenos e dos mais pobres. Mas pouco ou nada se vê.
As relações internacionais continuam a ser comandadas por interesses e não pelo respeito que as pessoas merecem. Isso é triste, é degradante, é desumano...e os países grandes têm muitas culpas no cartório.
Nova Iorque acolheu a Cimeira de Avaliação dos Objectivos do Desenvolvimento do Milénio. Esperava-se que, nos últimos dez anos, os países mais ricos dessem 0,7% do PIB para apoiar o desenvolvimento dos países mais pobres. E não deram. Nem os Estados Unidos cumpriram esta promessa. Com esta atitude de desprezo dos mais pobres, o mundo não será nunca um espaço de justiça e fraternidade. E sabemos que muitos dos focos de violência e guerra nascem das injustiças gritantes de que as populações são vítimas. O Médio oriente é, neste momento, a parte do mundo onde há mais interesses em jogo e mais injustiça na distribuição das riquezas, sobretudo dos lucros provenientes da exploração do petróleo.
Sim, nós podemos mudar o mundo. Mas, para tal, a justiça e a solidariedade não podem estar fora das agendas dos políticos. Pelo contrário, têm de ser gravadas nos seus corações».

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