sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Doença: a fragilidade humana


A doença faz parte da vida humana. Todos nós, em algum momento, somos confrontados com a fragilidade da nossa condição e tomamos consciência dos nossos limites e incapacidades para solucionar todos os problemas que nos afectam. Na doença, a vida e a morte são conceitos que aparecem unidos e que nos convidam a reflectir sobre o passado, o presente e o futuro.

Para nos falar sobre a doença e sobre as formas de encarar a própria fragilidade humana, o Luso Fonias contou com a participação do Padre José Manuel Pereira de Almeida, Assistente da Comissão Nacional Justiça e Paz e médico no Instituto Português de Oncologia.





Na opinião do P. Tony Neves:


«A 11 de Fevereiro, todos os olhares católicos se orientam para Lourdes onde Nossa Senhora apareceu. Cada aparição tem algo de especial. Lourdes é lugar de cura. Antes de mais, espiritual, como o são todos os santuários. Mas também ali acontecem milagres de cura física, pelo que a Igreja Católica considera o dia de Nossa Senhora de Lourdes como a jornada mundial do Doente.
As doenças mostram o lado mais frágil das pessoas. Todos conhecemos gente boa, competente, bem constituída fisicamente que, de um momento para o outro, apanha uma doença e parece que vai tudo pela água abaixo: não pode fazer nada, fica desfigurado, às vezes, até desmoraliza e perde a força para lutar contra a doença, atitude fundamental de quem quer continuar a viver.
Celebrar o dia mundial do doente é reconhecer a enfermidade como um desafio. Não vergamos diante da doença, mas damos-lhe uma luta sem tréguas, até ao fim. E se ainda for, teremos vida digna e com sentido até sentirmos o abraço de Deus Pai, na hora de nos chamar a partilhar a Sua eternidade.
Viver com os limites que qualquer doença impõe não é missão fácil. Por isso, a pastoral da saúde aposta na esperança e na presença. As pessoas doentes precisam de reforçar os seus indicadores de auto-estima e de vontade de viver. Todos os doentes, além disso, necessitam da força que só a presença da família e dos amigos pode dar. Em horas difíceis, é muito importante ter alguém com quem desabafar, a quem abraçar, com quem partilhar a angústia de uma certa derrota perante o sofrimento.
Vivemos num tempo que se dá mal com a dor, se é que houve tempos em que a dor foi mais assumida! Mas, nos tempos que são os nossos, temos muitos meios para controlar o sofrimento e, se por um lado isso é uma grande conquista da técnica, por outro lado ficamos sem defesas quando a dor nos bate à porta, porque nem estamos habituados nem preparados para a enfrentar e para combater o que a está a provocar.
A medicina deve fazer a sua parte. Mas, verdade se diga, nada substitui a ternura de quem é amigo e a presença de quem o doente precisa de ter ao seu lado. Combatamos as doenças, amemos os doentes. E que a Senhora de Lourdes a todos proteja.»





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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Igreja e Solidariedade


Em tempo de crise, com o aumento do número de desempregados, a Igreja é chamada a acudir às situações de dificuldade daqueles que se viram privados do sustento para as suas famílias. Exemplo dessa resposta da Igreja é o Projecto Igreja Solidária, lançado pelo Patriarcado de Lisboa em 2008, que congrega os esforços dos vários serviços de apoio social da região.

Para nos falar sobre o projecto “Igreja Solidária”, o Luso Fonias contou com a participação do Dr. Henrique Joaquim, Professor de Serviço Social da Universidade Católica Portuguesa e membro do gabinete coordenador do projecto Igreja Solidária.





Na opinião do P. Tony Neves:


«A Igreja católica nos Estados Unidos da América realizou, em 2009, um pequeno filme para dar a conhecer a Igreja e a sua intervenção. Colocado no famoso youtube, foi visto por milhões de pessoas e eu tenho-o mostrado em muitas reuniões com jovens e adultos, um pouco por todo o lado. Ao descrever as diferentes áreas de intervenção da Igreja, diz o filme que é a instituição que mais investe na solidariedade. E as estatísticas confirmam.
Estou a ler um livro que segue na mesma linha. O Cardeal Dionísio Tettamanzi, Arcebispo de Milão e uma das figuras mais importantes da Igreja Católica na actualidade, escreveu uma obra que está a ser traduzida em muitas línguas, com o título ‘Não há futuro sem solidariedade. A crise económica e a ajuda da Igreja.
Em tempo de crise, escreve esta obra para ligar a solidariedade à sobriedade, apresentando propostas muito concretas aos católicos e a quantos o queiram ler.
À luz da doutrina Social da Igreja, lançou uma série de iniciativas solidárias em Milão (por exemplo o ‘Fundo Trabalho-Família’), que partilha com os leitores. Fala da solidariedade no mundo da economia e da finança, a partir da família, na empresa, com e pelos imigrantes.
Sugere que todos sejam o ‘Bom Samaritano’ do Evangelho.
Guilherme d’Oliveira Martins, Presidente do Tribunal de Contas, no Prefácio, diz que este livro constitui ‘um motivo de reflexão e um apelo ás iniciativas de responsabilidade social’.
O filme americano que citei termina com um convite: ‘Nós somos a Igreja católica. Seja benvindo a sua casa’, para dizer que a Igreja é uma família onde todos são irmãos e têm lugar à mesa. O Cardeal Tetamanzi diz que a Igreja e a sociedade precisam da solidariedade para sobreviver. Ousemos escutar estas vozes.»





