sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Indústria em África

A 20 de Novembro comemora-se o Dia da Industrialização de África, uma data que serviu de mote ao tema do Luso Fonias do dia 22 deste mês. Um programa que esteve à convJaime Nogueira Pintoersa sobre a economia e indústria no continente africano.

Não perca a entrevista ao Professor Doutor Jaime Nogueira Pinto, Presidente da FLAC - Fundação Luso-Africana para a Cultura e Consultor e Administrador de Empresas. Publicou várias obras de temática histórica e política contemporânea, tendo lançado recentemente o livro Jogos Africanos.



Na opinião do Pe. Tony Neves:

«Sempre me causou impressão o facto de África ser o continente com mais matérias-primas e menos indústria. Pela lógica das coisas, ficaria mais barato construir fábricas perto das matérias-primas, pois isso evitava o seu transporte. Mas as lógicas dos mercados são outras e os jogos de interesses definem outras estratégias. A verdade é que, durante muitos séculos, as matérias-primas extraídas no continente africano eram transportadas para a Europa e só ali transformadas. O resultado era evidente: as matérias-primas eram extraídas a baixíssimo custo, a transformação na Europa permitia a produção de bens que, muitos deles, regressavam a África a preços proibitivos para a maioria da população e a custos elevados para os governos que os importavam. Este circuito penalizava profundamente os legítimos proprietários das matérias-primas, o que, em termos éticos, se assemelhava muito a um roubo mais ou menos oficial e público.

Hoje, infelizmente, a situação não está muito diferente, embora haja já muitas multinacionais a investir na construção de espaços industriais em África, com o apoio de alguns governantes locais. Continua a parecer que as riquezas da África se mantêm a saque, já não tanto pelos colonos, mas mais pela elite governante e seus colaboradores. O povo simples, esse continua a viver na maior das misérias, atirado para os interiores abandonados ou para as periferias paupérrimas e violentas das grandes cidades.

Mas, há também que dizê-lo, alguns países fogem à regra e vão reorganizando as suas economias com um investimento forte na indústria e tecnologia, um passo gigantesco no sentido da libertação da tutela dos países mais ricos do mundo. Parece ser ainda uma miragem, mas este caminho começa a fazer-se e a crise que se vive em muitos dos países mais ricos do mundo, abre perspectivas de futuro a África, para onde partem muitos empresários à procura das oportunidades que não encontram na Europa e América e que julgam poder encontrar lá. E num quadro já bem diferente do colonial, pode ser que os povos locais beneficiem um pouco mais desta nova era económica. Investir na indústria e criar postos de trabalho e garantir o desenvolvimento dos povos. E assim for e a ecologia não for espezinhada, África vai avançar. A bem do continente, a bem de todos.»




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quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Cáritas lança 10 milhões de Estrelas

Bairro 6 de Maio acolhe apresentação da campanha de Natal da organização católica para a solidariedade



A Cáritas Portuguesa vai fazer hoje, dia 27 de Novembro, às 14H30, o lançamento da Operação 10 Milhões de Estrelas-Um Gesto Pela Paz 2008. Esta cerimónia terá lugar no Centro Social do Bairro 6 de Maio, Venda Nova – Amadora.


Criar uma cultura de paz no coração dos cidadãos, vencendo a dimensão consumista e materialista do Natal é o objectivo desta campanha, realizada em Portugal pelo sexto ano consecutivo.


A mobilização para esta iniciativa tem acontecido um pouco por todo o país e tem o seu ponto alto durante a época de Natal. É materializada através de manifestações de vária índole, designadamente de natureza espiritual, cultural, artística e desportiva, que culminam com uma concentração num local emblemático de cada localidade, onde as pessoas acenderão velas num gesto simbólico de apelo à Paz.


Estas velas serão utilizadas novamente na Noite de Natal (24 de Dezembro), desta vez para iluminar as janelas das casas, de modo a serem vistas da rua, simbolizando a adesão das famílias portuguesas aos valores propostos por esta campanha.


Das verbas recolhidas pela Operação 10 Milhões de Estrelas - Um Gesto Pela Paz 2008, 30 % das mesmas destinam-se a apoiar um projecto de cooperação e desenvolvimento para promover a integração dos povos pigmeus de Mongoumba – população minoritária da República Centro Africana – sendo as áreas da saúde e da educação as principais prioridades. Esta escolha está intimamente ligada à celebração do Ano Europeu do Diálogo Intercultural.


