segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Direito à Saúde

O direito à saúde é reconhecido por todos e está expresso na Declaração Universal dos Direitos do Homem. Mas, em pleno século XXI, ainda assistimos a uma boa parte da população mundial que não tem sequer os cuidados básicos de saúde. Que medidas deverão ser tomadas para que todos tenham acesso à saúde?

Rui Portugal
Não deixe de ouvir o Luso Fonias de 19 de Setembro com uma entrevista ao Dr. Rui Portugal, Presidente do Conselho Directivo da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo.





Na opinião do P. Tony Neves:


«O Direito à saúde faz parte da lista dos direitos fundamentais da pessoa humana, como não podia deixar de ser. Em termos teóricos, o mundo ergue a voz, em uníssono, para apoiar esta ideia, mas, na prática, boa parte da humanidade não tem acesso sequer aos cuidados elementares da saúde. Daí que, até nos Objectivos do Milénio para o Desenvolvimento, este direito lá apareça bem expresso.


O problema é sempre o mesmo: a distância entre a teoria e a prática, entre o que se diz e o que se faz é enorme. E, por esse mundo além, até em países ricos, muita gente passa ao lado de tudo quanto poderia ajudar a manter as pessoas em bom estado de saúde e, nos casos de doença, seriam bem acompanhadas. Evitar-se-iam muitas doenças e combater-se-iam com sucesso outras tantas.


Dói verificar que, por causa das guerras dos laboratórios da indústria farmacêutica, muitos medicamentos e tratamentos ficam, pelo preço, fora do alcance das populações mais pobres. Medicamentos que saem baratos na produção, ficam caros pelo preço das patentes. Há ainda o problema das desfocagens: vivemos o terror da gripe A que tem matado pouca gente, mas feito circular, em medicamentos, prevenção, planos de contingência e publicidade muitos milhões de euros. E, no entretanto, a malária, as hepatites, as pneumonias, as tuberculoses e outras doenças fora dos holofotes da comunicação social continuam a fazer razias. Mas a comunicação social, os ministérios da saúde e a indústria farmacêutica têm as baterias apontadas à gripe A…


Também o acesso aos hospitais públicos continua a ser um problema sério. Costuma dizer-se que para se estar doente é preciso ser-se rico! E é verdade, porque só quem tem dinheiro se pode dar ao luxo de recorrer a hospitais e clínicas privadas que, a preço de ouro, têm á disposição imediata todo o tipo de tratamentos. Quem adoece e pára numa urgência de hospital ou precisa de uma consulta em alguma especialidade, bem pode esperar sentado uns meses para ver o seu problema de saúde analisado... e poderá esperar muito mais por uma cirurgia ou tratamento prolongado. Há que mudar esta situação, mas ninguém ainda descobriu bem como.


Em nome do direito à Saúde, peçamos a quem governa que mude este estado de coisas. Até porque, com saúde, a sociedade é mais feliz e todos poderão trabalhar mais e melhor pelo bem comum.»






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