segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Campanha de Natal




Todos os anos, pela altura do Natal, pensamos naqueles que passam mais necessidades, nos mais pobres. À semelhança do ano passado, neste Natal de 2007 a Fundação Evangelização e Culturas (FEC) dá-lhe a oportunidade de oferecer um presente que ajuda a mudar as vidas de inúmeras famílias desfavorecidas.


Estes presentes são destinados às comunidades mais carenciadas dos países lusófonos, e visam melhorar a sua qualidade de vida, em áreas tão diferentes como a educação, a saúde e a alimentação.


O desafio é este: e se em vez de um presente banal, oferecesse aos seus amigos e familiares algo que contribui para melhorar a vida destas pessoas?


O processo é simples: escolha um presente no nosso catálogo, encomende à FEC em nome de um amigo seu e receba em troca um certificado, em formato de postal, para personalizar e entregar a esse amigo. Assim, o seu amigo oferece, por exemplo, uma caixa de costura a uma mulher em Angola que poderá dar um rumo à sua vida, iniciando um negócio próprio e combatendo a discriminação de género que sofre na sociedade em que está inserida.


Os 7 presentes que propomos são escolhidos em conjunto com os nossos parceiros no terreno, que são quem melhor conhece as populações e o que lhes faz mais falta. São estes parceiros que terão como tarefa a sua distribuição, garantindo que estes produtos cheguem efectivamente a quem mais precisa.


No ano passado, a campanha Presentes Solidários recolheu 1.400 presentes, que foram distribuídos pelos sete países, beneficiando 1.400 famílias.


Estamos convictos que este é um pequeno gesto que vai fazer a diferença para todas as famílias que o receberem.






Jorge Líbano Monteiro


Administrador da FEC







Ofereça um presente original!




Clique
aqui para fazer a sua encomenda.

Testemunhos de Missão

A 5 de Dezembro comemora-se o Dia Mundial do Voluntário, um dia que serviu de mote para o Luso Fonias, de 25 de Novembro, homenagear todos os que se dedicam à ajuda ao próximo.

Para partilhar as experiências desta virtude que é ser voluntário, tivemos na nossa companhia Elizabeth e Ricardo Santos, marido e mulher, Leigos Missionários da Consolata que no ano 2000 partiram como voluntários para Moçambique e por lá permaneceram durante seis anos, na terra que viu os seus filhos nascer. Ouça esta entrevista!



Segue o comentário do Pe. Tony Neves:

«Mais de 30 missionários e missionárias estiveram reunidos em Viana do Castelo, no norte de Portugal, de 20 a 23 de Novembro, na Assembleia Anual dos Animadores Missionários ‘Ad Gentes’, ou seja, membros de Congregações que têm apostado no trabalho de evangelização e promoção humana fora de Portugal.

Ao escutar a apresentação de cada um e cada uma, percebemos que estamos diante de alguém que tem uma história original para contar, desde as razões da sua vocação missionária até à diversidade de situações missionárias por onde foram passando e dando a vida. São testemunhos que falam alto da alegria da dedicação de toda uma vida à causa dos mais pobres e excluídos. E calam fundo.

Mas, ao falar de testemunhos de missão, não posso esquecer a nova era da Igreja portuguesa marcada pelo envio de leigos para as antigas linhas da frente da Missão. É uma revolução silenciosa, pois há menos de 20 anos só os membros de congregações missionárias partiam rumo à África, América, Ásia ou Oceânia. Hoje há em Portugal cerca de 50 entidades que formam, enviam e acompanham leigos na Missão lá fora. Trata-se de uma nova vaga de missionários com características muito próprias que as Igrejas locais, aqui na Europa, ainda não conseguiram capitalizar, em termos de evangelização, na hora do seu regresso.

O Papa Paulo VI escreveu, há muitos anos, que as pessoas olham mais facilmente e com mais admiração para as testemunhas que para os sábios. E se olham também para os sábios é porque, ao mesmo tempo, também são testemunhas. Ou seja, as teorias não convencem. São precisas as convicções convertidas em testemunho, em coerência de vida quotidiana.

