segunda-feira, 18 de junho de 2007

Timor: qual o percurso para o desenvolvimento?

Timor-Leste é um dos países mais jovens do mundo. Um país de muitos povos e culturas. A maioria da população tem os seus antepassados no continente asiático, mas também podemos descobrir descendentes dos papuas da Nova Guiné, melanésios, malaios, portugueses, angolanos e moçambicanos.

Timor-Leste é assim um país rico em diversidade e culturas mas também rico em recursos naturais, especialmente as reservas de petróleo, gás natural e minério de cobre, sândalo, café, borracha, copra, algodão, cana-de-açúcar e óleo de coco. Um país com muito para dar mas, principalmente, com muito para receber.


A 20 de Maio de 2002 foi proclamada a República Democrática de Timor-Leste, data oficial de reconhecimento internacional da independência de Timor-Leste, que pôs fim à ocupação da Indonésia. Uma data que, cinco anos depois, é celebrada pelo Luso Fonias com uma entrevista sobre os passos dados rumo ao desenvolvimento de Timor.

Em estúdio esteve o Dr. Manuel Soares Abrantes, Embaixador de Timor-Leste em Portugal, e o Eng. José Manuel Revez, que foi Adido para a Cooperação na Embaixada de Portugal em Díli, de 2002 a 2006, foi também Adido Cultural na Embaixada de Portugal em Díli, de 2004 a 2006, e Presidente da Comissão Instaladora da Escola Portuguesa de Díli. Actualmente é Assessor Principal do Gabinete para a Cooperação do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social.





Na opinião do Pe. Tony Neves:


«Timor continua a preocupar o mundo. Viveu tempos de massacre e de opressão quando da dominação indonésia. Depois, veio a libertação com a independência. Mas este mais jovem país do mundo tem dado provas de pouca capacidade de gestão da diversidade étnica e cultural que possui. Muita violência e instabilidade têm marcado o dia-a-dia dos timorenses. Nem o carisma de Xanana Gusmão nem a força moral dos prémios Nobel da Paz, D. Ximenes e Ramos-Horta têm sido argumentos suficientes para dar serenidade ao povo e permitir o desenvolvimento do país.


Houve eleições marcadas por muitas ambiguidades e problemas. Voltou, assim, às primeiras páginas dos meios de comunicação e não pelas melhores razões.


O desenvolvimento parecia ganhar corpo com o aparecimento do petróleo. Mas, mais uma vez, as riquezas naturais de um país não jogam a favor das populações. O cheiro a petróleo atrai cobiças desmedidas e faz surgir oportunistas que se aproveitam e acabam por gerar violências internas que criam condições favoráveis ao caos e à violência.


Recordo-me sempre do encontro que tive com o P. João Felgueiras, no tempo crítico da violência em Díli. Era um homem abatido pela crueldade da situação mas, ao mesmo tempo, confiante na força de tanto sangue derramado e da alma cristã do povo timorense. Agora, tive a oportunidade de ler ‘as nossas memórias de vida em Timor’ que ele escreveu com outro dos grandes heróis de Timor, o P. José Martins. É bom não esquecer o passado para evitar cometer os mesmos erros no presente e no futuro. Mas, melhor ainda é honrar o futuro com um presente que rime com paz, progresso e fraternidade. O momento eleitoral que o país vive não augura muito este futuro de Paz. Mas quero crer que o povo vai trabalhar com os novos líderes para que a independência tenha valido a pena. E que os petróleos e outras riquezas abram caminhos a um verdadeiro desenvolvimento.»





Esta foi a opinião do Pe. Tony Neves mas a sua também é muito importante! Deixe um comentário.




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