sexta-feira, 4 de abril de 2008

As inseguranças da paternidade

Ser pai é passar noites em branco, é ter de acompanhar os nossos filhos nos seus principais desafios, protegê-los nas angústias… Uma pressão que muitas vezes está associada a inseguranças e ao desejo de perfeição. Uma pressão que muitas vezes nos faz esquecer que uma das tarefas mais antigas do mundo, a paternidade, se faz sobretudo por instinto e com muito afecto.

O Luso Fonias de 16 de Março contou com uma emissão dedicada às inseguranças da paternidade. Um programa sobre os medos e receios que amedrontam os pais do século XXI: as saídas à noite, os desafios que a nossa sociedade apresenta às crianças, as escolhas que os pais e filhos têm de fazer… Medos pelos quais todos nós passamos mas que fazem parte do crescimento dos nossos filhos e também do nosso crescimento enquanto pais.

Um tema que surgiu a propósito da comemoração do Dia de S. José, dia do Pai, celebrado a 19 de Março. E que contou com a presença em estúdio de Tomás Espírito Santo que partilha connosco a sua experiência de pai, avô e agora também bisavô.



Segue o comentário do Pe. Tony Neves:

«O Dia de S. José, dia do Pai, é uma excelente data para reflectirmos sobre os desafios que se lançam hoje a uma paternidade responsável. Tempos houve em que o pai falava e todos aceitavam as suas ordens e sugestões. Hoje, em muitos contextos culturais, os pais perdem para os media e os grupos de amigos. Tal situação cria problemas educativos sérios e não se vê uma solução para este drama dos tempos modernos.

Quando os pais chegam ao ponto de desesperar porque não sabem mais o que fazer para educar os filhos, não percebem por onde eles andam de dia e de noite e nem sequer sabem se eles têm ou não aproveitamento escolar... nestes casos-limite a situação agrava-se.

Há que investir muito numa educação que responsabilize. Pegando no tão conhecido provérbio chinês, há que dar aos filhos cana e anzol e ensiná-los a pescar os valores da vida e as atitudes que construam personalidades sólidas e capazes de tomar decisões e compromissos.

A este título, talvez S. José dê uma ajuda. Também ele não percebeu muito bem o crescimento de Jesus, não o conseguiu segurar em casa, não pôde acompanhá-lo nas suas opções de fundo, nem sempre compreendeu as suas atitudes. Mas tentou ser muito fiel à sua vocação de Pai e à Missão que Deus lhe confiou. E, neste caso, deu liberdade de acção e confiou.

Na Europa, os pais vivem muito os dramas de uma eventual perda dos filhos nos caminhos da droga, da delinquência e do insucesso escolar, sinal de uma falta de integração social e de sentido de futuro para as suas vidas.

Ser pai é hoje, tão belo como desafiante. Preparar bem a missão da paternidade responsável é tarefa para os jovens e para as instituições que com eles trabalham e caminham. Em nome de um futuro promissor, há que criar novos pais para que os filhos novos não se sintam ultrapassados pela história.»



Ouça este programa e os mais antigos na Telefonia

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