segunda-feira, 28 de maio de 2007

Investir no Brasil

Apesar do fraco crescimento da economia brasileira em 2006, que não vai além de 3%, a generalidade dos empresários e executivos portugueses aposta que o Brasil é a extensão natural do mercado português.

A confiança no crescimento económico do Brasil promete investimentos dos dois lados do Atlântico. Um processo que envolve não apenas os grandes grupos económicos, mas também dezenas de pequenas e médias empresas.

O Luso Fonias de 22 de Abril conta com uma emissão sobre as oportunidades e ameaças de se investir no Brasil. Em estúdio esteve o Dr. João Oliveira Rendeiro, Presidente do Conselho de Administração da Fundação Luso-Brasileira, e o Ministro José Carlos Leitão, Ministro-Conselheiro da Embaixada do Brasil em Lisboa.



Na opinião do Pe. Tony Neves:

«Investir no Brasil tornou-se uma moda dos últimos tempos. É um continente imenso, cheio de diversidades e de oportunidades. Está ainda longe de ser estável e as enormes bolsas de pobreza dizem mal de quem o governa, pois dá mostras de uma real incapacidade de resolução dos problemas das populações. E acho que é mesmo por causa das desigualdades sociais gritantes que faz sentido um investimento que desenvolva o país mas que o faça de maneira a combater uma lógica onde os ricos sejam cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres.

Não há um Brasil, mas muitos. Há quem prefira ir até ao norte e investir na Amazónia. Aqui, é urgente preservar este grande pulmão do mundo para o não transformar numa insónia. A campanha da Fraternidade deste ano insiste num olhar para a Amazónia com respeito e fascínio.

Há quem vá antes para as grandes cidades de S. Paulo ou Rio de Janeiro para ali concretizar os seus negócios. Nestes megalópolis com milhões e milhões de habitantes, há que investir na qualidade de vida das pessoas e ajudar a combater o flagelo das favelas, uma autêntica praga social, de bradar aos céus.

Outros preferem investir na agricultura ou na indústria, aproveitando a imensidão deste país. Parece-me importante que valorizem as populações locais e sejam focos de desenvolvimento sustentado.

O Brasil é um país que fascina e que assusta, ao mesmo tempo. Tem belezas naturais espantosas, um povo simpático, alegre e acolhedor, uma Igreja interveniente e forte, um potencial económico enorme. Mas há muitos caminhos a abrir para se concretizar o que está escrito na bandeira: ‘Ordem e Progresso’.»



Esta é a opinião do Pe. Tony Neves. E a sua? Ouça o programa na telefonia e comente este post!

sábado, 26 de maio de 2007

Para descontrair…

A 22 de Maio comemorou-se o centenário do nascimento de Hergé, o homem que criou a poupa mais célebre do mundo, a poupa do eternamente jovem Tintim.


Tintim é um repórter que nunca exerce a sua profissão (salvo no primeiro álbum). Não é um super-herói mas é invencível. Não tem idade definida, família, namorada… Tem ar de adolescente mas comportamentos de adulto. Inseparável do seu fiel amigo, Milu, um fox-terrier que muitas vezes ajuda o dono a safar-se das suas aventuras. Tintim é uma personagem que, ao longo dos últimos 50 anos, construiu histórias transversais a modas, épocas e geografias.


Por isso, vale a pena recordar e descontrair um pouco com o genérico desta famosa banda desenhada. As aventuras de um repórter e do seu cão Milu, para animar todos os profissionais da comunicação que colaboram e apoiam o Luso Fonias.








Uma curiosidade…

Portugal foi o primeiro país a ler Tintim em quadradinhos coloridos. Além disso, apesar de nunca ter estado em Portugal, Hergé perpetuou os portugueses no seu imaginário com a personagem de Oliveira da Figueira, comerciante lisboeta.

quinta-feira, 24 de maio de 2007

África… África Minha, África Nossa

Hoje comemoramos África!

O Dia de África, instituído em 1972 pelas Nações Unidas, celebra-se em todo o mundo a 25 de Maio. Um dia para reflectirmos sobre o presente e futuro deste continente.

