sábado, 26 de julho de 2008

Jogos Olímpicos: juntos no desporto

Os Jogos Olímpicos estão quase a começar, é já de 8 a 24 de Agosto. Portugal vai estar representado neste acontecimento desportivo, assim como outros países do espaço lusófono, mas o que motivou a edição do Luso Fonias de 20 de Julho não foi o acontecimento em si mas o que dele advém. Ou seja, estivemos à conversa sobre a importância do desporto para a união e solidariedade entre povos.

Não perca a entrevista a Fernando Correia de Oliveira, cujo percurso profissional passa pelas actividades de jornalista, autor, investigador e editor independente. Especializado em temas asiáticos, foi o primeiro jornalista português alguma vez acreditado junto das autoridades chinesas com carácter de permanência.



Segue o comentário do Pe. Tony Neves:

«O ideal olímpico nasceu há mais de cem anos na Grécia. Nesses primeiros tempos, o prémio era uma coroa de ramos e flores e tudo se ficava por aí. Os valores olímpicos concentravam-se em três expressões: mais rápido, mais alto, mais forte, traduzindo os objectivos das corridas atléticas que os jogos olímpicos integravam. Hoje, mais de um século depois, o ideal olímpico é bem outro e há muitíssimos interesses a girar à sua volta e a merecer algumas reflexões sérias sobre o assunto.

Os Jogos Olímpicos exigem hoje uma enorme máquina organizativa e mexem com milhões. As candidaturas dos países têm de se fazer muito antes da data da realização e funcionam, e de que maneira, os lobbies que permitem que o Comité Olímpico Internacional atribua a organização a esta ou aquela candidatura.

Este ano serão, como todos sabemos, em Pequim, capital da China. Poderá ser um excelente pretexto para se pegar no calcanhar de Aquiles deste grande país, o mais populoso do mundo: o problema gravíssimo da violação dos direitos humanos. O caso mais emblemático é o da opressão do Tibete, uma vez que a figura do Dalai Lama está sempre nas bocas da comunicação social internacional. Mas há outros problemas igualmente muito sérios como o da falta de liberdade de expressão e de religião. A título de exemplo, a Igreja católica fiel ao Papa continua a ser perseguida na China.

Mas, mais uma vez, os interesses económicos estão a passar por cima dos direitos humanos. Todos os países (ou quase) têm medo de dizer o que quer que seja contra o governo de Pequim, uma vez que o potencial económico da China não se pode desperdiçar e uma palavra mais azeda contra este Governo pode deitar tudo a perder no que diz respeito e relações comerciais e industriais.

Pelo menos os Meios de Comunicação Social, em peso na China por estes dias, vão falar. E vão denunciar as violações dos direitos humanos. E vão confrontar os governos do mundo ocidental com esta ambiguidade na relação com a China: não concordam com as políticas de repressão, mas também não querem perder nada nas relações económicas e permitem que o dinheiro esmague a dignidade humana.

‘Mais rápido, mais forte, mais alto’... ideal olímpico que também se deveria passar para o empenho pelos direitos humanos. Na China e no mundo inteiro.»




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