terça-feira, 27 de janeiro de 2009

A factura da energia

“Temos que poupar energia” é uma das frases que mais se tem ouvido nos últimos tempos. Fala-se em poupar energia e ser amigo do ambiente, mas quais as vantagens de se consumir menos energia? E será que essa poupança é vantajosa para a carteira do cidadão?

Inês LimaO Luso Fonias de 17 de Janeiro esteve à conversa com a Dra. Inês Lima, Directora do Departamento de Marketing da EDP – Electricidade de Portugal, que nos falou sobre eficiência energética e explicou quais os resultados de certos comportamentos na factura ao final do mês.



Na opinião do P. Tony Neves:

«Tempos houve em que, nas aldeias, vilas e cidades, as pessoas utilizavam o carvão, a lenha, o azeite e, mais tarde, o petróleo... como fontes de energia. A população era menor do que hoje e os hábitos de vida e consumo eram de poupança.

Com o evoluir dos níveis de tecnologia, o mundo dos mais ricos entrou numa nova era marcada pela electricidade e combustíveis derivados do petróleo. Ora, estes é que têm tomado conta das economias mundiais, o que se tornou uma desgraça, por duas grandes razões: a poluição que estes combustíveis provocam e a ‘chantagem’ económica e financeira que os detentores do petróleo fazem ao resto do mundo. A dependência destes derivados do chamado ‘ouro negro’ é tão grande que todas as economias do mundo se vergam diante das suas subidas e descidas de preço. E mais: a fraca aposta em energias renováveis e não poluentes (hidráulica, eólica, solar...) deve-se aos lobbies dos senhores que não querem alternativas ao produto que apresentam no mercado, custe o que custar, doa a quem doer, mesmo estragando o nosso planeta. E é bom que se saiba que, por esse mundo fora, mesmo uma grande parte da electricidade que se consome provém de geradores a gasóleo.

Estes tempos de crise têm a vantagem de nos ajudar a racionalizar todos os tipos de energia, também olhando aos custos que ela comporta às famílias, às organizações e às empresas. E tudo começa com o tipo de máquinas utilizadas, com as lâmpadas que fornecem a luz aos espaços, com a escolha de horas de mais baixo consumo para ligar máquinas de lavar e outras que gastam muita electricidade. Às vezes faz doer o coração entrar em certas instituições e reparar que todas as lâmpadas estão acesas (mesmo sem lá estar ninguém) e que há máquinas de todas as qualidades e feitios ligadas, a piscar à direita e à esquerda, sem ter uma utilidade evidente nessa hora. Costuma-se dizer, nessas ocasiões, que tal acontece porque quem paga a factura é o Estado... Mas também é verdade que nas famílias, mesmo nas mais pobres, nem sempre há uma contenção de gastos energéticos por falta de cuidado e por algum desconhecimento sobre o que cada lâmpada e cada máquina gasta realmente quando está ligada.

A União Europeia está a preparar um grande pacote de leis sobre a poupança da energia, penalizando quem abusa na sua utilização. Mas ninguém substitui ninguém neste esforço de tornar a terra mais habitável e de evitar gastos desnecessários de energia. Se, ao mesmo tempo, faz bem ao ambiente e à carteira, por que continuamos a gastar energia à toa?»




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