terça-feira, 8 de maio de 2007

Marketing Vocacional

A emissão do Luso Fonias de 15 de Abril intitulou-se "Marketing Vocacional". Parece estranho, não é? Então ouça o programa e saiba quais as vantagens de se aplicar as técnicas de marketing à Igreja e às vocações.



Marketing é um conceito com várias definições. Podemos dizer que o marketing é acima de tudo um conjunto de técnicas que permite aproximar a oferta e a procura. Uma relação que se pretende eficaz, através da mensagem que se quer dirigir ao consumidor.



Hoje em dia fala-se muito das estratégias de marketing quer a nível empresarial, como a nível cultural e social, mas fala-se também de marketing vocacional. Não perca a conversa com o Dr. Carlos Liz da APEME – Área de Planeamento e Estudos de Mercado, é especialista em Marketing e assessor da Comissão de Pastoral das Vocações da CIRP (Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal). Um programa que surgiu a propósito do Dia Mundial de Orações pelas Vocações, a 12 de Abril.



Segue o comentário do editor, Pe. Tony Neves:

«A felicidade e a realização de cada pessoa dependem, numa perspectiva cristã, da resposta que cada um dá à vocação feita por Deus bem como da forma como se cumpre ou não as missões que Deus confia.

Ora, a Igreja atravessa, na Europa, um tempo de deserto vocacional pois são cada vez menos numerosos aqueles e aquelas que aceitam arriscar a vida num projecto de especial consagração, sendo Irmãs, Irmãos ou Padres, por toda a vida.

Buscam-se, regra geral, argumentos sociológicos para explicar a situação: as famílias têm poucos filhos, o ambiente social é muito laico, as novas gerações têm medo de tomar decisões para toda a vida, a sociedade está em crise de valores, o serviço aos outros é visto como um desperdício na busca do prazer próprio... enfim, tudo argumentos que podem ajudar a explicar a situação mas que não resolvem tudo nem permitem que dormamos tranquilamente à sombra deles.

Em termos vocacionais, nem há razões para cruzar os braços e a tirar a toalha ao chão, mas, verdade seja dita, ninguém deve dormir descansado. Há que tentar perceber bem o que se passa para inverter esta curva tão vertiginosamente descendente dos números de quantos e quantos optam pela vida sacerdotal e religiosa.

Nos últimos tempos, os animadores vocacionais têm ouvido especialistas de marketing a dar ideias e opiniões a fim de se rasgarem caminhos novos. Parece óbvio que o Evangelho não está ultrapassado e que as vocações de especial consagração continuam a fazer falta e sentido. Por isso, há que rever estratégias e estudar formas novas de propor aos jovens este caminho de consagração. Há que saber dizer as coisas com linguagem que os destinatários entendam. Se a mensagem está válida e não chega a quem de direito há que avaliar e perceber que outros caminhos e linguagens utilizar.

É corajosa esta opção que dá ainda os primeiros passos. Ninguém sabe se vão surgir resultados. Mas parece óbvio que o futuro das vocações dependerá sempre mais do testemunho das comunidades e seus pastores do que das novas estratégias de captação vocacional. Mas, também parece lógico que, com linguagens caducas e propostas sem rasgo não há futuro que se possa desenhar. Ousemos, com os pés bem assentes nas técnicas humanas e o coração bem perto de Deus, rasgar caminhos novos. A Igreja e a sociedade vão ganhar com os resultados que surgirem.»




Ouça este programa e os mais antigos na Telefonia

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1 comentário:

  1. Um programa com o Carlos Liz é sempre uma mais valia.
    Jlm

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