Os restantes 70% das verbas serão aplicados pelas Cáritas Diocesanas, em projectos portugueses da mesma área.


Fonte: Agência Ecclesia

terça-feira, 25 de novembro de 2008

À mesa com certeza mas com um prato saudável!

O Luso Fonias de 15 de Novembro contou com uma emissão sobre alimentação, um tema que hoje em dia se torna imprescindível discutir pelas preocupações que nos suscita.

As doenças relacionadas com a alimentação crescem a um ritmo acelerado, o que torna urgente a educação para hábitos saudáveis para que se coma de forma equilibrada e adequada. A entrevista desta semana focou-se na temática da diabetes e procurou perceber quais as causas e consequências desta doença.

Em estúdio esteve o Dr. Luís Gardete Correia, Presidente da Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP), Ex-Presidente da SPD (Sociedade Portuguesa de Diabetologia) e Coordenador do Estudo Nacional da Prevalência da Diabetes. Não deixe de ouvir e aprender algumas dicas sobre alimentação saudável.



Na opinião do Pe. Tony Neves:

«Estamos num mundo de contrastes que atentam contra a dignidade e os direitos humanos. Todos os dias, os meios de comunicação social falam da obesidade nos países mais ricos como um drama imenso, uma vez que há um excesso de alimentação que causa desequilíbrios e doenças graves. Há, por isso, que fazer dietas rigorosas para evitar que as pessoas fiquem gordas demais. Por ironia, nunca houve tanta fome no mundo, o que prova que, como escreveu o Papa Paulo VI, as pessoas do mundo pobre têm razões para lançar um grito por mais justiça às pessoas do mundo da opulência. Também o Papa João Paulo II se lamentou porque os ricos estão cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres.

Na viragem do milénio, todos nos recordamos que, os governos do mundo inteiro decidiram enfrentar o drama da pobreza e, desta forma, foram escritos os oito objectivos do milénio para o desenvolvimento. E, curiosamente, o primeiro destes objectivos é mesmo acabar com a pobreza extrema e a fome! Parece óbvia e indiscutível esta meta, até porque todos percebemos que a fome e a miséria arrasam qualquer civilização.

Quando damos a volta ao mundo, através dos meios de comunicação social, ficamos chocados com as desigualdades gritantes que vemos. Há tanta gente a viver numa opulência escandalosa, num despesismo intolerável e, ao mesmo tempo, milhões e milhões de pessoas vivem na mais inadmissível miséria. E mais: dentro dos países ricos também aumenta o número das pessoas que passam mal, até fome, como o prova em Portugal o aumento galopante das pessoas que recorrem aos alimentos do Banco Alimentar contra a Fome.

E se os economistas provam que o mundo tem bens alimentares suficientes para todos, torna-se fácil concluir que a fome não é uma fatalidade nem uma exigência que o limite de bens imponha, mas a consequência lógica da falta de justiça na distribuição. Esta verificação constitui um abanão forte à consciência da humanidade, pois há que criar uma nova ordem económica, política e social, à escala do mundo, que tente resolver estas desigualdades e, assim, rasgue caminhos de mais justiça social. Porque é uma vergonha para a humanidade continuar a haver gente que morre de fome.

Basta ser solidário. Não é preciso mesmo inventar nada!»




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Campanha de sensibilização pela saúde materna




A Fundação Evangelização e Culturas e a Objectivo 2015 - Campanha do Milénio das Nações, com o apoio da agência de comunicação McCann, estão a promover uma campanha de sensibilização da sociedade civil para a necessidade do cumprimento dos 8 Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM).



Esta parceria em particular visa chamar a atenção para o problema da saúde materna. Para muitas mulheres nos países pobres a alegria da maternidade é, demasiadas vezes, acompanhada por sérios riscos para a saúde. Cada ano, mais de 500 mil mulheres morrem de complicações relacionadas com a gravidez e muitos milhares mais ficam fisicamente diminuídas. Sem acesso a cuidados médicos básicos (como medicamentos e transfusões de sangue) e sem acompanhamento por parte de profissionais de saúde antes, durante e após o parto, para estas mulheres a gravidez pode ser uma verdadeira sentença de morte.