Às portas de um ano que será marcado por um Congresso Missionário em Portugal, há que investir na apresentação de testemunhos da Missão. Só estes cativam e darão à Igreja um rosto Mais comprometido e evangélico.»






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quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Trabalho infantil: o brinquedo perdido

Sabia que há 200 milhões de crianças sujeitas a exploração infantil? Números assustadores que nos alertam para a necessidade de tomarmos medidas para combater o trabalho infantil.

A 20 de Novembro de 1959 foi adoptada, pela Assembleia Geral das Nações Unidas, a Declaração dos Direitos da Criança. Uma Declaração que afirma a importância de todas as crianças terem necessidade de protecção e de atenções especiais. No entanto, quase meio século depois, parece que ainda há muitas crianças que vêem o seu brinquedo perdido nas longas horas de trabalho a que são sujeitas. O trabalho infantil ainda é uma realidade do século XXI. E, por muito que julguemos que é uma realidade dos países mais pobres, o que é certo é que muitas vezes esta realidade está bem próxima de nós.

O Luso Fonias de 18 de Novembro tem como tema “Trabalho infantil: o brinquedo perdido”. Para nos falar deste assunto, esteve na nossa companhia o Dr. Paulo Bárcia, Director do Escritório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) em Lisboa.



Segue o comentário do Pe. Tony Neves:

«Se o melhor do mundo são as crianças há que investir nelas o máximo. É urgente que todos nós demos as mãos com o objectivo de reunir as condições necessárias à garantia de cuidados elementares de saúde para todas as crianças, bem como a sua escolaridade mínima.

Ao olharmos o mundo dos pobres, reparamos com facilidade que, numa lógica de sobrevivência, muitas crianças passam o dia a fazer pequenos trabalhos que as ocupam e impedem de ir à escola. Desta forma, a lógica da sobrevivência mata o futuro.

O trabalho infantil é um flagelo, uma violação frontal dos direitos das crianças. Há que denunciá-lo e, mais do que isso, há que criar condições para que as crianças possam ser crianças e crescer como tal. Em muitos casos, são vítimas de ganâncias desmedidas de empregadores sem escrúpulos que exploram os menores só para engordarem à custa dos mais pequenos e indefesos.

Mais dramática e desumana é a exploração infantil para fins sexuais. Um abuso inqualificável que faz correr rios de dinheiro e engorda máfias, algumas delas com tentáculos multinacionais.

Há que trabalhar, à escala do mundo, por mais justiça. Há que criar movimentos de cidadania que bloqueiem tudo o que cheire a fruto de trabalho infantil, denunciando, fazendo boicotes a produtos e serviços onde se explorem crianças e adolescentes. Há que ajudar a combater a pobreza, a construir escolas e postos de saúde, a desenvolver mentalidades e tecnologias que permitam aos governos dos povos atacar frontalmente este drama.

Só quando os direitos das crianças forem respeitados, Fernando Pessoa ganhará razão. Aí sim, o melhor do mundo são as crianças.»





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Contos em Viagem – Cabo Verde






Após a estreia em Cabo Verde, no Festival Mindelact, e a sua apresentação em itinerância por diversas cidades portuguesas, Contos em Viagem – Cabo Verde é agora apresentado em Lisboa, no Teatro Meridional, de 8 de Novembro a 15 de Dezembro.





É um espectáculo baseado em textos que, apesar de terem um contexto e geografia particulares, dizem da universalidade das emoções e este espectáculo, especificamente, fala de Cabo Verde, em Língua Portuguesa e também no seu crioulo.





No cais imenso que é a ilha, contam-se “pedaços” de estórias e poemas, como quem canta e reza. Uma actriz e um músico fazem da literatura o pretexto da viagem e, como itinerário, as palavras de autores cabo-verdianos.





Os textos irão atravessar o tempo, cruzar as ilhas, visitar poetas e escritores, dar voz e ritmo a personagens, a sensibilidades, a imaginários das estórias da história, num lugar a falar de si mesmo.





