domingo, 17 de maio de 2009

Pensar a Europa

A 9 de Maio comemora-se o Dia da Europa. O espaço europeu é marcado por uma grande diversidade cultural onde se assiste a um esforço crescente de unidade e crescimento global. São muitos e de natureza diversa os desafios que se colocam a esta Europa: a crise financeira mundial, as alterações Francisco Sarsfield Cabralclimáticas ou o envelhecimento da população são apenas alguns dos factores que nos levam a “Pensar a Europa”, tema da entrevista do programa Luso Fonias de 9 de Maio.

Em estúdio esteve o Professor Francisco Sarsfield Cabral, comentador da Rádio Renascença para os temas europeus.



Na opinião do P. Tony Neves:

«S. Bento e a grande tradição Beneditina, assente no ‘Reza e Trabalha’ ajudou a construir a Europa Ocidental. O outro pulmão europeu, o de Leste, foi ajudado a construir com S. Cirilo e S. Metódio, como tão bem escreveu João Paulo II.

Quer queiramos quer não, apesar do arco-íris que nós, Europeus, sempre fomos e somos, a matriz cristã da Europa parece não merecer muitas dúvidas. Mas, e este projecto Europeu riscado pelas instâncias da União Europeia, quer colocar o Cristianismo como apenas um dos muitos elementos que imprimem a identidade do continente branco.

Como cristãos, não podemos deixar de pensar a Europa com os valores gravados nas páginas dos Evangelhos e na longa e profunda tradição da doutrina social da Igreja. Isto não vai excluir ninguém, não vai permitir fechar portas a quem cá está ou cá pretender entrar, não vai catalogar as pessoas em cidadãos de primeira e de segunda. É exactamente o contrário o que um projecto europeu de matriz cristã poderá fazer: os valores cristãos exigem fraternidade universal, abertura aos outros, sensibilidade aos mais pobres. Há que combater todas as discriminações, enterrar, de uma vez por todas, o racismo e a xenofobia, há que investir em sociedades marcadas pela integração dos mais pobres e excluídos, há que proteger o ambiente para que esta terra seja a casa comum de todos, habitável e nos garanta o pão de cada dia.

Quero continuar a pensar uma Europa que, ultrapassado o tempo do colonialismo, se torna continente irmão de todos os outros, colaborando, na medida das suas possibilidades, na construção de uma mundo que quer ver atingidos os oito objectivos do milénio para o desenvolvimento.

Uma Europa aberta ao mundo, onde todos possam entrar e sair, é um sonho que as leis não permitem que se transforme em realidade. Mas é a Europa dos meus sonhos e não vou desistir dele. Tudo isto em nome das minhas convicções, em nome do Evangelho em que acredito, perla fraternidade que ele testemunha e constrói.»




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