segunda-feira, 19 de maio de 2008

Objectivos de Desenvolvimento do Milénio – Iniciativas Locais

No ano 2000, os oito Objectivos de Desenvolvimento do Milénio adoptados por todos os 189 Estados Membros da Assembleia Geral das Nações Unidas, vieram lançar um processo decisivo na cooperação global do século XXI.


Um desafio lançado a toda a comunidade internacional para a concretização de objectivos que atravessam questões como o acesso à educação e à saúde, a sustentabilidade ambiental e a erradicação da pobreza num prazo de 25 anos.


A entrevista do Luso Fonias de 18 de Maio teve o objectivo de dar a conhecer um dos muitos exemplos de iniciativas locais realizadas a propósito dos Objectivos do Milénio. Em estúdio esteve a Dra. Vanda Narciso, Técnica da Divisão de Inclusão Social da Câmara Municipal de Setúbal, e o Dr. Vasco Caleira, Técnico na SEIES – Sociedade de Estudos e Investigação em Engenharia Social.





Segue o comentário do Pe. Tony Neves:


«O panorama do mundo, no que diz respeito ao combate à pobreza, não está lá muito bonito. Os líderes dos países, na famosa Cimeira do Milénio, rasgaram horizontes e atiraram para 2015 a redução da pobreza para metade. Só que os objectivos do milénio para o desenvolvimento precisavam de medidas, de conversão de mentalidades, de mais solidariedade e partilha e isso é que não aconteceu, não está a acontecer e não se vislumbra vontade política dos grandes para que tal aconteça. Uma vez que todos continuam agarrados, de unhas e dentes, a privilégios e situações adquiridas.


Agora, para agravar a situação, veio a lume a questão dos biocombustíveis e a fome que eles trazem, na medida em que os bens alimentares de primeira necessidade vão transformar-se em combustíveis e, por causa da especulação, os preços estão a subir em flecha. A consequência maior será a fome das classes mais vulneráveis das sociedades, sobretudo as dos países mais pobres.


Concluo com uma reflexão/ interpelação do P. José Gaspar: E por muito que se diga que não se farão combustíveis do que é destinado à alimentação humana ou a rações para animais, a verdade é que por via deste duelo entre estômagos e tanques já dispararam os preços do trigo, arroz, milho e outros bens alimentares e ninguém pode predizer até onde irão subir. O Fundo da ONU para a Alimentação está preocupado, já lançou um pedido de uma ajuda adicional de 500 milhões de dólares para fazer face a situações graves de fome, multiplicam-se as revoltas pela falta agravada de comida em países pobres e sobem de tom os alertas de técnicos, igrejas e organizações sociais e de ajuda ao desenvolvimento’.


Há que ser humano e olhar mais para os pobres. Caso contrário, a cimeira do Milénio foi um enorme acto de hipocrisia.»







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