domingo, 4 de janeiro de 2009

O poder da imagem

O Luso Fonias de 29 de Novembro de 2008 esteve à conversa sobre o poder da imagem.


Vivemos numa sociedade onde a informação e a cultura têm um tratamento predominantemente visual. A comunicação contemporânea baseia-se sobretudo em imagens. Mas que impacto têm estas imagens nas pessoas e na sociedade em geral? Foi a esta e outras questões que fomos procurar responder na entrevista desta semana. Carlos Capucho


Em estúdio esteve o Professor Doutor Carlos Capucho, professor auxiliar na Universidade Católica Portuguesa, onde coordena a licenciatura em Comunicação Social e Cultural. Um homem dedicado ao cinema, autor do livro Magia, luzes e sombras. 1974-1999: vinte e cinco anos de filmes no circuito comercial em Portugal.





Na opinião do Pe. Tony Neves:


«Se há palavras que se prestam a ambiguidades, uma delas é mesmo a ‘Imagem’. Quando dizemos que, como pessoas, somos imagem de Deus, estamos a fazer uma das afirmações mais fortes da nossa identidade humana e cristã e damos à palavra ‘imagem’ um sentido muito positivo. Mas quando, por exemplo, dizemos que alguém só cultiva a imagem, estamos a insinuar que essa pessoa mostra aos outros ser aquilo que não é, apresentando um perfil que não corresponde à sua personalidade e à sua maneira de estar e agir na vida. Isto, claro está, é muito negativo.


Dizemos, habitualmente, que uma imagem vale por mil palavras, saindo, desta forma, em defesa da fotografia, do cinema, da televisão, pondo em segundo plano a escrita e a expressão oral. É verdade que quando só falamos ou escrevemos sobre um acontecimento ou uma paisagem muito fica sempre por dizer e o ‘olhar’ traz um valor acrescentado ao conhecimento e à sensibilidade das pessoas. Quando afirmo que algum dos meus familiares e amigos está triste, não consigo perceber a profundidade dessa tristeza sem olhar nos olhos e fazer a leitura mais profunda que as palavras escondem mas os olhos revelam.


As imagens provocam, atraem, afastam... ninguém fica indiferente. Por isso, as campanhas pelas grandes causas da humanidade usam-nas, muitas vezes até para chocar as pessoas e levá-las a agir. Sem alinhar nos sensacionalismos baratos que caracterizam muitos dos telejornais, há que dizer que imagens como as que vimos de Timor-Leste há uns anos serviram para mobilizar a comunidade internacional, o que rasgou o caminho que conduziu à independência. São apenas exemplos da força da imagem.


Estamos no tempo das imagens de marca e são muitos os logótipos que, em todo o mundo, associam um simples desenho a um carro, a um clube de futebol ou a uma empresa multinacional. Nestes tempos de crise económica e de esforço para combater todas as formas de pobreza e exclusão, procuram-se pessoas que olhem para o presépio e, vendo aquela imagem que percorre o mundo há dois mil anos, ajudem a construir um mundo mais humano e mais fraterno. Nessa altura, todos perceberemos melhor o que é ser ‘imagem de Deus’.»







Ouça este programa e os mais antigos na Telefonia


(menu do lado direito)

Sem comentários:

Enviar um comentário