segunda-feira, 18 de junho de 2007

Presidência Portuguesa da União Europeia

Portugal assume a 1 de Julho a liderança rotativa semestral da União Europeia. Depois de já ter presidido aos destinos da Europa comunitária em 1992 e 2000, Lisboa prepara-se para substituir, política e diplomaticamente, a actual presidência alemã dos 27.

Durante a Presidência Portuguesa decorrerá a Cimeira União Europeia – Brasil, a primeira grande iniciativa desta liderança que deverá ficar marcada pela parceria estratégica entre o Brasil e a União Europeia, o mesmo estatuto que já têm os Estados Unidos, Rússia, China, Índia, Japão, Canadá e África do Sul, países com quem a União Europeia tem institucionalizado a realização anual de reuniões ao mais alto nível.

A última grande iniciativa da próxima presidência dos 27 em Portugal será a II Cimeira União Europeia – África, a 8 e 9 de Dezembro em Lisboa. A primeira reunião de alto-relevo Europa/África realizou-se, no Cairo, durante a anterior e segunda presidência portuguesa da União, no primeiro semestre de 2000.

O Luso Fonias de 17 de Junho esteve à conversa com o Dr. Francisco Sarsfield Cabral, Director de Informação da Renascença, sobre as prioridades da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia. Vale a pena ouvir!



Na opinião do Pe. Tony Neves, editor do programa:

«Portugal assume a Presidência da União Europeia no 2º Semestre deste 2007, sucedendo à Alemanha. É uma responsabilidade grande que gostaria que trouxesse alguns frutos. O mais esperado é o da concretização da II Cimeira Europa – África, dado que só se conseguiu uma até agora e foi, precisamente, por ocasião da outra Presidência de Portugal. Com esta Cimeira, espero que a Europa tome posição em relação a dramas humanos e humanitários como o do Darfur. A este título, gostaria de citar o Alto-Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, o Eng. António Guterres, numa entrevista exclusiva à MissãoPress, Associação da Imprensa Missionária: ‘A situação no Darfur continua extremamente difícil. Continua a existir uma situação de insegurança generalizada, com violações dramáticas dos direitos humanos para a população em geral, e finalmente um grande esforço de apoio humanitário a essa mesma população (...). No ponto de vista da ajuda humanitária, de manter as pessoas vivas, garantir a alimentação e garantir até, em muitas circunstâncias, o acesso a alguns cuidados de saúde, ou até algum nível de educação. Há um esforço admirável da comunidade internacional, apoiando cerca de quatro milhões de pessoas que beneficiam desta assistência e cuja situação, e neste domínio, tem registado algumas melhorias nestes últimos meses. Mas infelizmente e em contrapartida, do ponto da protecção das pessoas e da insegurança, aí estamos perante um fracasso generalizado e por isso o risco para a segurança destas comunidades, a violação dos direitos das pessoas, casos dramáticos de morte, violação, continuam a proliferar e neste domínio todos temos que reconhecer que não foi ainda possível à comunidade internacional alterar este estado de coisas.

O que me parece indiscutível é que o grande esforço da comunidade internacional, no presente momento tem que ser de pressão sobre todas as partes, sobre o governo, sobres os vários movimentos rebeldes, para que rapidamente cheguem a um acordo de paz. E é esse clima que eu espero que uma Cimeira como esta possa ajudar a criar.

Não deixa de ser curioso que tenha havido até agora uma única Cimeira Euro – Africana, e que essa Cimeira tenha ocorrido durante a presidência portuguesa da União Europeia. A verdade é que a Europa enquanto tal, independentemente dos esforços individuais, foi até agora incapaz de ter uma verdadeira estratégia para África e um verdadeiro empenhamento para ajudar os africanos a ultrapassar as gravíssimas dificuldades que eles têm’
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Espero que a Presidência da União Europeia não seja um tempo da Europa olhar para a mesquinhez dos seus interesses, mas dê para olhar o mundo como espaço de solidariedade e partilha fraterna.»




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