quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Direitos do Homem

O Artigo 1.º da Declaração Universal dos Direitos do Homem diz que «todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade».

Pedro KrupenskiO ano de 2008 foi um marco histórico. Um ano que assinalou 60 anos desde o nascimento deste importante documento que é a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Como é que esta Declaração pode ser cada vez mais um mecanismo de protecção dos cidadãos foi o que procurámos esclarecer no programa de 13 de Dezembro de 2008, numa conversa com o Dr. Pedro Krupenski, Director Executivo da Amnistia Internacional.




Na opinião do P. Tony Neves:

«10 de Dezembro de 1948. Da II Grande Guerra Mundial (1939-1945) ainda muitas feridas sangravam. Tinha nascido a ONU (Organização das Nações Unidas) e a sua primeira missão estava a cumprir-se: a Declaração Universal dos Direitos Humanos foi assinada em Paris. Nela estavam gravados os direitos individuais e civis, os políticos e os económico-sociais. Só faltava mesmo, depois desta data, passa-los do papel à prática.

João XXIII, ao falar da Paz na Terra (1963), foi o primeiro Papa a saudar solenemente esta Declaração da ONU. Daí para cá, pareceu óbvio a todos que trabalhar pelos direitos humanos é missão da Igreja, tendo João Paulo II apostado muito nesta defesa das vítimas de todas as formas de exclusão. Merece ser chamado o ‘Papa dos Direitos Humanos’.

10 de Dezembro de 2008, 60 anos depois, é tempo de balanço. Muito caminho foi palmilhado, mas as violações dos direitos humanos continuam a fazer vítimas por esse mundo fora. Basta olhar para situações como as que se vivem no Médio Oriente, na Índia ou na República Democrática do Congo para percebermos como a Declaração assinada pelos governantes do mundo em 1948 ainda não passou do papel. Os Bispos da República Democrática do Congo tiveram de reunir com urgência (de 10 a 13 de Novembro) para exigir o fim do genocídio silencioso que se ali se pratica aos olhos de todo o mundo. Ninguém tem coragem de denunciar ou intervir porque estão em causa negócios chorudos em torno das grandes riquezas naturais do país.

10 de Dezembro de 2008. Ninguém pôde ficar indiferente a esta data. No Vaticano houve um acto comemorativo e um concerto, com o Conselho Pontifício Justiça e Paz a coordenar. Bento XVI esteve presente no acto comemorativo de reflexão e estudo com a presença dos directores da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e da Alimentação e Agricultura (FAO), organismos da ONU. E, antes do Concerto, foi entregue o Prémio Cardeal Van Thuan 2008 que distingue pessoas que se notabilizaram na defesa dos direitos humanos. Este ano foi atribuído a Cornelio Sommaruga, ex-presidente da Cruz Vermelha. O Prémio Cardeal Van Thuan – Solidariedade e Desenvolvimento premiou compromissos a favor de leprosos na Amazónia, de apoio à saúde no Uganda e compromissos pela integração sócio-cultural de jovens ciganos em Nápoles. Nada disto acontece por acaso, pois o Cardeal Van Thuan, vietnamita, esteve 13 anos preso, nove deles em absoluto isolamento nos campos de ‘reeducação’ do regime. A sua coragem e resistência são um hino aos direitos humanos. Falecido em 2002, é considerado um dos ‘mártires’ do catolicismo do séc. XX.

10 de Dezembro de 2008. É tempo de celebrar mas, sobretudo, há que continuar a agir.»



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