É essa a metáfora ilustrada na campanha agora lançada pela FEC e a Objectivo 2015 - Campanha do Milénio das Nações, onde a cadeira de uma sala de execução é substituída por uma cadeira de parto, equiparando o momento do parto ao momento da execução. Um momento de vida transforma-se num momento de morte, representando o que sucede na realidade a muitas mulheres.



A campanha sobre Saúde Materna foi produzida gratuitamente. Destacamos a participação graciosa de Beatriz Batarda (locução) e de Sara Tavares (música).



Para ajudar a combater o flagelo da mortalidade materna num dos países mais pobres, a Guiné-Bissau, participe na campanha de Natal da FEC Presentes Solidários 08, clicando aqui.






Mais informações em: http://www.objectivo2015.org/saudematerna/index.shtml

domingo, 23 de novembro de 2008

Quando a discriminação nos bate à porta

O Luso Fonias de 8 de Novembro dedicou a sua emissão ao tema da discriminação, focando-se particularmente nas questões relacionadas com a etnia cigana e convivência entre culturas.
Francisco Monteiro
Num dos editoriais do jornal A Caravana, o Frei Francisco Sales Diniz salienta que: «A convivência entre pessoas com a mesma base cultural é, por vezes difícil, porque o ser humano, por si só, já é complicado. (…) Nós, os católicos, acreditamos que Deus não faz distinção de pessoas; em Deus não há cigano ou africano, russo ou chinês, negro ou branco, todos são filhos de Deus, com igual dignidade, criados à imagem e semelhança de Deus».

Não perca a entrevista ao Dr. Francisco Monteiro, Director Executivo da Obra Nacional da Pastoral dos Ciganos.



Na opinião do Pe. Tony Neves:

«Discriminação é uma palavra que todos condenamos, mas é uma atitude que todos cometemos, de uma forma mais directa ou mais camuflada.

Felizmente, á medida que as sociedades se organizam e reflectem as suas maneiras de ser e estar na vida, facilmente aparecem reflexões sobre o que é aceitável ou não, em termos de comportamento. E uma reflexão ética obriga a fazer listas de posturas e atitudes que desrespeitam os outros. Claro está que as ideias e atitudes que façam acepção de pessoas têm de ser reprovadas porque são geradoras de discriminação. Uma sociedade que faça mal a gestão do respeito pelas diferenças aceitáveis torna-se perigosa porque legitima a exclusão e faz com que haja cidadãos de primeira e de segunda, uns com direitos e outros sem eles.

A discriminação racial é, talvez, a mais terrível e a que, ao longo da história, mais injustiças gerou. Talvez as eleições americanas tenham ajudado a dar um passo decisivo para o respeito das pessoas, independentemente das origens, da raça e da cor.

A discriminação joga sempre no mesmo campeonato do preconceito. Ora, quando discriminamos as pessoas logo criamos preconceitos que erguem barreiras e nos afastam cada vez mais delas. Como que colocamos um carimbo na testa que as põem na lista das pessoas que não merecem respeito nem credibilidade. E assim marginalizamos, reduzimos a humanidade, esmagamos a dignidade.

As lutas contra toda e qualquer forma de discriminação tornam-se, por tudo quanto já disse, uma questão de vida ou de morte. Sociedades que assentam na injustiça não têm futuro. Há que investir na educação, no respeito pelos valores de uma cidadania responsável. Tudo o que puder ser feito em nome de uma sociedade humana e fraterna, onde todos se sintam com os mesmos direitos e deveres, é excelente. A celebração, a 10 de Dezembro, dos 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos pode ser um óptimo pretexto para falar da igualdade entre todos, para bem de todos.»




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quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Um presente original!



Os jovens do século XXI

A emissão do Luso Fonias de 1 de Novembro foi dedicada aos jovens. Fomos procurar saber quais os hábitos dos jovens do século XXI e se os estilos de vida dos jovens lusófonos diferem muito de país para país.

Gisela Monteiro e Inês AzevedoEm estúdio esteve a portuguesa Inês Azevedo, que foi missionária em Moçambique, e a cabo-verdiana Gisela Monteiro, que está há nove anos em Portugal. Dois testemunhos dos hábitos e estilos de vida dos jovens dos dias de hoje.



Na opinião do Pe. Tony Neves:

«Já fui jovem (no século XX, é verdade!) e ainda hoje invisto muito na pastoral juvenil. Há dias, pediram-me para escolher sete palavras-chave que ajudem os jovens do nosso tempo a ser verdadeiramente jovens e cristãos.

