quarta-feira, 27 de maio de 2009

Tabaco: como abandonar o vício?

Doutor Luís Negrão
No dia 31 de Maio, último dia do chamado "Mês do Coração" comemoramos o Dia Mundial sem Tabaco. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o tabagismo continua a ser a principal causa de morte evitável em todo o mundo.
Para reflectir um pouco sobre este problema que afecta não só a população adulta como também os mais jovens, o Luso Fonias entrevistou o Doutor Luís Negrão, Assessor Médico da Fundação Portuguesa de Cardiologia e Responsável pela Campanha "Maio - Mês do Coração".



Na opinião do P. Tony Neves:


O tabaco continua a ser uma das muitas causas de morte em todo o mundo. Tempos houve em que fumar cigarro ou cachimbo era sinal de algum estatuto social. Já passou esta moda mas o consumo de tabaco continua em alta, apesar de todas as campanhas. Pensei eu que a última investida contra ao tabaco, quando se escreveu nos pacotes que o tabaco mata ou provoca danos graves á saúde, que iria dissuadir os fumadores e que diminuiria em flecha o número dos dependentes do fumo. Parece que, mais uma vez, não deu resultado. Já antes, quando os preços subiram em flecha, se esperavam resultados mais palpáveis, que não chegaram a verificar-se.

Eu não fumo nem nunca fumei. Ao conversar com amigos e amigas viciados do tabaco, dizem-me que estão a tentar deixar de fumar pela chumbada que o cigarro dá á saúde e à carteira. Mas, regra geral, ficam-se pelos bons propósitos.

Pergunto-me sempre o que estará por detrás desta dependência, pois estou convencido que os males só se atalham quando se resolvem as razões de fundo. Os fumadores dizem que o tabaco alivia tensões, dá mais calma, distende os nervos, combate o stress...Não estou muito convencido destes argumentos, mas que se continua a fumar, apesar de só se poder fazer em espaços abertos, esse é um dado que salta aos olhos.
Fica sempre no ar a eterna questão dos interesses em jogo. A máquina que se serve do tabaco para engordar contas bancárias está de braços cruzados a aceitar esta cruzada contra o cigarro? Desconfio que não e uma publicidade mais discreta continua a ter a eficiência da antiga, seduzindo agora mais adolescentes e jovens e investindo fortemente no feminino.

Neste 31 de Maio, dia Mundial sem Tabaco, conscientes do malefício do fumo, há que dar as mãos á Organização Mundial de Saúde para que, pelo menos, as crianças, adolescentes e jovens não sejam fumadores activos. É uma batalha difícil de travar, sem resultados à vista. Mas valerá a pena libertar as novas gerações desta dependência que engorda algumas fortunas, mas produz doença e até morte em muita gente por esse mundo fora. Eu apoio um mundo sem fumo.




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