Em Portugal, vivem cerca de 160 mil africanos, a maioria proveniente dos países lusófonos, que longe das suas raízes celebram África com iniciativas organizadas pelas suas associações.


Relembramos que está prevista, para Dezembro, a realização da II Cimeira UE/África em Lisboa, ainda durante a presidência portuguesa da União Europeia, com a finalidade de estabelecer uma parceria para os próximos anos.

Os principais objectivos desta Cimeira são o reforço dos laços políticos, a promoção da paz, segurança, desenvolvimento, direitos humanos e integração regional e continental em África, a cooperação para fazer face aos desafios globais e a promoção de uma larga parceria envolvendo os povos dos dois continentes.


Entretanto, na próxima segunda-feira (dia 28), realiza-se em Lisboa uma conferência sobre a temática euro-africana, destinada a celebrar o Dia de África, promovida pelo Grupo Africano de Embaixadores em Lisboa. A iniciativa tem como lema «África/Europa: Um Novo Diálogo perante os Desafios do Futuro» e decorre numa das salas do Centro Cultural de Belém (CCB).

O certame é dividido em quatro painéis principais: «Questões Culturais», em que intervirá Jorge Sampaio, na qualidade de Alto Comissário das Nações Unidas para a Aliança das Civilizações, «Paz e Segurança», «Integração Regional e Comércio» e «Questões de Desenvolvimento», em que falará Kofi Annan, antigo secretário-geral da ONU.

domingo, 20 de maio de 2007

Ecos da História #1

A 20 de Maio de 1277, há 730 anos, morria Pedro Hispano, o primeiro e único papa português, com o nome de João XXI.



«Pedro Julião, ou Pedro Hispano Portucalense, ficou conhecido para a história como João XXI, o único papa português. Foi o mais conceituado dos dialécticos da Idade Média. Dotado de uma sabedoria enciclopédica, filósofo e matemático, tornou-se médico do Papa Gregório X. Escreveu um dos primeiros tratados de oftalmologia e a célebre Summulae Logicales, tratado de lógica, que se impôs nas universidades até ao século XVII. O papa português “teve lugar cimeiro dentro da cristandade do seu tempo. Isso faz dele um português absolutamente ímpar”, diz D. Manuel Clemente, bispo do Porto.


Conhecido por Pedro Hispano Portucalense, Pedro Julião viria a tornar-se Papa com o nome de João XXI. Filósofo e matemático, estudou em França e em Itália. Foi eleito arcebispo de Braga, mas não chegou a ser confirmado porque, entretanto, sendo já médico do Papa Gregório X, foi nomeado cardeal-bispo de Tusculum. Nessa qualidade, assistiu ao Concílio de Lyon II. Foi eleito Papa em 1276. Era português, natural de Lisboa, onde nasceu entre 1205 e 1210.


Como estudioso de medicina, escreveu um livro de divulgação de conhecimentos denominado Tesouro dos Pobres. Como cultor da lógica aristotélica, compendiou a célebre Summulae Logicales, que mereceu do poeta Dante, na Divina Comédia, algumas referências. “Na Divina Comédia, Dante coloca-o no Paraíso e figura lá com os doze livros, os livros de lógica que escreveu e que foram tidos como compêndio de arte de pensar, de uma ponta à outra da Europa, até ao século XVII”, refere D. Manuel Clemente.


Aquando da reforma da Universidade, então sediada em Lisboa, realizada durante o reinado de D. Manuel I, a obra de Pedro Hispano ainda fazia parte dos planos de estudos. Do escrito De Oculis, de Pedro Hispano, Egas Moniz publicou, em 1930, um resumo que demonstrava bem o interesse histórico-científico dessa obra. É, afinal, um dos primeiros tratados de oftalmologia. Também figura na obra de Pedro Hispano um tratado de psicologia denominado De Anima, no qual transparecem as concepções do autor ao salientar os fundamentos fisiológicos da vida psíquica.


Prior de Mafra, cónego da Sé de Lisboa, prior da Colegiada de Guimarães, Pedro Julião foi nomeado médico do Papa Gregório X, depois de ter passado pela Universidade de Paris e pela cátedra de Siena. Eleito Papa em Setembro de 1276, João XXI procurou conciliar a já arrastada polémica, surgida em 1265, entre a Santa Sé e a coroa portuguesa. Sistematicamente protelada com promessas e delongas, resistência passiva e dissimulações do rei português, a questão perdurara até ao seu pontificado.