Comecei pela palavra FÉ. Sem ela, acho que os jovens perdem horizonte e sentido. Não saber de onde se vem, para onde se vai e o que é que se tem que fazer da vida... coloca os jovens um pouco à deriva. Depois, avancei para a palavra GRUPO, com a convicção de que, só juntos se tem capacidade de construir projectos de futuro, avaliar o caminho percorrido e rasgar novos horizontes.

A palavra FORMAÇÃO veio a seguir e nasce da minha experiência e convicção de que há que crescer sempre no conhecimento, a todos os níveis do saber, do saber fazer e do ser.

A palavra DIÁLOGO também me enche as medidas pois a vida só se compreende e só nos realiza se conversamos uns com os outros, se partilharmos ideias e compromissos.

CIDADANIA E SOLIDARIEDADE foram outras palavras que atirei para a mesa dos jovens. Cruzar os braços e achar que o mundo avança sem fazermos nada por isso é uma barbaridade total. Há que fazer o que está ao nosso alcance para que a nossa sociedade seja humana e fraterna. A cidadania é uma exigência.

Por isso, a MISSÃO também se tornou realidade incontornável para mim e falei dela aos jovens. Há que soltar amarras e partir ao encontro dos outros, sobretudo dos que mais precisem de nós.

E termino olhando para os Jogos Olímpicos e citando o P. Tolentino Mendonça:

O jovem atleta Nelson Évora ganhou a medalha de ouro no triplo salto e explicou: ‘Sempre que salto, salto para o infinito’. O P. Tolentino Mendonça, biblista e poeta, comentou o que, para ele, significa ‘saltar para o infinito’: ‘Transcender-se, ir além, ir mais longe, sabendo que isso implica que cada um se tenha encontrado humildemente com os seus limites e plenamente com as suas possibilidades. Num tempo de tectos baixos e metas imediatas, como parecem ser os nossos, ‘saltar para o infinito’ constitui talvez uma impopular aposta. Mas a esperança, a verdadeira esperança, pede de nós risco e coragem’.»




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quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Presentes Solidários 2008 – Dar a Duplicar!




Já tem presentes para este Natal?



Pelo terceiro ano consecutivo, a Fundação Evangelização e Culturas (FEC) promove a campanha Presentes Solidários. Agora que o Natal se aproxima rapidamente, voltamos a lançar um desafio à sociedade portuguesa: e se cada um de nós contribuísse efectivamente para um mundo mais justo e mais solidário?

Os Presentes Solidários vão ao encontro deste desafio sempre urgente e actual: são presentes originais que mudam realmente a vida de inúmeras famílias mais desfavorecidas nos países lusófonos.

Por exemplo, a oferta de uma maleta de parto, significa apoiar o parto de uma grávida guineense, num dos países com mais alta taxa de mortalidade materna do mundo.



Dar a duplicar

A campanha Presentes Solidários traduz o slogan “Dar a duplicar!”: qualquer pessoa pode escolher entre os sete presentes diferentes que constam do catálogo deste ano e que foram previamente escolhidos de acordo com as necessidades reais do terreno. Fará depois a encomenda em nome de um amigo, colega ou familiar que receberá um postal ilustrado com a indicação do presente oferecido. Deste modo, estará a dar a duplicar: contribui com o seu dinheiro para que uma família ou comunidade desfavorecida receba algo que lhe é necessário e está ainda a surpreender o seu amigo, colega ou familiar com um postal ilustrado com a indicação do presente oferecido.



Os presentes deste ano por país:

Angola – Uma Chapa de Zinco – 12€

Cabo Verde – Passe de Transporte Escolar – 24€

Guiné-Bissau – Maleta de Parto – 32€

Moçambique – Cobertor – 8€

Brasil – Filtro de Água – 22€

Timor-Leste – Kit de Construção – 16€

São Tomé e Príncipe – Mochila e Estojo Escolares – 6€



São presentes que procuram o desenvolvimento sustentado destes países. Vão ao encontro de áreas tão importantes como a educação, a saúde e as infra-estruturas. São comprados em cada país, a fim de promover o comércio local e são adquiridos e entregues em colaboração estreita com sete parceiros no terreno: Diocese de Lwena (Angola), Paróquia do Mindelo (Cabo Verde), Caritas de Bafatá (Guiné-Bissau), Irmãs Concepcionistas ao Serviço dos Pobres (Moçambique), Missionárias da Boa Nova (Brasil), Irmãos de São João de Deus (Timor-Leste) e Diocese de São Tomé e Príncipe.



