terça-feira, 12 de maio de 2009

Isenção na comunicação

O desenvolvimento rápido dos meios de comunicação permite-nos uma partilha cada vez maior de experiências, de saberes e de culturas. A sociedade da informação marca o ritmo de vida das pessoas e comunidades e influencia a tomada de decisões e a escolha dos indivíduos. Mas até que ponto é que podemos falar de uma comunicação isenta de quaisquer interesses políticos, religiosos, sociais ou de outra ordem qualquer?

José Luís Ramos PinheiroA 3 de Maio comemoramos o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. Numa sociedade profundamente marcada pela facilidade e rapidez de comunicação, a imprensa assume um papel fundamental na difusão do saber e do conhecimento em geral. Por isso, é essencial que os meios de comunicação sejam isentos aos mais diversos níveis.

Para nos falar sobre a “Isenção na Comunicação”, o Luso Fonias de 2 de Maio contou com a presença em estúdio de José Luís Ramos Pinheiro, jornalista da Rádio Renascença.




Na opinião do P. Tony Neves:

«A notícia deveria ser a informação mais objectiva que alguém pudesse dar a outra pessoa, sem introduzir nenhum elemento pessoal. É assim que se aprende nas Universidades quando se tira o Curso de Jornalismo. Mas, verdade seja dita, a objectividade pura não existe porque a própria selecção do que se diz e do que se não fala já transparece uma escolha pessoal. Por isso, o importante é a convicção de que devemos ser o mais isentos possível. E mais: é fundamental que nunca dêmos informações para delas tirar proveitos, um oportunismo que não é aceitável e, por isso, os códigos de ética o reprovam.

Passando de lindas teorias às práticas que se fazem, é triste o cenário da comunicação á escala do mundo. A lógica dos interesses passa por cima de toda e qualquer moral. Em muitas situações, sobretudo onde a liberdade de imprensa é apenas palavra escrita, os jornalistas ou alinham na propaganda de quem manda ou então têm a sua cabeça a prémio. Não é por acaso que, ano após ano, as listas de jornalistas assassinados no cumprimento da sua missão se equipara ao dos missionários mártires. Um caso que dá que pensar no que ao alto risco destas missões diz respeito. Uma comunicação social livre e isenta torna-se imagem de marca de um país democrático. Mas, mesmo em contexto de democracia há que estar atento pois as tentativas de manipulação (mais ou menos discretas) serão sempre uma constante. Se o poder político deixa em paz relativa os jornalistas, atacam os poderes económicos e entre as duas forças de manipulação venha o diabo e escolha. Ambas são péssimas para as populações.

Aprofundados os princípios democráticos há condições para que nasça uma comunicação social plural, mas assente no serviço à verdade, à paz e à justiça. Com estes valores de fundo, a missão da comunicação será fundamental. A democracia agradece-lhe.»



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