Este é o segundo espectáculo realizado no âmbito do projecto Contos em Viagem, que visa criar vários espectáculos com base no universo literário de cada um dos países da Lusofonia. Para saber mais, clique aqui.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Kanema – Festival Internacional dos Cinemas Africanos


De 21 a 30 de Novembro decorrerá, nos Cinemas Quarteto em Lisboa, o Kanema – Festival Internacional dos Cinemas Africanos, que já vai na sua 3ª edição e que este ano homenageia Ousmane Sembène, realizador e produtor senegalês, frequentemente denominado o pai do cinema africano.


A realização deste festival tem o objectivo de estimular o conhecimento das múltiplas realidades do continente africano, bem como difundir os olhares, temáticas e expectativas dos seus criadores contemporâneos.


No entanto, para a realização deste evento, há a necessidade de recursos humanos para o acolhimento e recepção das pessoas, encaminhamento para a sala e apresentação dos filmes a exibir. Caso tenha algum tempo disponível e queira oferecer-se como voluntário, entre em contacto com a organização através do e-mail: info@tamarindo.pt ou dos tlm: 964 338 380 / 964 336 936.

Exemplo





«O homem acredita mais com os olhos do que com os ouvidos. Por isso longo é o caminho através de regras e normas, curto e eficaz através do exemplo.» Séneca


quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Cooperar em português

A cooperação para o desenvolvimento destina-se a apoiar regiões, países e comunidades em vias de desenvolvimento, num contexto de desequilíbrio da repartição dos recursos e oportunidades a nível mundial. A cooperação procura ainda contribuir para a melhoria sustentável das condições económicas, sociais, ecológicas e políticas e promover os direitos humanos, a democracia, o combate à pobreza, assim como a prevenção de crises e conflitos a nível mundial.

Em Portugal, há várias organizações que actuam numa lógica de cooperação para o desenvolvimento. O Luso Fonias de 11 de Novembro esteve à conversa com duas destas organizações, responsáveis pelo projecto EduSaúde em Timor-Leste. Não perca a entrevista a Daniela Costa, da Província Portuguesa da Ordem Hospitaleira de S. João de Deus, e a Pedro Costa Jorge, da Fundação Evangelização e Culturas.




Segue o comentário do Pe. Tony Neves:

«Construir pontes entre povos e culturas é apostar na partilha de riquezas. Diz o provérbio que ninguém é tão pobre que não tenha nada para dar e ninguém é tão rico que não tenha nada para receber. A cooperação deve assentar não na base de interesses, mas na vontade de partilhar as riquezas que se têm para que todos saiam mais enriquecidos desta partilha.

A cooperação entre os povos que vivem no espaço lusófono é uma realidade que merece ser avaliada. Há uma vontade, por parte de todos os países envolvidos, de valorizar a formação dos estudos da língua e cultura que estão na base da lusofonia. Sendo o português a língua oficial, há que estudá-lo bem, não por uma questão ideológica de carácter neocolonial, mas por uma questão cultural e de comunicação. Todos os países do espaço lusófono deveriam fazer um grande esforço de valorizar cada vez mais esta língua que nos é comum, sem esquecer, é claro, as outras línguas nacionais e étnicas que constituem a alma dos diferentes povos que compõem os nossos países.

Mas a cooperação não se faz só ao nível da língua e da cultura. Faz-se, igualmente, ao nível de desenvolvimento e tecnologia, com o apoio na construção de escolas, centros de saúde bem como na montagem de estruturas ligadas às comunicações, à informática, à agro-pecuária, ao vastíssimo mundo empresarial. Sempre com o objectivo de ajudar os mais pobres a crescer e a tornarem-se mais independentes e auto-suficientes.