Como encomendar?

Para encomendar os seus Presentes Solidários, basta ir ao site da campanha: www.presentessolidarios.pt. A campanha decorre até ao dia de Reis de 2009.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Por uma notícia sobre o desenvolvimento

O artigo 1º do Estatuto do Jornalista diz que: «são considerados jornalistas aqueles que, como ocupação principal, permanente e remunerada, exercem funções de pesquisa, recolha, selecção e tratamento de factos, notícias ou Joaquim Francoopiniões, através de texto, imagem ou som, destinados à divulgação informativa pela imprensa, por agência noticiosa, pela rádio, pela televisão ou por outra forma de difusão electrónica».

O Luso Fonias de 25 de Outubro foi procurar saber um pouco mais sobre a actividade de um jornalista e os desafios que estes profissionais enfrentam no seu dia-a-dia. Não perca a entrevista ao jornalista Joaquim Franco que nos falou da sua experiência.



Na opinião do Pe. Tony Neves:

«Depois do grande Dia Missionário Mundial, vem a propósito uma reflexão sobre a relação entre a Comunicação Social e o desenvolvimento dos povos, sobretudo dos mais pobres. Por isso, quero, como jornalista e missionário, deixar algumas convicções da minha vida sobre a missão que a comunicação social pode e deve desempenhar:

É Missão para a Comunicação Social de inspiração cristã amplificar os gritos dos pobres, ser a vez e a voz dos sem voz e sem vez, colocar o seu coração a bater ao ritmo do coração do povo, sobretudo dos mais excluídos. Assim, apresento, em flash, dez desafios:

1. Formar os leitores, telespectadores e ouvintes para os valores humanos e cristãos, de modo a que se tornem cidadãos mais responsáveis e, assim, menos manipuláveis;

2. Amplificar os princípios sociais da Igreja, gravados no compêndio publicado pelo Pontifício Conselho Justiça e Paz;

3. Dar voz a todas as iniciativas consideradas proféticas na medida em que defendem as grandes causas da humanidade;

4. Dar grande lugar ao anúncio dos direitos humanos e à denúncia das suas violações;

5. Ajudar a construir uma sociedade onde os cidadãos contem, onde a liberdade e a democracia não sejam palavras de dicionário;

6. Dar voz às populações que querem ver amplificados os seus gritos contra as injustiças de que são vítimas;

7. Incentivar a escolarização e o acesso das populações à cultura e às novas tecnologias;

8. Elevar o nível cultural e ético do povo, pelos temas aprofundados, pelos debates realizados, pela música e outras formas de expressão cultural;

9. Combater e denunciar toda e qualquer forma de corrupção;

10. Lutar contra a info-exclusão, o que deverá constituir uma das missões da Igreja hoje, em nome da justiça e do Evangelho.»




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Europa - África: Olhares Africanos

O CHRIS - Centro de História Contemporânea e Relações Internacionais - promove no próximo dia 12 de Novembro, às 21 horas, no Centro Cultural de Belém (sala Almada Negreiros), em Lisboa, a conferência-debate "EUROPA - ÁFRICA: Ollhares Africanos", terceira sessão do ciclo as Mulheres e a Europa, dirigido por Maria Belo.







Na sequência da Cimeira União Europeia - África (2007), e integrada no Ano Europeu para o Diálogo Intercultural, esta iniciativa procura aprofundar o debate em torno das relações Europa - África, nomeadamente no que diz respeito aos modelos sociais europeus e africanos.





Será oradora, Graça Machel, moçambicana, activista e política de reconhecido mérito nas áreas da Educação, dos Direitos das Crianças e do Desenvolvimento Comunitário, presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC).





A conferência - debate moderada por Maria Belo, coordenadora geral da iniciativa, e presidida por Rui Machete, presidente da FLAD, contará com as intervenções da Eurodeputada Ana Gomes e do Embaixador António Monteiro.





Para mais informações sobre a sessão e o respectivo processo de inscrição, entre em contacto com o CHRIS através do endereço chris2@mail.telepac.pt e/ou telefone 213 620 576.







