quarta-feira, 5 de maio de 2010

Os Ciganos: uma vida em caminho


Na passada Quinta-feira, dia 8 de Abril, celebrámos o Dia Internacional dos Ciganos. Portadores de uma cultura e tradições muito antigas, os ciganos continuam a ser muitos vezes excluídos e colocados de parte na nossa sociedade.

Para compreendermos o seu modo de vida e lançarmos desafios e caminhos de comunhão, o Luso Fonias conta com a participação do Responsável Nacional da Obra da Pastoral dos Ciganos, Frei Francisco Sales.












Na opinião do P. Tony Neves:




«O Dia Mundial dos Ciganos celebrou-se a 8 de Abril. Sempre que há um dia mundial de qualquer coisa é sinal de que algo ainda não está muito bem assumido. Neste caso, a celebração reveste-se de uma particular importância porque este povo tem características culturais muito próprias. As tradições étnicas dos ciganos tornaram-nos, ao longo dos tempos, um grupo excluído, porque dificilmente se tem enquadrado nos sistemas sociais dos países europeus onde vivem.
Cresci num ambiente social onde os ciganos eram vistos com suspeição. A ameaça de ‘chamar um cigano’, levava as crianças a mudar de comportamento e a fazer o que os mais velhos estavam a mandar. Chamar a alguém ‘cigano’ não era, propriamente um elogio. Era uma palavra que traduzia falta de seriedade, aldrabice.
Quando numa sociedade os grupos étnicos ficam á margem, a culpa pode estar em ambos os lados. Um esforço de aproximação e comunhão (não quero usar a palavra ‘integração’, pois acho que a ‘comunhão está mais correcta) implica caminhar juntos, derrubar preconceitos e mudar de atitudes. Sim, há conversões a fazer, de parte a parte. E mais: há que questionar algumas formas de estar na vida e de intervir socialmente. De um lado e do outro há aspectos a melhorar. E, se houver mais encontro e mais partilha, é inevitável a aproximação. O derrube dos preconceitos só pode acontecer se todos ouvirem mais e julgarem menos. E, sobretudo, de todos ousarem partilhar a vida e a história.

O valor da família alargada e da defesa do património histórico e cultural é algo que os ciganos podem dar aos outros grupos humanos. O abandonar certas posturas sociais que fragilizam a etnia vai ajudar a criar mais laços com o resto da comunidade. Se todos podem beneficiar da riqueza histórica e cultural de todos, porque perdemos esta oportunidade de crescer e de nos enriquecermos mutuamente?»







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