quarta-feira, 25 de abril de 2007

Páscoa, a mais importante festa da cristandade ou uma pausa para férias?

A emissão de Páscoa do programa Luso Fonias teve como objectivo promover uma reflexão sobre a importância da Páscoa no século XXI. Esta é a maior e mais importante festa da cristandade, mas será que tem o mesmo sentido de outros tempos ou tende a ser cada vez mais uma pausa para férias? Será que estamos a perder o verdadeiro sentido deste período de oração?





Ouça a conversa com o Pe. João Eleutério, secretário da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa, e reflicta sobre o significado da Páscoa nos nossos dias.





Segue a reflexão do Pe. Tony Neves, editor do programa:


«A Páscoa continua a ser a festa mais importante do calendário cristão. A paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo constitui o coração da mensagem evangélica, assente sobre a vitória da Vida sobre todas as formas de morte. Esta convicção fez a Igreja, durante dois mil anos, percorrer os caminhos do mundo e dar corpo à fundação de milhares e milhares de comunidades que vivem, no dia a dia, a mensagem da Páscoa da Ressurreição.


Só que os tempos vão mudando, mesmo nos espaços onde o cristianismo se afirmou como religião maioritária. Hoje, para muitos baptizados, a Páscoa é quase só um pretexto para uma pausa académica de quem estuda e uma pausa laboral de quem trabalha. São muitos os que aproveitam as férias da Páscoa para dar um passeio pelo mundo ou, pelo menos, para sair de casa e fazer umas pequenas férias de descanso e descontracção. Para outros poderá ainda ser um tempo de dar á boca novos sabores, aproveitando a rica gastronomia e doçaria que é típica desta quadra festiva.


Mas, para os cristãos convictos, a Páscoa mantém-se como a grande festa da Vida. Há quarenta dias de intensa preparação (a Quaresma) e, depois, vive-se o Tríduo pascal com muita intensidade e devoção. Na quinta-feira santa há a celebração da Ceia do Senhor com a Instituição da Eucaristia, fazendo memória viva da Última Ceia de Cristo. Na sexta-feira santa celebra-se a paixão e Morte de Jesus, sendo dia de recolhimento, silêncio, jejum e abstinência. O sábado santo é marcado pela grande celebração da Vigília Pascal com o rito da bênção do lume novo, a abrir. Seguem-se as leituras que mostram a caminhada do povo de Israel, segundo a Bíblia, até Cristo e o percurso deste até à sua Ressurreição. Há espaço para a celebração de baptizados e termina a Vigília Pascal com a celebração da Eucaristia. O domingo tem vivências tradicionais muito diferentes, variando de terra para terra, de região para região. No norte de Portugal, onde nasci e cresci, há a tradição da Visita Pascal em que, uma equipa de leigos da Comunidade, acompanhada ou não pelo Padre, visita todas as casas, dando a beijar a cruz e rezando em família.


Como cristãos, há que continuar a fazer da Páscoa aquilo que ela é: a grande festa da vida que merece ser celebrada com muita fé e muita intensidade.»




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segunda-feira, 16 de abril de 2007

Medicina rumo ao Sul

O Luso Fonias de 1 de Abril teve como tema "Medicina rumo ao Sul", um programa que surgiu a propósito do Dia Mundial da Saúde celebrado no dia 7 do presente mês. Em estúdio esteve o Dr. João Blasques de Oliveira, médico de saúde pública e director do departamento de Resposta Humanitária dos Médicos do Mundo.





Se formos ao dicionário, médico significa aquele que se formou em medicina, que por sua vez é a arte e ciência de curar ou atenuar as doenças. Mas ser médico é muito mais que esta definição. Ser médico é nunca desistir, é assegurar que todos os seres humanos têm direito a cuidados de saúde. Segundo o lema dos Médicos do Mundo, ser médico é “lutar contra todas as doenças, até mesmo a injustiça...". Na verdade, ser médico é ter sobretudo a noção de que não há doentes de primeira e de segunda. Não deixe de ouvir esta entrevista!





Segue o comentário do Pe. Tony Neves:


«Quando falamos no sul do mundo, não pensamos na Austrália nem na África do Sul. Estamos a olhar para todos os países onde a vida é difícil, a pobreza é muita e o nível de vida das pessoas é muito baixo. Na maioria dos casos, milhões e milhões de pessoas vivem em condições infra-humanas. Os indicadores que se costumam utilizar para avaliar a pobreza e a riqueza das nações tocam sempre nas áreas vitais da educação, saúde, desenvolvimento, emprego.... Ora, o sector da saúde é dos mais essenciais porque quando faltam os cuidados mais elementares, a qualidade de vida das pessoas desce em flecha. Há, por isso, que criar uma onda de solidariedade á escala do mundo que permita o acesso de todos à saúde. Dito por outras palavras, há que fazer a medicina caminhar também rumo ao sul, àqueles espaços onde ela é decisiva e a sua falta tem como consequências muitas mortes e problemas de toda a espécie.


Em termos missionários, esta é já uma grande e antiga preocupação. Muitas missionárias e missionários são formados na área da Saúde e espalham pelas terras onde andam medicamentos e cuidados. Há muitos milagres que já se fazem, a este nível, mas muito há ainda por fazer. Algumas ONGD têm investido em programas de apoio à saúde em África, Ásia e América Latina, o que tem permitido um apoio aos débeis serviços nacionais de saúde de certos países mais pobres. Formar e intervir no que diz respeito a cuidados básicos de higiene e saúde constitui um enorme desafio ao desenvolvimento dos países mais empobrecidos.