Portugal não tem sido o melhor exemplo no que diz respeito aos dinheiros disponíveis para a cooperação. Os tempos de crise tão falados e debatidos não ajudam a apostar em força na cooperação. Mas, em contrapartida, aumentam cada ano os voluntários que partem em Missão de solidariedade sem fronteiras. Verdade seja dita que, regra geral, partem sem qualquer apoio do governo português. Mas esta cooperação feita por uma causa nobre, sem estar atrelada a interesses económicos e financeiros, dá um toque solidário que continua a fazer falta à humanidade. Afinal de contas, a gratuidade é um valor humano indiscutível e é tão pouco praticado. Honra seja feita a esta leva de voluntários que partem em todas as direcções do globo e ali, de forma gratuita, ajudam a construir pontes entre os povos e fazem a experiência de uma partilha de vida e de cultura que torna o mundo mais rico. É bom continuar a apostar nesta frente da missão solidária.»






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domingo, 11 de novembro de 2007

Reportagem Fotográfica do IV Encontro das Rádios Lusófonas

Porquê um Encontro de Rádios Lusófonas?





Ir. Fátima Cavate, Directora Administrativa da Rádio Ecclesia (Angola)






Ir. Idalina Patia, Directora da Nova Rádio Paz e Vice-Presidente da ARCAMO (Moçambique)






António Pinelli, Presidente da Unda/Signis (Brasil)






Pe. António Fidalgo, Director da Rádio Nova (Cabo Verde) e Vice-Presidente da Direcção da VOX






Pe. Victorino Lucas, Director da Rádio Pax (Moçambique)






D. Abílio Ribas, Bispo Emérito de São Tomé e Príncipe




«Foram dias de partilha, discussão, mas sobretudo dias de amizade, fraternidade e de ajuda mútua. A célebre frase que tanto se ouve em África, "estamos juntos", esteve presente neste Encontro. Estamos juntos neste caminhada, com dificuldades por ultrapassar, com sucesso por alcançar, mas estamos juntos.



Foram dias de reencontros, mas também de encontros. Dias de emoção. Pessoas que trabalham juntas há três anos, numa lógica de trabalho à distância proporcionada pelo programa radiofónico Luso Fonias que reúne diversas rádios de todo o espaço lusófono, puderam finalmente conhecer os rostos de quem semanalmente colabora neste programa.



Foram dias de conquistas. O Luso Fonias angariou mais duas rádios parceiras de Moçambique, a Nova Rádio Paz e a Rádio Pax, que não só vão começar a retransmitir o programa como vão colaborar na rubrica Vozes da Lusofonia.



Foram dias de incentivo e ânimo para continuar nesta luta constante por um mundo melhor, um mundo com menos desigualdades, um mundo com um Norte mais próximo do Sul, um mundo onde a comunicação seja a ponte entre vozes e culturas.»


Adelaide Elias,

Produtora do Luso Fonias




Para ler na íntegra a conclusão do IV Encontro das Rádios Lusófonas Católicas, clique aqui.


O lugar do comunicador cristão nos tempos de hoje

Por Pe. Tony Neves



A primeira reacção da hierarquia da Igreja aos novos media, à medida que eles apareceram e ganharam lugar na sociedade, foi negativa. Adivinhavam-se efeitos muito perversos e contrários ao Evangelho. Passado o choque do primeiro impacto, o Concílio Vaticano II espanta toda a gente com o documento ‘Inter Mirifica’, publicado em 1963, onde se diz que os meios de comunicação social são maravilhosos e possuidores de uma grande capacidade de amplificar os valores humanos e cristãos. Tudo mudou a partir daí. (…)

O ano da morte de João Paulo II (2005) é marcado por dois documentos sobre os media: ‘o Rápido Desenvolvimento’ e a mensagem do Papa para o Dia Mundial das Comunicações Sociais. Aqui, J. Paulo II, pede que se estabeleçam pontes entre povos e pessoas e que se criem laços de solidariedade sem fronteiras entre os que já navegam pelas modernas tecnologias da informação e os que são info-excluídos.