Famoso em diversas ciências, Pedro Julião foi Papa durante oito meses e oito dias. Pouco tempo sobreviveu aos ferimentos recebidos na derrocada da “loggia” do palácio dos papas em Viterbo, vindo a falecer em Maio de 1277. Muito se esperava da sua acção iluminada. “Pedro Hispano permanecerá sempre como grande português no estrangeiro. Um grande mensageiro da forma de ser português no meio dos outros povos, não fechado sobre si mesmo e participando da cultura e das dinâmicas do seu tempo”, diz o padre Vítor Melícias.»


In www.rtp.pt

Celebrar a independência de Timor-Leste

Hoje é uma data muito especial para toda a lusofonia, especialmente para Timor-Leste que comemora os cinco anos em que hasteou pela primeira vez a sua bandeira.





Uma comemoração que ficará marcada pela chegada do novo Presidente da República, José Ramos-Horta, ao Palácio das Cinzas.









Pátria






Pátria é, pois, o sol que deu o ser




Drama, poema, tempo e o espaço,




Das gerações que passam, forte laço




E as verdades que estamos a viver.







Pátria... é sepultura... é sofrer




De quem marca, co’a vida, um novo passo.




Ao povo, uma Pátria é, num traço simples...




Independência até morrer!







Do trabalho o berço, paz, tormento,




Pátria é a vida, orgulho, a aliança




Da alegria, do amor, do sentimento.







Pátria... é tradição, passado e herança!




O som da bala é... Pátria de momento!




Pátria é do futuro a esperança!







Xanana Gusmão

sexta-feira, 18 de maio de 2007

D. Arlindo: 3 Anos à frente da Diocese de Mindelo

O III Aniversário do ingresso solene de D. Arlindo Gomes Furtado na Diocese de Mindelo foi assinalado com uma Eucaristia de Acção de Graças, presidida pelo próprio Bispo, na Pró Catedral de Nossa Senhora da Luz, no dia 28 de Fevereiro, em S. Vicente.





Recorde-se que foi nessa data que D. Arlindo tomou posse da Diocese, durante uma solene cerimónia a que assistiram o Núncio Apostólico, Giuseppe Pinto, o Bispo de Santiago de Cabo Verde, D. Paulino Livramento Évora, os Bispos de Bissau e de Bafatá, D. José Camnate e D. Carlos Zilli, respectivamente, para além de muitas outras individualidades.





O Bispo de Mindelo não esconde as dificuldades e constrangimentos que marcaram estes três anos. Já no dia 22 de Fevereiro, aniversário da sua ordenação Episcopal, numa entrevista à Rádio Nova, após ter recordado a alegria, o entusiasmo e a união de forças que marcaram e continuam a marcar a vida da Diocese, referiu-se à questão vocacional e à falta enorme de sacerdotes para dar assistência às comunidades paroquiais como sendo desafios a enfrentar. D. Arlindo fez igualmente menção da “grande penúria de infra-estruturas para actividades pastorais em todas as paróquias, mormente em S. Vicente, Paul e Boa Vista”, para além da “deterioração muito acentuada de algumas estruturas antigas que precisam de intervenção profunda”. Falou igualmente de escassez de meios financeiros, sublinhando que “não é fácil, hoje, mobilizar recursos em tempo desejado e útil para dar respostas às situações de emergência”.





Na entrevista, o Bispo D. Arlindo disse que o seu grande sonho é «daqui a três/quatro anos, quando a Diocese atingir o “uso da razão”, começarmos a ordenar os nossos primeiros seminaristas, os primeiros padres da nova Diocese e daqui a 10 anos termos já um significativo número de padres diocesanos, para que, juntamente com a nossa comunidade que vai crescendo, a Diocese comece a tomar conta de si, nas suas estruturas fundamentais.





Como é sabido, dos 18 sacerdotes presentes na Diocese de Mindelo, apenas cinco são diocesanos.