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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

2010 - Ano Internacional da Biodiversidade


Neste ano, as Nações Unidas convidam-nos a reflectir sobre a importância da diversidade de espécies vegetais e animais que povoam o nosso planeta. Perante as ameaças que provocam a extinção de muitas espécies, é necessário tomarmos consciência do que cada um de nós pode fazer para ajudar a preservar a natureza.

Para nos falar sobre “Biodiversidade”, o Luso Fonias contou com a participação de Susana Fonseca, Presidente da Direcção Nacional da Quercus.





Na opinião do P. Tony Neves:


«Quis a ONU que 2010 fosse também o Ano Internacional da Biodiversidade. Digo ‘também’ porque, como já aprofundamos num programa anterior, este ano é dedicado ao combate à pobreza e exclusão social.
A biodiversidade é uma das imagens de marca da riqueza que o nosso mundo tem. O Criador conseguiu pôr na natureza milhares e milhares de espécies que, ora vão evoluindo e ganhando direito á sobrevivência, ora vão sendo atacadas e desaparecem. Sempre que morre uma espécie, a natureza fica mais pobre. E, convencidos de que todas as espécies têm uma missão a cumprir, então a sua extinção leva a que algo fique por fazer.
A evolução das ciências da natureza, a par das facilidades de penetrar em espaços físicos difíceis de lá entrar (florestas equatoriais, fundos do mar, picos das altas montanhas...) permitiu aos cientistas reconhecer quase todas as espécies existentes sobre a face da terra. E mais: deu para eles perceberem a quantidade de espécies que, devido a numerosos factores, estão em vias de extinção. Com os meios de que hoje dispomos, também é possível elaborar estratégias que evitem o desaparecimento de algumas das espécies ameaçadas, sendo necessárias algumas medidas políticas, sobretudo de carácter ambiental. A reunião que congregou governantes do mundo inteiro em Copenhaga, queria levar os líderes políticos a decisões corajosas de carácter ecológico. Mas a verdade é que os interesses económicos têm esmagado a vontade políticas de trabalhar a favor de um planeta mais saudável. E, desta forma, a biodiversidade tem sido atacada, estando em perigo o futuro do próprio planeta.

Em Portugal, o caso mais típico de defesa de espécies em vias da extinção é a do lince da serra da Malcata, no interior norte. Em Angola, tenta-se preservar a palanca preta. Falamos de espécies animais de médio ou grande porte. Mas há que continuar a investir na defesa de todas as espécies, muitas delas quase invisíveis, mas com uma missão a cumprir.»





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A Religião na Sociedade


De uma forma mais ou menos activa, a religião está sempre presente na vida de qualquer indivíduo ou comunidade. Independentemente do credo professado, cada pessoa encontra nas diversas religiões determinados códigos de valores e de conduta e também orientações e propostas de caminhos para realizar a felicidade.

Para nos falar sobre “A Religião na Sociedade”, o Luso Fonias contou com a participação do Prof. Doutor António Matos Ferreira, Professor de História da Igreja da Universidade Católica Portuguesa e Director-Adjunto do Centro de Estudos de História Religiosa da mesma Universidade.





Na opinião do P. Tony Neves:


«A celebração do Dia Mundial da Religião acontece na semana em que os Cristãos rezam pela sua Unidade. Quando se fala dos novos contextos da Missão hoje, apresenta-se o diálogo entre Religiões e entre Confissões Cristãs como uma das prioridades missionárias. Num mundo onde Deus parece ter pouco lugar para estar e intervir, cabe às Religiões apostar na vivência e testemunho de uma espiritualidade que dê sentido à História e marque a diferença:
Num Mundo marcado pela violência e pela retaliação: optar pela Paz por qualquer preço (contra todas as guerras e violações dos direitos humanos).
Num Mundo marcado pelo individualismo: optar pelo sentido comunitário da vida e partilha dos bens. Nesta hora, há que partilhar em força com as vítimas do terramoto no Haiti e de outras tragédias.
Num Mundo marcado por algum racismo: optar pela vivência, desde crianças, em contextos de interculturalidade.
Num Mundo marcado por alguma xenofobia: optar pela defesa e compromisso em favor dos imigrantes, refugiados, deslocados, exilados.
Num Mundo marcado pelo lucro e pelo sucesso: optar pelos excluídos e pobres.
Num Mundo marcado pela construção de trincheiras entre o norte e o sul: optar por partir e/ou ajudar a partir rumo aos países mais desfavorecidos.
Num Mundo marcado pelo laicismo e secularismo: optar por colocar Deus no coração da História da humanidade.
Num Mundo marcado pela ganância do poder: optar por servir.
Num Mundo marcado por um norte rico que explora o sul pobre: optar por apoiar o desenvolvimento, através de projectos.

Assim, a Religião nunca será o ópio do povo, de que falou Marx, mas um caminho de fraternidade, justiça, paz e respeito pelos direitos Humanos. Deus faz falta à humanidade.»





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