Lutar contra a info-exclusão deverá uma das missões da Igreja nos tempos que se seguem. Em nome da justiça e do Evangelho. (…)



Media hoje – questões de fundo

1. Comunicação: realidade transversal (afecta tudo e todos)

2. A civilização do efémero – homem ligth

3. O alto risco da concentração mediática

4. O fabrico de figuras públicas. Quem não passa pelos media não existe

5. Sacrifícios no altar das audiências. As influências do tele-lixo

6. A toda-poderosa publicidade

7. A fachada dos media impressos e internet (capas e homepages): as novas vitrinas

8. Contra-programação e defesa do consumidor mediático

9. Media-pessimista ou media-optimista? Critérios, balizas e valores de fundo

10. Formar para a cidadania responsável / gerar motivações

11. Ao serviço do encontro de civilizações e de culturas

12. O risco de amplificar os gritos dos pobres e o poder de gerar ondas de solidariedade

13. Os media ao serviço dos direitos humanos. Que missão em tempo de guerra?

14. Circular na 'auto-estrada' -a Internet

15. Apostar na 'epikeia' - consciência como 'anti-vírus' com up-date (…)



Estamos num tempo marcado por dinamismos mundiais e é importante que os valores cristãos sejam propostos para contrariar os efeitos perversos da globalização.

Num mundo secularizado, a Igreja tem de ter a coragem de anunciar o Evangelho numa perspectiva de primeira evangelização. Há a convicção de que o Evangelho faz falta à humanidade.

Num mundo de tirania cultural, há que defender os povos que vêem as suas culturas ameaçadas pelos grandes interesses económicos e políticos.

Num mundo marcado pela opressão económica das grandes multinacionais e grupos, é urgente investir na solidariedade com os mais pobres e excluídos.

Num mundo onde o que conta é a produção, há que investir na pessoa e nos seus valores de fundo.

Numa sociedade mediática em que só existe quem passa pelos meios de comunicação social, há que investir na promoção de uma verdadeira comunicação que estabeleça pontes entre povos e pessoas.

Num mundo tão marcado pela violência e pela guerra, há que dar tudo por tudo para que a paz vença e se aposte nos sempre difíceis caminhos da reconciliação.




Para ler na íntegra o artigo da participação do Pe. Tony Neves no IV Encontro das Rádios Lusófonas Católicas, clique aqui.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Liberdade e Cidadania

A Declaração Universal dos Direitos do Homem, adoptada a 10 de Dezembro de 1948, afirma no seu artigo 1º que: “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade”.

O Luso Fonias, do passado dia 4 de Novembro, esteve à conversa sobre liberdade e cidadania, procurando saber como podemos exercer os nossos direitos e participar activamente na sociedade, porque ser cidadão é participar na construção de um futuro que é comum a todos.

Em estúdio esteve o Professor Doutor João Carlos Espada, Director do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa e Director da Revista Nova Cidadania.



Segue o comentário do Pe. Tony Neves:

«Ninguém se pode demitir de dar o seu contributo para que o mundo seja mais humano e fraterno. A cidadania é um valor decisivo para que as sociedades sejam um espaço onde todos têm lugar e onde todos dão o seu melhor a favor da paz e da justiça.

O exercício de uma sã cidadania supõe o respeito pela dignidade humana e pela liberdade dos cidadãos. Ora, isto é que nem sempre acontece e a história está manchada por períodos onde os direitos humanos não foram respeitados e, por isso, as pessoas não tiveram condições para construir, de mãos dadas, o seu presente e o seu futuro.

A 27 de Outubro, em Viana do castelo, realizou-se o IX Fórum Ecuménico Jovem. Depois de uma manhã de reflexão em grupo (eram uns 250 jovens de Portugal inteiro), a tarde foi de saída à rua à procura de sinais que mostrassem luzes e sombras na cidade. O grupo que acompanhei foi até ao grande monumento à liberdade, situado junto ao rio Lima. Ali está um grande arco de ferro com alguns elos de uma corrente colocados lá em cima, enquanto que outros elos estão no chão, dando a clara noção de que a corrente está partida. A liberdade como valor foi o centro de uma discussão muito bonita feita por estes jovens que querem um futuro melhor, com valores... mas todos concluíram que não há liberdade sem empenho, sem compromissos de cidadania.

