terça-feira, 27 de maio de 2008

Ano Europeu do Diálogo Intercultural

A União Europeia tem o lema ‘Unidos na diversidade’, que pretende reflectir todas as nossas diferenças e semelhanças enquanto cidadãos de um espaço comum.

O Luso Fonias de 25 de Maio teve uma emissão dedicada a “2008 - Ano Europeu do Diálogo Intercultural”, procurando saber de que forma este ano pode ajudar a moldar consciências e a fomentar o diálogo entre povos e culturas.

Um programa muito especial, já que a 25 de Maio se celebra África e se lança o desafio do diálogo intercultural, por um mundo onde as diferenças sejam apenas as diferentes cores que dão beleza à vida.

Ouça a entrevista à Dra. Rosário Farmhouse, que a 8 de Fevereiro assumiu o cargo de Alta-Comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural. Licenciada em Antropologia com especialização em Antropologia Social, foi directora do Serviço Jesuíta aos Refugiados.

Uma conversa sobre como a diferença enriquece a vida cultural. Uma diferença que assume as mais diversas formas e acaba por se expressar na mistura de culturas que hoje somos todos nós, o nosso quotidiano, a nossa gastronomia, a nossa arte.



Segue o comentário do Pe. Tony Neves:

«A União Europeia sugeriu que, durante 2008, todos fizéssemos uma aposta séria no diálogo intercultural. Num tempo marcado pela globalização, pela informação sem fronteiras, pela circulação de pessoas à escala do planeta, as nossas sociedades, quer queiramos quer não, são espaços ‘arco-íris’, ou seja, são compostas por pessoas provenientes de muitos povos e culturas.

Apelar ao diálogo intercultural parece-me apontar para dois grandes objectivos que, na prática, se completam. Primeiro, parte-se do princípio que o encontro de povos e culturas permite enriquecer quem tiver o coração aberto e quiser crescer com a riqueza que todos constituímos, no que diz respeito a valores. Depois, há que reconhecer que, em muitos casos, não há encontro de culturas mas confronto, o que tem dado à história exemplos tristes de guerras étnicas, de exclusão, de construção de juros em vez de pontes.

A Europa já não é o que era há 100 anos. São milhões os cidadãos da União Europeia que têm raízes noutros espaços geográficos. Com eles (ou com os pais ou avós deles) vieram elementos culturais diferentes que se concretizam em convicções e atitudes que marcam a diferença e que há que compreender bem para as aceitar como enriquecimento do património cultural da Europa de hoje.

O apelo da União Europeia a um diálogo intercultural também nos purifica mentalidades e práticas que atentam contra o respeito que os outros merecem por serem diferentes, por terem outra história, outras convicções e outras maneiras de estar na vida. Quando nós dermos as mãos e olharmos para o lado bom que todos temos, a Europa será mais rica e com mais capacidade de entrar em sintonia com o mundo.»



Ouça este programa e os mais antigos na Telefonia

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