terça-feira, 29 de abril de 2008

Professora: uma mãe na escola

“Professora: uma mãe na escola” foi o tema do Luso Fonias de 27 de Abril, uma emissão que surgiu a propósito do Dia da Mãe, que em Portugal se comemora a 4 de Maio.

Se antigamente a professora era uma figura muito respeitada e uma pessoa importante em qualquer aldeia, vila ou cidade do nosso país, hoje em dia já não é encarada da mesma forma. Antigamente as professoras eram como segundas mães, hoje arriscam-se a ouvir reprimendas se levantam um pouco mais a voz a um aluno.

Foi sobre o ensino do século XXI e, particularmente, sobre o papel da professora junto dos mais jovens que estivemos à conversa no Luso Fonias. Em estúdio esteve Rosário Teles, professora há cerca de 15 anos, que partilhou connosco a sua experiência.



Segue o comentário do Pe. Tony Neves:

«Os professores jogam um papel decisivo no futuro das nossas sociedades. Ao olhar para Portugal, recordo-me de ouvir os meus pais e avós a falar dos professores como as pessoas mais importantes e respeitadas, ao lado do padre e do médico. Eram, antigamente, das raras pessoas que estudavam e tinham uma maneira de olhar a vida e a história com mais horizontes que o comum das pessoas.

Agora, ao dar uma vista de olhos aos meios de comunicação social e ao escutar o que muita gente diz nas ruas e outros espaços públicos, fica-se com a sensação de que a escola atravessa um momento crítico. Desconfia-se da qualidade do ensino, da competência dos professores, da capacidade e vontade dos pais acompanharem o ritmo académico dos filhos. Pior ainda que tudo isto, é a ideia geral de que não há disciplina nas escolas, alguns professores são desrespeitados pelos alunos e pais, alguns alunos são violentos ou apáticos demais e estão na escola apenas porque são obrigados... enfim, situações que põem em causa a missão pedagógica da Escola.

Olhando para o professor, no feminino, reparamos que, em muitos casos, as professoras acumulam as suas funções com a de mãe na Escola. Pelas suas mãos passam centenas de alunos que, em muitos casos, precisam mais de uma mãe que acolha, converse, oriente, estimule do que, propriamente, de alguém que debite conhecimentos uns atrás dos outros. E muitas professoras conseguem conciliar estes dois objectivos: o de fazer a escola um espaço de aprendizagem ao mesmo tempo que se transforma a comunidade académica numa família onde todos crescem em todas as dimensões.

Que volta pode o mundo dar à Escola para ela ser uma casa onde se vivem e aprendem os valores da cidadania e da cultura? É uma pergunta de difícil resposta, exigindo que professores, alunos, famílias e sociedade em geral dêem as mãos. Valerá a pena apostar no presente e no futuro das novas gerações.»




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