O mundo atravessa um momento difícil porque violências, guerras, desigualdades gritantes, injustiças, pobreza... parecem ter conquistado parte do nosso mundo sem que os efeitos positivos da globalização se façam sentir para milhões e milhões de pessoas. O sentido de uma cidadania responsável também terá efeitos à escala planetária na medida em que os governos criem mecanismos de combate à pobreza que equilibrem a história da humanidade. Os tão falados objectivos do milénio para o desenvolvimento, assinados por todos os líderes políticos do mundo no ano dois mil, continuam a ser letra morta. Há que dar-lhes vida, em nome dos cidadãos e da justiça a que todos têm direito.»



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Recordar Idalina Gomes

Um ano depois da morte da missionária portuguesa, os Leigos para o Desenvolvimento assinalam a data com celebrações eucarísticas







Faz hoje um ano que Idalina Gomes, uma leiga missionária portuguesa, e o Pe. Waldyr dos Santos, brasileiro, foram assassinados em Moçambique.




A missionária portuguesa encontrava-se ao serviço da Organização Leigos para o Desenvolvimento, que não querem deixar passar esta data. Assim, vão ser celebradas eucaristias nos vários núcleos regionais:

Lisboa, na Igreja do Colégio S. João de Brito, pelas 20h.

Em Coimbra, na Capela do CUMN - Centro Universitário Manuel da Nóbrega (Rua José Falcão 4 - Rua da Secretaria Geral, junto à Biblioteca Joanina), pelas 19h
No Porto, na Capela do CREU-IL - Centro de Reflexão e Encontro Universitário Inácio de Loyola (Rua Oliveira Monteiro, 562) , pelas 19h15.

Em Braga, na Capela do CAB - Centro Académico de Braga (Pç. da Faculdade, 16), pelas 19h15.

Os Leigos para o Desenvolvimento convidam a estar presentes e que se queiram associar através da oração.

No próximo Sábado, dia 10, será celebrada a Eucaristia, em Aguiar da Beira - de onde Idalina Gomes era natural - pelas 15h. A família da missionária estará presente e convida todos os que queiram unir-se a eles.




A Organização Leigos para o Desenvolvimento, toda sua edição do mês de Novembro, a Idalina Gomes. Hilário David, Presidente da direcção escreve na publicação que “um ano depois, queremos recordar uma vida que se deu totalmente aos outros. E ao recordá-la, tornamos presente o sentir e agir de tantos que já partiram ou que querem continuar a partir abraçando este projecto de ser LD”.

Idalina Gomes, uma leiga missionária portuguesa, encontrava há um ano, a trabalhar na Missão da Fonte Boa, situada numa zona remota da província de Angónia, a mais de 200 quilómetros de Tete, capital da província com o mesmo nome, junto da fronteira com o Malawi, quando foi assassinada a 6 de Novembro de 2006. Estava ao serviço da Organização “Leigos para o Desenvolvimento”.

A jovem missionária era natural de Aguiar da Beira. Morreu na sequência de um ataque levado a cabo por um grupo armado, na residência jesuíta onde se encontrava. Na ocasião foi ainda assassinado o Pe. Waldyr dos Santos, brasileiro de 69 anos, tendo ficado feridos outros dois religiosos.




Em julgamento

Os suspeitos do crime começaram a ser julgados em Agosto último.
Em tribunal, onde está a ser julgado o “Crime da Fonte Boa”, os seis arguidos ouvidos nas audiências negaram as acusações do Ministério Público (MP). Dois cidadãos do Malawi, também suspeitos de envolvimento no duplo homicídio, são julgados à revelia por se encontrarem a monte.