Há ainda um outro trabalho importante a fazer para que haja mais justiça e mais solidariedade. Refiro-me ao problema gravíssimo das patentes de certos medicamentos. Com o preço que é preciso pagar pelos direitos aos laboratórios, boa parte da população mundial vai continuar a morrer por falta de medicamentos que até são muito baratos a produzir. Há que criar mecanismos solidários, à escala do mundo, que permitam compensar a investigação sem impedir o acesso aos medicamentos por parte de quem não tem condições financeiras para suportar custos elevados. A pergunta mais decisiva para os pobres do nosso tempo continua a ser: é possível ou não conjugar a justiça com a solidariedade?»




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Os rostos do Luso Fonias #2

Marta Ventura é a locutora da Renascença que dá voz às entrevistas dos programas “Ecoeficiência: soluções para um planeta mais saudável” e “Medicina rumo ao Sul”. Como o Carlos Bastos não pôde estar presente, a Marta fez o favor de nos ajudar na realização destas duas entrevistas. Obrigada! :)



Estamos à espera da foto...

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Capuchinhos em Cabo Verde: a hora é de recordar e agradecer

Recordar o passado com gratidão, olhar o futuro com esperança, viver o presente com paixão, é o lema da comemoração dos 60 anos de presença e acção dos Capuchinhos em Cabo Verde, um lema em perfeita sintonia com o que propôs João Paulo II para toda a Igreja, na Carta Apostólica No Início do Novo Milénio. Para já, aconteceu em S. Vicente o primeiro acto celebrativo: de 17 a 24 de Janeiro, teve lugar uma semana de estudo para revisitar os 60 anos com tudo aquilo que tiveram em termos de graças do céu, crescimento espiritual e humano, e também insucessos, dificuldades e erros.


Uma outra efeméride que está sendo celebrada, contemporaneamente, é o XXV Aniversário da elevação da “Missão” dos capuchinhos de Cabo Verde para a categoria Vice-Província. De facto, foi a 5 de Julho de 1981 que a circunscrição capuchinha deixou de ser simples “Missão” de Piemonte (Itália) e passou a chamar-se Vice-Província dos Irmãos Capuchinhos de Cabo Verde, estando agora a criar condições para ser uma Província, o que vai depender do crescimento numérico dos frades e da criação de recursos materiais próprios.


Quanto à semana de S. Vicente, foi presidida pelo Provincial dos Capuchinhos de Piemonte, Frei Stefano Campana, e contou com as presenças honrosas de dois capuchinhos italianos que já exerceram as funções de provincial – Frei Cesare Vittonato e Frei Ferruccio Bortolozzo – mais a do Frei Carlos Avelino, que já esteve à frente da Província dos Capuchinhos de Portugal, circunscrição que vem dando aos capuchinhos de Cabo Verde um valioso apoio na formação dos seus candidatos.


Participou também no encontro de S. Vicente o conhecido Frei Ottavio Fasano, responsável pelo Centro de animação missionária dos capuchinhos de Piemonte e o seu colaborador Frei Cláudio Matraxia, e ainda o Frei Egídio Picucci, Director da Revista Internacional dos Capuchinhos Italianos, «Continenti». Esteve igualmente presente o Provincial dos Capuchinhos de Roma, Frei Giovanni Ferri, bem como os freis Elidio e Herculano, naturais da ilha de S. Nicolau e actualmente a trabalhar na Itália.


Temas estudados e debatidos foram, entre outros, os seguintes: “O porquê e o como da vinda dos capuchinhos para Cabo Verde – um olhar histórico”, a cargo do Frei Ferruccio Botolozzo, arquivista dos Capuchinhos de Piemonte; “Cabo Verde: como era quando chegámos e como o vemos hoje – uma história viva”, pelos Freis Mauro Cismondi, Camilo Torassa, Pedro De Marchi e Frederico Cerrone; e “Leitura da Fase actual da Vice-Província”, pelo Vice-Provincial dos Capuchinhos de Cabo Verde, Frei Matias Tavares Silva.


Também foram apresentados, no decorrer da semana, dois projectos editoriais: Biografia do Frei Pio Gottin, pelo Frei Bernardino Lima, e Tradução do Novo Testamento para o Crioulo da ilha Brava, pelo Frei Paulino Andrade.


De realçar que, para além da formação e solidificação na fé do homem cabo-verdiano (neste momento têm a seu cargo seis paróquias na Diocese de Santiago de Cabo Verde e quatro na de Mindelo), os capuchinhos dedicaram-se até hoje a várias actividades de promoção do homem cabo-verdiano, podendo destacar-se as acções no âmbito do ensino (escolas, seminários, infantários), formação profissional (tipografia, carpintaria), comunicação social (Repique do Sino, Terra Nova, Rádio Nova) e saúde (a “Casa Betânia”, para a o tratamento da lepra, e o Hospital S. Francisco de Assis).


Uma solene Eucaristia de Acção de Graças, no dia 24 de Janeiro, presidida pelo Ministro Provincial, Frei Stefano Campana, e na qual tomou parte um expressivo número de cristãos das duas Paróquias de S. Vicente, serviu para concluir a semana comemorativa.



Pe. António Fidalgo – Rádio Nova

In Jornal Terra Nova

Janeiro 2007

Rádios em cooperação

Há oito anos que rádios dos vários países lusófonos cooperam no programa Luso Fonias. Estão unidas pelo mesmo objectivo e vontade de crescerem juntas.





O Luso Fonias Online pretende ser também um elo de união entre as diversas rádios parceiras neste projecto, ou seja pretende ser um espaço de partilha de peças jornalísticas ou de opinião que cada colaborador realize sobre o tema da semana do nosso programa ou no seu trabalho diário para a rádio ou outro órgão de comunicação do seu país.





O primeiro trabalho vem já no post a seguir… Comente!

sexta-feira, 6 de abril de 2007