quarta-feira, 9 de julho de 2008

China: uma influência na lusofonia?

O Luso Fonias de 15 de Junho esteve à conversa sobre a influência da China nos países de expressão portuguesa.

A nível económico tem-se verificado uma crescente procura chinesa de matérias-primas no exterior, bem como a necessidade de escoamento da sua produção industrial e agrícola. Em termos político-diplomáticos, a China, enquanto um dos maiores países em desenvolvimento do mundo, pretende reforçar a sua influência nestes países, por via de medidas como projectos de cooperação para o desenvolvimento.

Ouça a entrevista ao Professor Moisés Silva Fernandes, investigador e Director do Instituto Confúcio da Universidade de Lisboa.



Segue o comentário do Pe. Tony Neves:

«A China apresentou-se, neste virar de milénio, como o país com mais potencial para abalar o mundo. E, ao fazer esta afirmação, não quero fazer um juízo de valor e, muito menos, uma avaliação negativa da ‘chamada’ invasão chinesa ao resto do mundo.

Se é verdade que países como o Brasil ou os Estados Unidos da América já há muito tempo que têm imigrantes chineses em números muito elevados, acontece agora que cidadãos da China estão a chegar, em grande número, a espaços que outrora não eram terra de emigração. Falo, por exemplo, de Angola, país que visitei há meses e onde encontrei muitos chineses envolvidos em obras e negócios.

Se o Brasil já há muito tempo que tem uma comunidade de origem chinesa enorme (a cidade de S. Paulo tem uma parte quase só habitada por comunidades asiáticas...), se Portugal sente, de ano para ano, aumentar o número de lojas comerciais geridas por chineses e restaurantes, causa mais admiração o aumento que se verifica em África dos investimentos deste grande país oriental.

Ainda é cedo para avaliar o impacto da cultura chinesa no espaço lusófono, mas já será possível medir a influência económica que a China exerce na lusofonia. Terras com povos acolhedores não devem temer a chegada de pessoas de outras histórias e culturas, mas devem aproveitar para se enriquecerem com a pluralidade de expressões culturais e perspectivas diferentes no que diz respeito a concepções familiares, económicas e sociais.

Neste Ano Europeu do Diálogo Intercultural, há que abrir portas e crescer. Se todos formos mais abertos e tolerantes, o mundo será um espaço mais fraterno. E se ajudarmos a China a tornar-se mais humana e tolerante, vão acabar os problemas no Tibete, em Taiwan e noutros espaços onde os braços de ferro fazem muitas vítimas e a intolerância tende a aumentar. E isso é mau para todos.»





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