Pe. António Fidalgo – Rádio Nova





In Jornal Terra Nova





Fevereiro 2007

terça-feira, 8 de maio de 2007

Marketing Vocacional

A emissão do Luso Fonias de 15 de Abril intitulou-se "Marketing Vocacional". Parece estranho, não é? Então ouça o programa e saiba quais as vantagens de se aplicar as técnicas de marketing à Igreja e às vocações.



Marketing é um conceito com várias definições. Podemos dizer que o marketing é acima de tudo um conjunto de técnicas que permite aproximar a oferta e a procura. Uma relação que se pretende eficaz, através da mensagem que se quer dirigir ao consumidor.



Hoje em dia fala-se muito das estratégias de marketing quer a nível empresarial, como a nível cultural e social, mas fala-se também de marketing vocacional. Não perca a conversa com o Dr. Carlos Liz da APEME – Área de Planeamento e Estudos de Mercado, é especialista em Marketing e assessor da Comissão de Pastoral das Vocações da CIRP (Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal). Um programa que surgiu a propósito do Dia Mundial de Orações pelas Vocações, a 12 de Abril.



Segue o comentário do editor, Pe. Tony Neves:

«A felicidade e a realização de cada pessoa dependem, numa perspectiva cristã, da resposta que cada um dá à vocação feita por Deus bem como da forma como se cumpre ou não as missões que Deus confia.

Ora, a Igreja atravessa, na Europa, um tempo de deserto vocacional pois são cada vez menos numerosos aqueles e aquelas que aceitam arriscar a vida num projecto de especial consagração, sendo Irmãs, Irmãos ou Padres, por toda a vida.

Buscam-se, regra geral, argumentos sociológicos para explicar a situação: as famílias têm poucos filhos, o ambiente social é muito laico, as novas gerações têm medo de tomar decisões para toda a vida, a sociedade está em crise de valores, o serviço aos outros é visto como um desperdício na busca do prazer próprio... enfim, tudo argumentos que podem ajudar a explicar a situação mas que não resolvem tudo nem permitem que dormamos tranquilamente à sombra deles.

Em termos vocacionais, nem há razões para cruzar os braços e a tirar a toalha ao chão, mas, verdade seja dita, ninguém deve dormir descansado. Há que tentar perceber bem o que se passa para inverter esta curva tão vertiginosamente descendente dos números de quantos e quantos optam pela vida sacerdotal e religiosa.

Nos últimos tempos, os animadores vocacionais têm ouvido especialistas de marketing a dar ideias e opiniões a fim de se rasgarem caminhos novos. Parece óbvio que o Evangelho não está ultrapassado e que as vocações de especial consagração continuam a fazer falta e sentido. Por isso, há que rever estratégias e estudar formas novas de propor aos jovens este caminho de consagração. Há que saber dizer as coisas com linguagem que os destinatários entendam. Se a mensagem está válida e não chega a quem de direito há que avaliar e perceber que outros caminhos e linguagens utilizar.

É corajosa esta opção que dá ainda os primeiros passos. Ninguém sabe se vão surgir resultados. Mas parece óbvio que o futuro das vocações dependerá sempre mais do testemunho das comunidades e seus pastores do que das novas estratégias de captação vocacional. Mas, também parece lógico que, com linguagens caducas e propostas sem rasgo não há futuro que se possa desenhar. Ousemos, com os pés bem assentes nas técnicas humanas e o coração bem perto de Deus, rasgar caminhos novos. A Igreja e a sociedade vão ganhar com os resultados que surgirem.»




Ouça este programa e os mais antigos na Telefonia

(menu do lado direito)


Os rostos do Luso Fonias #3

Hoje apresentamos mais um rosto do Luso Fonias, Óscar Daniel, que deu voz aos programas "Páscoa, a mais importante festa da cristandade ou uma pausa para férias?" e "Marketing Vocacional".



Podemos dizer que o Óscar Daniel já é um "velho" amigo do Luso Fonias. Apesar de não ser o locutor do programa, substitui muitas vezes o Carlos Bastos e está sempre disponível para sugerir ideias… Um grande amigo que, como todos os amigos, está sempre pronto a ajudar na realização do nosso programa. Obrigada Óscar! :)