Os seis arguidos, terão cometido, em co-autoria, os crimes de homicídio qualificado, tentativa de homicídio, ofensas corporais, furto qualificado e simples e de associação criminosa, segundo a acusação, citada pelo jornal moçambicano ‘Notícias’.
O MP considera como circunstâncias agravantes “o facto de o grupo ter agido de forma premeditada, por mais de duas pessoas, com recurso a arrombamento, em lugar sagrado e a coberto da escuridão da noite”, e realça ainda que estavam em “superioridade em relação às vítimas, considerando a idade, sexo e posse de arma”.





sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Dez anos da VOX – Determinação com futuro







Seríamos tentados a ficar em contemplação do que foi a caminhada de arranque, estruturação e implantação da VOX – Associação Mundial das Rádios de Inspiração Cristã de Expressão Portuguesa. Mas, parece mais importante darmo-nos conta dos desafios que o futuro nos apresenta. Por isso, da reunião dos representantes das rádios associadas à VOX, em Carcavelos, entre 17 e 21 de Outubro, ressalta como muito positivo que se tenha decidido enfrentar a possibilidade de continuar o diálogo para que as rádios possam vir a trabalhar em comum, com a utilização do satélite. Inquestionavelmente, esta é uma decisão de enorme arrojo, para que nos lancemos num novo horizonte de solidariedade e partilha, nos caminhos da nova evangelização e da missão da Igreja nos dias de hoje. Na opinião do presidente da Unda/Signis -Brasil, conseguimos mais em resultados positivos, metas alcançadas, e projecção do futuro, do que a congénere brasileira, que tem cerca de 20 anos, conseguiu no mesmo espaço de tempo. É, pois, um enorme desafio, para nos lançarmos na continuidade da nossa caminhada, obedecendo à voz do Mestre que nos manda lançar as redes para o outro lado, e mar adentro.


A realização deste encontro foi, já por si, um dom precioso, com falta de apoio das entidades oficiais portuguesas, que deveriam estar sensíveis para o enorme alcance deste evento, conseguindo avanços de repercussões muito positivas, pelo esforço das rádios e associações dos diversos países lusófonos, atingindo consensos, partilhando projectos e enfrentado os obstáculos a vencer, com determinação. A interpelação do presidente da Direcção da VOX, de que “ninguém é tão pobre que não possa partilhar alguma coisa”, mexeu com os participantes, para que se pudesse realizar um verdadeiro encontro de entreajuda, e resultasse na ultrapassagem de “qualquer tentação miserabilista” que o representante da rádio mais pobre pudesse ter. “Só os pobres partilham, pois os ricos encontram montanhas de justificações para nada dar”, afirmou ainda.


A VOX, associação mundial das rádios de inspiração cristã de expressão portuguesa, tem consciência do contributo que as suas emissoras dão para a aldeia global; por isso, “saudamos os nossos povos e comunidades, a quem queremos servir, a partir dos valores humanistas e cristãos”, como se afirma nas conclusões finais. É assim que “percebemos a importância da integração de etnias, além dos emigrantes, mostrando que a linguagem da rádio tem de ser pluralista”, como refere outra conclusão. Incentivando à participação da Igreja Católica nos media, também requerem diálogo “com os respectivos serviços diocesanos”, para “encontrar apoio aos trabalhos de evangelização radiofónica”. Mas, para que não se fique em lindas intenções, foi designada uma equipa, de modo a elaborar “um projecto para possíveis patrocinadores do aluguer de seguimento espacial do satélite para funcionamento da rede”.


O envolvimento da Direcção da VOX, da FEC (Fundação Evangelização e Culturas), da Rádio Renascença, da Unda/Signis-Brasil, do Serviço Missionário Mundial da Signis, entre outros, é decisivo, para dar continuidade às decisões tomadas neste IV Encontro das Rádios Lusófonas Católicas. Todas as rádios e associações irão também fazer alguns trabalhos de casa, para que a sintonia seja o mais harmoniosa possível, pois esta reunião não deixou de apresentar também algumas mazelas e colocar o dedo nas feridas. De salientar ainda que estas rádios dialogam dum modo habitual, através da Internet, como grupo de rádios - VOX. O site http://www.vox-radios.pt/ permite igualmente a interactividade entre todos os membros.





Pe. Armando Duarte


Presidente da Direcção da Vox