Fonte: CHRIS

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Levanta-te contra a pobreza

Nas palavras do Cardeal Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, «a luta contra a pobreza é, hoje, uma luta pela salvação da humanidade como um todo».

A 17 de Outubro celebra-se o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, uma data comemorada mundialmente através da iniciativa “Levanta-te e Actua!”.

Luís MahO Luso Fonias de 18 de Outubro esteve à conversa sobre os objectivos desta e de outras iniciativas que possam contribuir para a erradicação da pobreza e a concretização dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio. Não perca a conversa com o Dr. Luís Mah da Campanha Objectivo 2015.



Na opinião do Pe. Tony Neves:

«O Dia Missionário Mundial será antecedido, este ano, de um outro dia Mundial que lhe está intimamente ligado: o Dia Mundial para a Erradicação da Pobreza que se celebra a 17 de Outubro. E, verdade seja dita, é uma enorme responsabilidade para nós pois somos a primeira geração que pode erradicar a pobreza.

O programa ‘Pobreza Zero’, que pretende exigir aos governos a concretização dos Objectivos do Milénio que prevêem a redução em 50% da pobreza até 2015, lançou um conjunto de iniciativas em Portugal onde se prevê que 100 mil pessoas adiram e se envolvam, de 17 a 19 de Outubro. Recordamos que, em 2007, 43 milhões de pessoas levantaram-se para exigir aos líderes mundiais que cumpram as suas promessas para acabar com a pobreza e desigualdade. Portugal contribuiu com mais de 65 mil vozes nesta iniciativa.

Na campanha de incentivo á participação, que percorre site e e-mails na internet, o apelo é dirigido directamente ao coração: ‘Não fiques indiferente ao convite: “Levanta-te! Faz-te Ouvir! Actua!” O objectivo não é simplesmente o de quebrar um Recorde do Guiness, mas sim de mobilizar a sociedade civil. Atrair atenções, alertar consciências, manifestar que estamos contra os números que não param de aumentar: 50 mil pessoas morrem de pobreza extrema diariamente!

Lutar contra toda a espécie de pobrezas é uma exigência da missão hoje. Por isso, associo-me a esta onda e faço meu o apelo final que se pode ler em www.levanta-te.org:

“E tu? Vais ficar de fora? Aceita o desafio! Entra no website oficial do Levanta-te 2008 www.levanta-te.org.Visita, manifesta-te, organiza-te e mobiliza-te!”

Assim podemos provar mesmo ao mundo que a nossa geração (a de todos nós, não olhando a idades!)... a nossa geração é a primeira que pode erradicar a pobreza.»




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93 707 portugueses levantaram-se contra a pobreza




Foram 93 707 as pessoas que se levantaram em Portugal contra a Pobreza. É este o balanço oficial da organização da iniciativa «Levanta-te e Actua» 2008.

A edição de 2008 teve início à meia-noite de 17 de Outubro, dia Internacional para a Erradicação da Pobreza e terminou às 23h59 do dia 19. Realizaram-se mais de 2000 eventos em 100 países e Portugal voltou a ser o país que percentualmente mais gente mobilizou em toda a Europa.

A organização do "Levanta-te e actua" manifesta que “um novo recorde do Guinness foi estabelecido a nível mundial com 116 993 629 pessoas”. Mais de cem milhões de vozes recordaram aos líderes mundiais que a cada dia que passa 50 mil pessoas morrem de pobreza extrema e o fosso entre ricos e pobres é cada vez maior. “Tamanha mobilização é acima de tudo uma demonstração clara do impacto que pode ter uma acção local e global da sociedade civil”.





O «Levanta-te e actua contra a Pobreza e pelos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio» é um apelo global para que as pessoas se levantem exigindo que os seus governos cumpram as promessas de acabar com a pobreza extrema e que se alcancem os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) até 2015.

“Foi um momento alto na consciencialização de tanta gente, demonstrando uma grande força organizativa para amplificar o pedido claro que se alterem e melhorem as políticas sociais, económicas e culturais no mundo, porque cerca de metade da população mundial vive em situação de pobreza”.

A organização sublinha que “o desafio para que a erradicação da Pobreza deve ser uma preocupação diária, que não se esgote mas se inspire no dia 17 Outubro”, e que, pró-activamente, “todos se continuem a unir e a contribuir de uma forma sustentável para que toda a gente tenha uma vida digna e independente”.